#TBTdoFutebol: O dia em que Denílson deixou Puyol estatelado no gramado
Denílson dispara, e Puyol chega para o combate. Na hora do bote, um toque de letra pega o espanhol de surpresa e o manda direto para o chão, estatelado, tentando pelo menos agarrar a bola com as mãos, mas nem isso... O UOL Esporte volta no tempo para o Betis x Barcelona de 9 de março de 2002.
Aos 24 anos, Denílson vivia sua quarta temporada no Betis. Ele ainda era o jogador mais caro a ser vendido por um clube brasileiro (32 milhões de dólares, valor superado apenas em 2012), mas no Betis as coisas não funcionavam bem...
O time chegou a ser rebaixado, e o jogador, emprestado ao Flamengo para um Brasileirão. Agora que o Betis havia subido de volta à Liga, Denílson era uma das principais esperanças, inclusive tentando confirmar seu lugar na Copa do Mundo que seria meses depois.
Denílson, aliás, poderia muito bem estar do outro lado neste Betis x Barcelona. Anos antes, o São Paulo chegou a acertar sua venda para o Barça, mas o Betis apareceu de última hora oferecendo muito mais e o levou. Se a história fosse outra, o brasileiro teria sido companheiro de Puyol, não algoz.
Fosse como fosse, os dois times faziam ali um jogo de igual para igual, ambos buscando vaga na Liga dos Campeões da temporada seguinte. Jogando em casa, o Betis saiu na frente aos 3 minutos e depois disso recuou para só contra-atacar na boa.
Denílson pegou pouco na bola nesses primeiros minutos, mas sempre marcado por Puyol. Ele fez uma falta dura em Puyol, tentou um chute cruzado que passou perto e depois levou a melhor em uma disputa na linha de fundo, mas o cruzamento não deu em nada.
Aí, aos 19 minutos, o drible fantástico. A zaga do Betis afastou um escanteio de Rivaldo, e a bola sobrou para Denílson no contra-ataque. Quando Puyol tentou fechar a porta, seu mundo desabou?
Atenção, o replay a seguir pode te dar pesadelos (mas só se você for Carles Puyol):
ai, ai, ai...
É pena que o lance não deu em nada... Depois de limpar o contra-ataque, Denílson chega a ter três opções de passe mas demora alguns segundos a mais e, quando toca, todo o mundo já está impedido —um oferecimento do volante Thiago Motta, que acertou o tempo certinho de adiantar dois passos.
No segundo tempo, durante o duelo ferrenho que Denílson e Puyol travavam e após ambos tomarem cartão amarelo, o brasileiro tentou dobrar a vergonha do espanhol com mais um drible. Foi por pouco...
Denílson não teve lá uma grande atuação: infernizou Puyol, sim, mas sofreu mais faltas do que criou perigo. No fim, ele e o espanhol tiveram nota 2 (de 5 possíveis) no Mundo Deportivo. Disputa "das mais interessantes do jogo", segundo o jornal catalão, ainda que não tenha impactado no placar.
?Lobo? Carrasco, ex-jogador e colunista do Mundo Deportivo.
O Betis venceu por 2 a 1 e no fim das contas terminou aquela Liga na sexta posição. Jogou a Liga Europa 2002-03 sem passar da terceira fase, mas poderia muito bem ter sido a Liga dos Campeões não fossem os cinco tropeços seguidos após vencer o Barcelona.
Denílson manteve seu lugar na seleção brasileira e foi peça importante na campanha do Penta, meses depois. Ainda ganhou a Copa do Rei de 2005 com o Betis, passou por mais três países, defendeu o Palmeiras em 2008 e ainda rodou um pouco mais até se aposentar na Grécia.
Puyol, por sua vez, virou zagueiro com Frank Rijkaard em 2003 e se tornou um dos melhores da posição. Ele seria tricampeão da Champions League e hexacampeão espanhol em 15 anos de Barça, além de vencer a Copa do Mundo de 2010 com a Espanha.
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