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Brasileiro leva 'Oscar mais radical do mundo'. Veja vídeo e fotos do prêmio

Marcello De Vico

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

09/12/2021 04h00

Conhecido como o "Oscar das fotos radicais", o Red Bull Illume conheceu, ao longo da última semana, os vencedores da edição 2021. Entre eles, um brasileiro: Bruno Cavalcante, de 27 anos, levou o troféu na categoria "Melhor do Instagram - Vídeo" com uma filmagem alucinante da skatista Sara Watanabe no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro —veja o vídeo acima.

Esporte, aventura, ação e muita criatividade são atributos que caracterizam as impressionantes imagens do prêmio da Red Bull, que nesta edição contou com 10 diferentes categorias com temas que vão desde inovação a criatividade —confira algumas das fotos vencedoras no álbum abaixo.

Red Bull Illume, o 'Oscar' de fotos radicais

Bruno venceu justamente numa categoria que é novidade em 2021: Melhor do Instagram (Foto e Vídeo) —as outras categorias incluem apenas fotos. A notícia da conquista veio com uma festa surpresa com amigos e familiares que, ao contrário de Bruno e Sara, já sabiam do prêmio muito antes.

"Da final até a revelação do vencedor, acho que foram uns quatro meses, e eu morrendo de ansiedade. A galera da Red Bull do Rio já sabia que eu tinha ganho, duas semanas antes, e eles fizeram uma festinha com meus familiares e amigos. Todo mundo já sabia, só eu e a Sara que não [risos], a gente não fazia ideia. Eles me enrolaram para ir pra um rooftop de um hotel e estava todo mundo lá, foi sensacional", disse em entrevista ao UOL Esporte.

Vídeos em troca de balde de cerveja

Até sua "maior conquista" na vida profissional, Bruno teve de encarar muitos trabalhos de graça —ou quase isso. "Cansei de fazer evento e festa em troca de um balde de cerveja, de divulgação, para conseguir entrar no ramo do audiovisual. É uma grande conquista saber que meu vídeo ficará rolando no mundo todo, em vários museus... Ainda não caiu a ficha. Eu paro pra pensar e quando vejo que a Red Bull posta meu nome, parece um sonho", afirmou.

O sonho vem sendo dividido com uma amiga de muitos anos: Sara Watanabe, skatista e influencer. Foi ela quem fez Bruno acreditar que o prêmio era possível em meio a tantos vídeos gringos de alta qualidade.

"A gente sempre tentava juntar nossos trabalhos, até que surgiu a oportunidade do Red Bull Illume. Eu vi que era uma parada muito europeia, mas falei: 'acho que temos potencial para chegar à final'. Desde o começo achei que não ia conseguir, pois via a qualidade das fotos e dos vídeos da galera... Mas ela me apoiou e falou: 'vamos fazer para ganhar'", disse.

Veja outros trechos da entrevista:

Família humilde

Eu vim de uma família muito humilde. Meu pai era analfabeto, não tenho mais contato com ele hoje, e minha mãe fez só até ensino fundamental. Meu pai trabalhava em bar, e minha mãe é copeira, trabalha na faxina, e sempre precisou ter dois empregos para colocar comida dentro de casa. Eu nunca passei fome, mas nunca tive muito luxo, sempre foi muita correria para ter as coisas dentro de casa. E sempre vivi uma vida assim.

O começo de tudo

Comecei a trabalhar com 16 anos, como aprendiz de estagiário, e consegui comprar minha primeira câmera, que era uma GoPro, em 2013. Eu já andava de skate, comecei com 9 anos, e me amarrava no que a GoPro fazia, só que era muito cara. Mas consegui juntar uma grana e comprar, e comecei a gravar uns vídeos de skate com amigos meus.

Fazer vídeo virou um hobby

Comecei a pegar gosto. Virou um hobby, e a galera começou a elogiar os vídeos, mas não pensava em trabalhar com isso. Mas sempre gostei de criar coisas, e entrei na faculdade de publicidade, e sempre queria arranjar um estagio na área. Só que continuei fazendo vídeos, comecei a gostar, e consegui uma câmera emprestada com um amigo meu para filmar um evento da faculdade. Esse evento não tinha grana para pagar, então a troca foi um balde de cerveja. Depois que editei esse vídeo, a galera se amarrou e eu falei: 'acho que é isso'. Comecei a fazer muitos vídeos com minha amiga que participou no vídeo, a Sara Watanabe, e foi fluindo. Até que consegui meu primeiro estágio, fazia vídeo de eventos, até que hoje estou bem inserido no mercado audiovisual.