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Mariana Becker brinca sobre polêmicas na F1: "Preciso fazer algum despacho"

Mariana Becker, jornalista da Band especialista em F1 - Júlia Rorigues/UOL
Mariana Becker, jornalista da Band especialista em F1 Imagem: Júlia Rorigues/UOL

Beatriz Cesarini

Do UOL, em São Paulo

17/05/2021 04h00

A temporada 2021 da Fórmula 1 começou há pouco mais de um mês, e Mariana Becker já trombou com dois pilotos "esquentados": Nikita Mazepin (Haas) e Fernando Alonso (Renault). Insatisfeitos com os respectivos desempenhos na pista, os pilotos ironizaram a repórter durante entrevistas que ocorreram em etapas consecutivas. Em conversa com o UOL Esporte, a jornalista falou que passou uma borracha nas polêmicas e brincou com a coincidência dos eventos.

"É comum um piloto sair de cabeça quente, mas não acho que tenha que me acostumar com alguém me tratando mal. E realmente foi muita coincidência acontecer algo parecido em duas semanas seguidas. Eu até brinquei: preciso fazer algum despacho, não é possível, porque há anos que eu estou nisso aqui e é tão raro acontecer algo do tipo, eu não me lembro quando foi a última vez. E aí aconteceu ao vivo, justamente uma vez após a outra", disse Mariana.

O primeiro caso foi com o piloto Nikita Mazepin. Ele foi ríspido com Mariana durante papo sobre o Q1 do treino classificatório do circuito de Ímola, em 17 de abril. A repórter da TV Band, então, decidiu encerrar a entrevista e falou aos colegas de transmissão que o competidor russo foi "curto e grosso".

"Eu não estou mais pensando nisso e nem foi uma coisa direcionada a mim. O Mazepin foi ali, quis dar uma de 'engraçadinho' em um momento em que não poderia. Ele estava esperando que eu fosse fazer uma segunda pergunta... Era a primeira vez que o entrevistava, um guri que estava chegando, dei a chance para ele se explicar, assim como eu tinha feito com o Giovinazzi, que tinha se envolvido no incidente", relembrou Mariana.

"Fiz exatamente a mesma pergunta para os dois, o Giovinazzi me respondeu. Aí perguntei para o Mazepin, que acabou de chegar na Fórmula 1, e ele dá uma de bobão. Acho que eu não tenho que dar espaço. Na hora que ele quiser responder direito, ele fala", concluiu a jornalista brasileira.

Uma semana depois, durante a classificação para o Grande Prêmio de Portugal, em 1º de maio, Mariana foi conversar com Fernando Alonso e recebeu uma resposta atravessada. O espanhol esqueceu a simpatia e descontou a raiva ao conversar com a repórter após ter conseguido somente a 13ª colocação para o grid de largada. No dia seguinte, o piloto se desculpou.

"Como eu sabia que teria que entrevistá-lo muitas vezes ainda, é preciso limpar o terreno. A gente ia ter que se falar mais. Teríamos que conviver. Então, no dia seguinte, quando a gente se olhou, eu perguntei: 'Posso te entrevistar agora? Está mais calmo?'. E aí ele explicou: 'Desculpa...'. Eu talvez também deveria ter feito uma pergunta mais simples... Os caras estão saindo super cansados, de cabeça quente, mas ele poderia ter respondido mais ou menos, sem ser agressivo. Pode ser mais simples", contou a repórter.

Relação com pilotos se estabelece aos poucos

Quando se trata de cobrir a Fórmula 1, é praticamente impossível separar a vida pessoal da profissional. Em mais de 25 anos viajando com a modalidade mais importante do automobilismo mundial, Mariana acumulou inúmeras experiências que a transformaram na profissional que é hoje. E uma das peças dessa história é a construção da relação com os pilotos.

"São muitos pilotos e você vai estabelecendo uma conexão aos poucos. Isso acontece, às vezes, em momentos de entrevistas maiores... Assim o cara passa a te conhecer mais também. O Hamilton, por exemplo, é um cara muito bom de entrevista e não é só comigo. É um cara muito inteligente, gosta de falar. Nos cumprimentamos, nos falamos, mas eu não sou amiga dele (rs), não convido ele para tomar um café ou um chope... Quando cruzamos, conversamos e tal, mas nada íntimo", explicou a jornalista, que destacou um pouco de cada competidor.

"O Bottas é um guri que passa por um momento difícil, que é o fato de ser companheiro de equipe do grande campeão (Hamilton). Eu entrevistei ele na semana passada, logo depois de um início muito ruim de campeonato e, obviamente, tive que falar disso, e o cara foi super bacana. Já o conheço desde os tempos da Williams. Sempre nos tratamos bem... Brincava com ele, do fato de ele ser finlandês, porque meu pai tinha uns amigos finlandeses quando eu era pequena, então eu me lembrava dessa cultura...", contou Mariana.

Daniel Ricciardo é brincalhão e foi perguntar à Mariana se tinha brigadeiro no aniversário dela. "Ele lida bem com entrevistas. É ele mesmo e fim de papo, super bacana... Tenta falar português comigo. Fala tudo errado (rs)... Eu o conheço desde que era da Toro Rosso. Ele sempre me viu, sabe quem eu sou", concluiu.