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Justiça veta direito de resposta ao Fla por críticas na ESPN; clube recorre

Gian Oddi, comentarista da ESPN Brasil, envolvido no episódio com o Flamengo - Reprodução
Gian Oddi, comentarista da ESPN Brasil, envolvido no episódio com o Flamengo Imagem: Reprodução

Gabriel Vaquer

Colaboração para o UOL, em Aracaju

27/06/2020 04h00

A 14ª Vara Cível do Estado do Rio de Janeiro negou, em primeira instância, um pedido de direito de resposta ao Flamengo contra a ESPN Brasil e Gian Oddi por críticas feitas pelo jornalista na edição do dia 16 de março do programa "Linha de Passe", quando o comentarista afirmou que a diretoria do clube carioca era "desumana" ao tentar continuar com o Campeonato Estadual em meio à pandemia do novo coronavírus.

O Flamengo, no entanto, conseguiu uma liminar para que a ESPN seja obrigada a entregar uma cópia na íntegra do dia em questão do programa de debates para continuidade do processo, já que o clube Rubro-Negro já entrou com recurso em segunda instância para conseguir o seu objetivo. Caso a ESPN não entregue a cópia requerida pela Justiça, terá de pagar multa de R$ 30 mil.

A decisão em primeira instância foi da juíza Flávia Gonçalves Moraes Alves. A alegação do Flamengo era baseada na "falta de verdade" das críticas de Gian Oddi no "Linha de Passe", na edição em questão.



Naquela semana, a imprensa noticiava que o Flamengo havia sido o único clube contra paralisação do Campeonato Carioca naquela semana pela pandemia do novo coronavírus, e Oddi disse que havia "desumanidade" por parte da direção do clube carioca no assunto.

"Para mim, o mais estarrecedor de tudo é a postura do Flamengo na reunião de tentar continuar o campeonato. E eu acho inacreditável por como são os dirigentes do Flamengo. Então nada justifica a postura desses dirigentes de tentarem manter o campeonato porque eles sabem muito bem quais são as possíveis consequências. É uma diretoria desumana", disse Gian Oddi na ocasião.

Para argumentar ainda mais sua opinião, Gian Oddi também citou a falta de acordo com a grande parte das famílias que perderam jovens no incêndio do Ninho do Urubu. O processo foi movido pelo Flamengo e tocado pelo vice-presidente geral e da procuradoria-geral do clube, Rodrigo Dunshee, que explicou a decisão nas redes sociais.

"A imprensa tem obrigação profissional de se comportar e respeitar as pessoas que militam no meio desportivo, assim como e, especialmente, o Flamengo, um clube centenário com a maior torcida do planeta. Que se explique na Justiça. Temos muito mais o que fazer. E que não se diga que não aceitamos críticas. Aprendemos com elas e não reclamamos. O que não vamos aceitar são ofensas", disse Dunshee.

Vale ressaltar que o Flamengo ainda pode ter o direito em segunda instância. O processo nessa instância já tem um relator, e ele tem o prazo máximo de 10 dias para dar um parecer sobre a questão. Procurada para falar sobre o assunto, a comunicação da ESPN afirmou que a emissora não comenta processos em andamento.