Fifa entra com ação contra Blatter e Platini para reaver 1,8 mi de euros
O Comitê de Governança da Fifa entrou hoje com uma ação na Justiça da Suíça para recuperar 1,8 milhões de euros (aproximadamente R$ 9 milhões) que foram pagos de forma indevida pelo ex-presidente da entidade Joseph Blatter ao ex-comandante da Uefa Michel Platini.
O cartola suíço fez o pagamento para o ex-atleta da Juventus em 2011, mas o caso veio à tona em 2015 e obrigou Blatter a renunciar do comando da entidade máxima do futebol.
O Comitê de Governança informou que, após investigação pelos órgãos judiciais independentes da Fifa, foi concluído que o pagamento não tinha qualquer base contratual, nem por escrito nem oralmente, e que era considerado um presente ilícito e um pagamento indevido contrário ao código de ética da organização.
O órgão de administração da federação, presidido pelo juiz indiano Mukul Mudgal, levou em conta na sua recomendação que, desde que a Procuradoria-Geral da República da Suíça (OAG) anunciou, em 24 de setembro de 2015, o início de uma investigação criminal sobre o pagamento, nenhuma decisão foi emitida. O comitê afirmou que não espera que isso aconteça em breve.
Com isso, entendeu que o passo mais adequado é iniciar um processo judicial para recuperar o dinheiro e, ao mesmo tempo, apresentar reclamações contra os dois.
"Até mesmo a Suprema Corte Federal da Suíça confirmou que esses 2 milhões de euros são vistos como 'um pagamento indevido'. Se e quando recuperados com sucesso, esses fundos (juntamente com os juros) serão totalmente canalizados de volta para o desenvolvimento do futebol, que é onde o dinheiro deveria ter sido investido no primeiro momento", disse a Fifa em um comunicado divulgado hoje.
Esse episódio frustrou Platini, pois o francês tinha intenção de suceder Blatter à frente da Fifa. O ex-jogador, que liderou a Uefa entre 2007 e 2015, teve seu nome envolvido em casos de corrupção e o impediu de ser candidato à presidência da federação.
Em junho deste ano, Platini foi detido na França sob suspeita de corrupção na escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022, mas foi solto poucos dias depois.
O francês alega que foi "vítima de uma conspiração" e "de um violento processo de mediação" pela sua saída da Uefa e por não conseguir se candidatar para a presidência da Fifa.
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