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Globo do RS demite 25 funcionários e inclui ex-árbitro Márcio Chagas

Retrato de Márcio Chagas, comentarista esportivo e ex-árbitro de futebol - Tiago Coelho/UOL
Retrato de Márcio Chagas, comentarista esportivo e ex-árbitro de futebol Imagem: Tiago Coelho/UOL

Gabriel Vaquer

Colaboração para o UOL, em Aracaju

24/04/2020 15h42

O Grupo RBS, dono da RBSTV, afiliada da Globo no estado do Rio Grande do Sul, demitiu hoje (24) cerca de 25 profissionais de todas as áreas, incluindo televisão, rádio e jornal impresso. No setor esportivo, duas dispensas chamam a atenção: a de Rafael Cechin, editor-chefe de Esportes da Rádio Gaúcha, e a de Márcio Chagas, ex-árbitro de futebol e comentarista de futebol da emissora gaúcha.

Segundo apurou o UOL Esporte, a empresa informou que está realizando os cortes por conta de uma restruturação interna, ocorrida em meio a problemas financeiros e corte de verba publicitária de anunciantes devido à pandemia da Covid-19. Além das demissões, quem ficar na RBS terá que se submeter a redução de 25% do valor total de seu salário.

Internamente, a avaliação é que as dispensas ocorreram com profissionais que tinham vencimentos bem altos. A reportagem apurou que pelo menos dois dos principais patrocinadores da RBSTV deixaram de promover anúncios na emissora gaúcha por causa da pandemia.

Se novas quedas de arrecadação publicitária acontecerem nos próximos meses, novas medidas deverão ser tomadas pela direção da empresa de comunicação para reverter o quadro e impedir um prejuízo ainda maior para o Grupo RBS.

Internamente, a demissão de Márcio Chagas foi, disparada, a mais mal recebida por quem trabalha no Grupo RBS. O ex-árbitro de futebol, que se aposentou após ser vítima de um caso grave de racismo no Campeonato Gaúcho, vive um momento delicado pessoalmente.

Márcio Chagas, ex-árbitro e comentarista, relata ofensas racistas

UOL Esporte

O árbitro foi informado de sua demissão por telefone segundo apurou o UOL Esporte. Sua esposa está internada em um hospital de Porto Alegre, lutando contra o câncer. Colaboradores da RBS ouvidos pela reportagem avaliam que faltou sensibilidade para a empresa em entender que não era o momento de dispensar Chagas.

Em nota divulgada sobre a situação, o Grupo RBS afirmou que promoveu as reformulações para se adequar à crise financeira. A empresa também disse que as decisões tomadas agora só passam a ter valor a partir do dia 1 de maio.

"A pandemia do coronavírus gerou uma crise mundial de proporções inéditas na história recente. A RBS, assim grande parte das empresas do Rio Grande do Sul, também está sofrendo seus impactos econômicos. Para minimizá-los, a empresa está adaptando sua operação ao momento atual e para estar preparada frente a um cenário ainda incerto. Todas as decisões têm como objetivo principal manter a sustentabilidade do seu propósito no longo prazo", declarou o Grupo RBS, em nota.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, o nome do editor-chefe de Esportes da Rádio Gaúcha é Rafael Cechin, não Cochin.