Rodrigo Rodrigues incentivou Sabrina Parlatore a cantar: "Meu melhor amigo"

"Ele foi meu melhor amigo". Foi com essas aspas que Sabrina Parlatore definiu sua relação com Rodrigo Rodrigues, que morreu ontem (28) aos 45 anos, vítima de complicações da Covid-19. Entre 2005 e 2010, eles dividiram o programa "Vitrine", da TV Cultura, e o jornalista ajudou a colega a se lançar no mundo da música.

"O Rodrigo foi um cara genial. É muito estranho e muito difícil falar dele no passado. Ele que sempre esteve tão presente na minha vida desde quando a gente se conheceu 15 anos atrás, quando dividimos a apresentação do programa 'Vitrine', da TV Cultura", disse Sabrina, ao UOL Esporte.

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Ao falar do amigo, ela definiu RR como um profissional de excelência. Além de apresentador e jornalista, ele foi escritor e até dono de restaurante em São Paulo.

"O Rodrigo é dessas pessoas que passam pela Terra e deixam um legado. Um menino sempre procurando produzir. E tudo o que ele fez foi de excelência. Um excelente apresentador, músico, jornalista, escritor... Tudo o que ele se propôs a fazer ele fez direito. E emocionou a gente. Ele tinha esse jeito só dele, de falar, de se comunicar, e eu sempre dizia a ele que ele ia longe, que ele ia conquistar tudo que ele quisesse pelo talento, pela determinação, pelo foco, pela dedicação a tudo que ele fazia. Ele foi meu melhor amigo", relembrou.

Rodrigo também deu uma grande força para que Sabrina mostrasse sua veia artística. As primeiras vezes que Sabrina cantou na televisão foi com ajuda do amigo. A última vez que os dois se falaram foi justamente por causa da música.

"Dividi estúdio com o Rodrigo, dividi matérias com ele, dividi palco... Ele foi um dos incentivadores principais para que eu começasse a cantar. Eu comecei a me soltar justamente com ele. Ele tocava o violão, e eu cantando. A gente fazia um som em muitos episódios do programa 'Vitrine' da TV Cultura, muito por insistência dele. Eu digo que o Rodrigo que é dessas pessoas que querem ver o outro brilhar. Sempre preocupado com o bem-estar do outro. E eu digo que eu levantava a bola para cortar, e eu sentia muito disso dele comigo", relembrou.

"A última vez que nós nos falamos foi em abril desse ano, durante a pandemia. Ele me convidou para fazer um som à distância. 'Oi, meu bem. Topa fazer um som?'. E eu sempre dizia que, com ele, eu topava tudo. Fizemos uma versão de Fallen em voz e violão, que fez bastante sucesso nas redes sociais", detalhou.

O programa que quase não acabou por causa da gargalhada

Ao falar sobre os cinco anos de "Vitrine", Sabrina Parlatore relembrou uma história divertida. Um dia, eles simplesmente não conseguiam terminar o programa de variedades porque caíam na gargalhada sempre que se olhavam. Coube aos editores do programa acharem um jeito de finalizar a atração.

"Mas tem uma história engraçada, né? Como tantas engraçadas com ele. Uma vez a gente estava terminando de apresentar o programa no estúdio, onde a gente gravava as cabeças. E ele sempre me olhava e eu caia na risada, porque a gente se entendia no olhar, tínhamos a nossa piadinha interna. E teve um dia, não sei o motivo, ele olhava para mim, eu olhava para ele, os dois caíam na risada. Resumindo: a gente não conseguia terminar o programa, porque a gente só ria. A gente recomeçava e gargalhava, tentava de novo falar o texto e gargalhava. Eu sei que ficou muito legal porque o pessoal da edição fez uma edição com esses momentos que ficou muito engraçado no ar (risos)", relembrou.

Triste, mas tentando lembrar com carinho do colega e amigo, Sabrina se mostrou grata pela oportunidade de ter convivido com Rodrigo.

"Eu só tenho a agradecer pela oportunidade de ter conhecido uma pessoa tão incrível, tão especial... Um talento, uma bondade... Ele é luz. Ele sempre foi luz e vai continuar sendo luz na vida de todo mundo mundo", declarou.