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Em espiral de críticas, atletas da NFL e NBA "abrem fogo" contra Trump

Donald Trump critica atletas da NFL e campeão da NBA - Brendan Smialowski/AFP
Donald Trump critica atletas da NFL e campeão da NBA
Imagem: Brendan Smialowski/AFP

Do UOL, em São Paulo

24/09/2017 04h00

Os conflitos entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e alguns dos principais astros da liga norte-americana de basquete (NBA) e da mais importante liga de futebol americano do mundo (NFL) parecem ter chegado a um caminho sem volta. Desde sua eleição, o presidente viu atletas do nível de Lebron James e Stephen Curry se oporem às suas atitudes e criticarem principalmente a forma como o político tratava a questão dos conflitos raciais, que tem ganho climas de tensão nos últimos meses.

Na sexta (22), Trump resolveu piorar o clima que já era ruim com alguns astros do esporte dos Estados Unidos, ao criticar atletas do basquete e da NFL que se manifestam politicamente em jogos.Ação e reação, a troca de farpas cresceu e se espalhou pela América do Norte, envolvendo clubes, as ligas esportivas e esportistas que também foram a público defender o seu lado da história.

O presidente dos Estados Unidos chamou, em um comício do Partido Republicano no Alabama, de “filhos da mãe” os jogadores de futebol americano que protestam contra o racismo no momento do hino nacional —desde 2016, atletas da modalidade ficam de joelhos durante a execução para chamar a atenção da violência policial no país contra a população negra.

Além das ofensas, o presidente dos EUA disse que aqueles que protestam deveriam ser demitidos das suas equipes e incentivou torcedores a deixarem os estádios no momento das manifestações.

Em resposta, a NFL emitiu uma nota rebatendo Trump e dizendo que “nossos jogadores estão melhores quando ajudamos a criar um senso de unidade em nosso país e nossa cultura”.

Jogadores de peso na liga como Chris Conley, wide receiver do Kansas City Chiefs, Martellus Bennett, tight end do Green Bay Packers, e Richard Sherman, cornerback do Seattle Seahawks, foram às redes sociais e disseram que Trump está dividindo ainda mais o país com atitudes como essa.

O cantor Sean Combs, ex-Puffy Daddy, também entrou na discussão e pediu para os jogadores da NFL fazerem algum ato antes dos jogos deste domingo, demonstrando sua insatisfação com o presidente. 

Depois, neste sábado, o presidente tuitou retirando um convite aos Golden Staten Warriors, campeões da última temporada da NBA, para visitar a Casa Branca. “Ir à Casa Branca é considerado uma grande honra para uma equipa campeã. Stephen Curry está hesitando, dessa maneira o convite foi retirado”, escreveu.

A atitude de Trump foi uma resposta ao jogador Stephen Curry, que afirmou que se recusa a visitar a residência oficial da Presidência por não concordar com o atual ocupante do cargo.

“Não apoiamos o nosso presidente – as coisas que disse e as coisas que ele não disse nos termos corretos, não apoiamos isso. E ao agir e não ir [à Casa Branca], talvez isso inspire algumas mudanças sobre o que toleramos no nosso país, o que é aceitável e aquilo que devemos ignorar”, disse a estrela do basquete.

Curry, que foi acompanhado posteriormente por uma nota pública da sua equipe, direcionou as farpas a Trump, depois das críticas sobre os jogadores da NFL.

A troca de desaforos entre os dois, na sequência, mobilizou outras estrelas e entidades esportivas americanas.

O Golden State Warriors publicou um comunicado nas redes sociais dizendo que “respeita a liberdade de expressão”, em tom de crítica ao presidente.

Três vezes campeão da NBA, quatro vezes eleito melhor jogador do campeonato e um dos atletas mais bem pagos do mundo, o LeBron James, dos Cleveland Cavaliers, chamou neste sábado no Twitter o presidente de “vagabundo” e disse que apoiava Curry. “Ir à Casa Branca era uma grande honra até você [Trump] aparecer”, escreveu.

O ex-jogador Kobe Bryant também entrou na discussão: "Um Presidente dos EUA cujo nome apenas gera divisão e fúria, cujas palavras inspiram discórdia e ódio, jamais poderá tornar a América grande de novo [o slogan de campanha de Trump].”