Bicampeã do mundo, Pâmela Rosa foi da frustração à redenção em quatro meses
No último domingo, Rayssa Leal ficou com a prata no Mundial de Skate Street, mas quem roubou a cena foi Pâmela Rosa, com uma virada nas últimas duas manobras. Aos 22 anos, a skatista brasileira levantou o troféu da temporada pela segunda vez na carreira e consolidou sua volta por cima após os últimos meses complicados. O troféu erguido em Jacksonville, na Flórida, representou a inversão do cenário que a brasileira viveu em Tóquio, quando era favorita ao ouro mas nem sequer chegou à final das Olimpíadas.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio — realizados entre julho e agosto deste ano —, Pâmela era cotada como principal candidata ao lugar mais alto do pódio. Apesar da concorrência pesada das japonesas, a experiência de um título mundial e os resultados recentes a colocavam em vantagem diante de outras feras, como Rayssa Leal.
Pâmela, porém, rompeu os ligamentos do tornozelo ainda no início do ano e chegou à capital japonesa sem condições ideais de competir. O desempenho aquém do esperado a deixou fora da final do skate street, mas a situação foi logo compreendida depois que a brasileira postou uma foto do tornozelo inchado. Também favorita, mas em segundo plano, Rayssa acabou virando a primeira medalhista feminina do Brasil nas Olimpíadas, faturando a prata.
Dessa vez foi diferente. Pâmela continuou com os créditos que a colocavam na primeira prateleira das favoritas para o título mundial. Mas agora era Rayssa quem encabeçava essa lista. Na grande decisão, a Fadinha encaminhou o que seria seu primeiro título da SLS de forma muito natural. Até que Pâmela tirou um coelho da cartola e tomou conta da final nas últimas duas manobras. Com as ótimas notas de 7.7 e 8.1, ela aumentou sua pontuação e ultrapassou Rayssa, que não conseguiu manter a liderança.
"Eu tinha duas manobrinhas guardadas, graças a Deus no momento saiu. Eu só queria ficar em cima do skate e acertar para levar esse título de bicampeã mundial para casa. Eu não tinha tentado nenhuma delas, falei que era um segredo, e elas saíram na hora que eu mais precisava", comentou a brasileira, em entrevista ao canal SporTV.
Agora, Pâmela igualou os dois títulos de Lacey Baker e se tornou a maior vencedora na modalidade feminina do SLS, com duas conquistas.
"Isso é uma superação muito grande. Sempre que eu estou machucada, sempre que acontece alguma coisa familiar eu falo que é uma superação. Isso é uma superação para mim. Nos Jogos Olímpicos acabei me lesionando, quase que eu precisei operar o pé. Eu vim aqui, dei o meu melhor. Duas competições, eu estava com muita dor e eu consegui dar o meu máximo", acrescentou.
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