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Casão detona Paulistão no RJ e critica Bolsonaro: 'Pegou estrada de morte'

Walter Casagrande critica realização do Paulista no RJ e ataca Bolsonaro - Reprodução/SporTV
Walter Casagrande critica realização do Paulista no RJ e ataca Bolsonaro Imagem: Reprodução/SporTV

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/03/2021 22h47

O comentarista Walter Casagrande detonou a realização de jogos do Campeonato Paulista em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. No "Bem, Amigos", o ex-jogador chamou a atitude da Federação Paulista de Futebol (FPF) de "vergonhosa". Casão também criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por, segundo ele, pegar "uma estrada de morte" no que diz respeito ao combate à pandemia de covid-19.

"Quando a principal liderança de um prédio, de um bairro e, principalmente, de um país, como é o presidente Jair Bolsonaro, quando uma liderança como aquela é totalmente destrutiva ao país, é uma liderança de terror, de morte. A estrada que o presidente Jair Bolsonaro pegou é uma estrada de morte, não dele, mas da população. Ele nunca virou para a estrada da vida. Ele permanece na mesma estrada, que é a da morte. Quando a liderança se comporta dessa maneira, uma grande parte das pessoas se comporta dessa maneira também, aí vai ter conflito daquelas que pensam na saúde, no bem... Aí fica difícil. Cada um puxa para um lado", falou Casagrande.

Além da FPF, o comentarista também reprovou a postura da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

"Para mim, é uma situação vergonhosa a da Federação Paulista e da CBF. O futebol tem que entender que não é só as quatro linhas, que eles falam que estão seguras. No entorno do futebol, ninguém está seguro. A federação e a CBF só veem isso porque a preocupação deles é com o dinheiro, é econômica. (...) Não é questão se contamina ou não, é questão de solidariedade, de um país só. Nós estamos numa situação delicada, caótica, no país todo. Não tem para onde correr. Não dá para jogar futebol", opinou o ex-jogador.

"Para mim, o comportamento da FPF e da CBF é vergonhoso. Pra mim não é surpresa ser vergonhoso. (...) É a prepotência e arrogância de não aceitar ter perdido uma disputa de argumentos", comentou.

Participando da atração de forma remota, Paulo Vinicius Coelho chamou o futebol de "egoísta" e afirmou que "nossos governos têm sido bananas".

"O futebol tem sido egoísta, outros setores têm sido egoístas, e os nossos governos têm sido bananas, têm sido incompetentes também. Federal, Municipal e Estadual. O governador João Dória disse 17 dias antes da eleição que não aumentaria as restrições, e aumentou no dia seguinte às eleições municipais. Se tivesse sido dez dias depois, faria sentido. Tem que fazer sentindo porque a prioridade é a vida. Agora, quando o governador tem uma atitude dessa, as pessoas deixam de confiar nas autoridades, e é o que o está acontecendo no Rio de Janeiro", falou PVC.

Por outro lado, Caio Ribeiro falou sobre os jogadores que dependem financeiramente do futebol. O comentarista, porém, fez questão de deixar claro que também é a favor da paralisação neste momento.

"A única ponderação que eu gostaria de fazer é que todo mundo está pensando em salvar vidas. De uma maneira ou de outra, ninguém está fazendo de cabeça pensada para colocar a saúde das pessoas em risco. Quando vem uma ordem de cima, acho que ela tem que ser respeitada. Também acho que deveria parar. Agora, quando você conversa com o universo do futebol, e entende que os grandes times são a exceção e que 90% está passando necessidade porque vive deste dinheiro, você começa a abrir um pouquinho a sua cabeça", iniciou Caio.

"Este universo do futebol talvez esteja muito mais seguro do que eu na minha casa, porque eles são testados três vezes por semana, porque averiguam a febre, tem acompanhamento diário. Eles estão muito mais protegidos, como eu gostaria que a população toda estivesse. Só ampliar um pouquinho a discussão para entender que, apesar de discordar, (...) tem muita gente indo à falência, cometendo suicídio. Tão importante quando a saúde física, é a saúde mental. A gente tem que tomar um pouquinho mais de cuidado ao expor as nossas opiniões. Volto a dizer. Neste momento, uma coisa não é negociada, que é a saúde das pessoas. Se a gente tem um número de mortes tão alto, é hora de rever tudo e ficar em casa", completou.