De assassino a lutador: projeto em prisão tenta reabilitação com esporte
Nem Chalermpol Sawadsuk parece acreditar na pessoa em que se transformou depois de sair da prisão. Condenado por tráfico de drogas, o tailandês que já cometeu assassinatos e era um dos braços armados de uma organização criminosa hoje se dedica exclusivamente ao esporte, mais precisamente ao muay thai. Foi assim que ele reduziu sua pena e sentiu a sensação de liberdade novamente.
Membro do tráfico desde os 18 anos, Sawadsuk foi preso aos 23. Além de vender drogas, fazia as cobranças em nome dos criminosos e matava pessoas caso recebesse tais ordens de seus superiores. Acabou condenado a dez anos de prisão.
No segundo ano na penitenciária, no entanto, ele descobriu um programa do governo tailandês que pode diminuir a pena daqueles que se dedicarem às lutas. Para isso, é preciso ter uma experiência anterior em boxe ou muay thai e ter sido condenado a pelo menos dez anos de prisão, justamente a sentença de Sawadsuk.
Como lutou muay thai dos 8 aos 15 anos, o tailandês preenchia todos os requisitos. Passou a treinar diariamente das 9h às 18h, com duas horas de intervalo, e logo começou a lutar no presídio. Os adversários eram detentos de outras cidades, funcionários ou boxeadores estrangeiros em busca de experiência.
“Quem poderia imaginar que uma pessoa ruim como eu poderia ter a chance de ter uma boa família novamente? Acho que o amor é a reabilitação”, comentou ao “The New York Times”.
Graças às vitórias nos ringues dentro do presídio e ao bom comportamento impulsionado pela rotina de treinamentos, Sawadsuk teve sua pena reduzida para três anos e ganhou a liberdade antes do que esperava.
Ele tem uma namorada, Saranya Meesuk, e saiu de Bangkok com ela para se afastar de pessoas e situações que o ligavam ao crime. O lutador agora se prepara em uma academia especializada e aprende um estilo mais internacional de muay thai.
“Tudo isso foi uma grande mudança na minha vida. Acho que o programa me ajudou a ter mais foco e a desacelerar. Agora penso mais nas coisas e sou mais racional. Cresci muito”, avalia.
O passado, no entanto, ainda está vivo em sua memória. Ele diz que se lembra do rosto de todas as pessoas que matou e de como elas imploraram para continuar vivas. Sawadsuk afirma que reza toda noite por elas. O restante do tempo é dividido entre a namorada e a rotina de lutas.
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