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Dérbi de 2000 foi visto por 6 milhões de paulistas e fez Globo superar SBT

Marcelinho erra cobrança durante decisão entre Corinthians e Palmeiras, pela Libertadores de 2000 - Juca Varella / Folhapress
Marcelinho erra cobrança durante decisão entre Corinthians e Palmeiras, pela Libertadores de 2000 Imagem: Juca Varella / Folhapress

Gabriel Vaquer

Colaboração para o UOL, em Aracaju

08/06/2020 04h00

O histórico confronto entre Palmeiras e Corinthians pela Libertadores de 2000, cujo jogo de volta completou 20 anos nesse sábado (6), foi um marco para a televisão esportiva brasileira. Exibida por Globo e Band, a partida foi assistida por 6 milhões de pessoas e fez a emissora carioca finalmente superar o SBT, que na época frequentemente liderava com filmes de Hollywood.

O jogo foi exibido no último sábado pelo Facebook e até conseguiu boa visualização para os padrões da plataforma, com cerca de 166 mil espectadores. Mas nada comparado com o que a partida atingiu naquele 4 de junho de 2000. Juntando os picos de Ibope das duas emissoras que exibiram o jogo, o triunfo do Palmeiras sobre o Corinthians atingiu pico de 76 pontos de audiência na Grande São Paulo.

Na média, o Dérbi fechou com 51 pontos com picos de 59 na Globo e 11 com picos de 17 na Band. Naquela época, um ponto de audiência equivalia a exatos 80 mil telespectadores. Em outras palavras, aquela partida alcançou pouco mais de 6 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Na média unida, o jogo fechou com 62 pontos de audiência.

Para efeito de comparação, o jogo conseguiu mais pontos que uma das partidas da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2002. A goleada por 5 a 2 sobre a Costa Rica, pela terceira rodada da fase de grupos, marcou 56 pontos na Globo, que exibiu o jogo com exclusividade. O pico total de 76 do clássico foi maior até mesmo que o da final entre Brasil e Alemanha, que atingiu no máximo 69 pontos. O índice só era atingido pela Globo em alguns finais de novela das oito, o principal produto da emissora, e ainda assim apenas em tramas de sucesso.

O jogo foi a maior audiência da semana tanto na Globo como na Band. O curioso é que a partida foi exibida em uma terça-feira, dia pouco comum para partidas decisivas desse nível. A explicação tem um nome: PSN, o antigo canal esportivo que teve vida curta e durou pouco mais de dois anos, entre 2000 e 2002.

Naquele ano, os direitos da Libertadores eram do fundo de investimentos Hicks, Muse, Tate & Furst, dona do PSN. Por questões de estratégia, a HMTF decidiu pedir para a Conmebol escalar os principais jogos nas noites de terça-feira. Para Globo e Band, que compravam os direitos licenciados do fundo de investimento, só restava adaptar a programação a isso.

Para a Band não foi tão difícil, mas a Globo decidiu inverter a programação. Tradicionalmente exibido nas noites de terça, o programa "Casseta e Planeta Urgente!", no seu auge na época, e o "Muvuca", de Regina Casé, foram para as noites de quarta.

A mudança fez com que a Globo deixasse de perder para o SBT nas terças-feiras. Regina Casé e sua atração não conseguiam fazer frente para os filmes do canal de Silvio Santos, que mantinha contratos com as gigantes Warner e Disney naquela época. No dia 11 de abril de 2000, com o filme "Duro de Matar 3", o SBT marcou 30 pontos, contra 15 da Globo entre 22h05 e 0h47.

O Palmeiras venceu o jogo de volta por 3 a 2 após perder a ida por 4 a 3 e forçou a decisão por pênaltis. Marcos defendeu a cobrança de Marcelinho, classificando o Alviverde para a final. A equipe perderia a decisão para o Boca Juniors.

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