Atleta relata agressão no Corinthians e abre processo; diretor rebate
Uma troca de acusações e um processo aberto por um ex-atleta do Corinthians veio à tona nesta terça-feira. Gabriel Hassani, de 19 anos, acusa Ricardo Trigo, diretor do futebol americano do clube, de agredi-lo durante uma partida disputada no começo do ano.
No processo, Gabriel diz que o diretor desferiu diversos socos depois de uma confusão com um jogador adversário no dia 22 de janeiro, na partida amistosa entre Corinthians e Portuguesa. Ricardo, por sua vez, afirma que houve golpes das duas partes. A reportagem do UOL Esporte procurou o atleta e o diretor - o jogador se pronunciou por meio de seu advogado.
"Ele discutiu com o jogador do outro time e o Ricardo não gostou. Ele entrou no campo e empurrou Gabriel, que tentou sair do campo. Ele continuou atrás e deu socos nele. Um só acertou, porque ele deu vários e o pessoal apartou", disse o advogado de Gabriel, Roberto Aielo, que afirmou que Ricardo não sabia que o pai do atleta estava vendo o jogo.
"Eu estava com a equipe como treinador. O Gabriel teve um entrevero com um jogador da Portuguesa. Ele pisou no cara e chutou o capacete dele no chão. Eu falei para ele que não é dessa forma que a gente age. Que temos de ter respeito. Ele lançou o capacete na minha direção. Eu segurei ele, ele me empurrou e nós dois desferimos um golpe. Meu óculos quebrou e entrou caco de vidro no meu olho", rebateu Ricardo Trigo.
O diretor, que se aposentou dos gramados no ano passado, ainda disse que depois da confusão ele deixou o campo e foi embora porque o pai de Gabriel "ficou transtornado falando ele ia matá-lo" e porque "tinha perdido a vontade de continuar" no local da partida.
"Fui surpreendido com essa ação dizendo que ele foi espancado. Espancado não foi. Cada um fala o que quer. Não deveria ser feito dessa forma, a gente poderia ter conversado. Ele abriu um precedente para eu fazer a mesma coisa, pois ele também me agrediu. Foi descabido", afirmou Ricardo, que admitiu que desferiu o primeiro soco após ser empurrado e ser atingido pelo capacete de Gabriel
Nesta terça-feira, Gabriel postou uma foto em uma rede social e lamentou o desfecho da confusão. O jogador de 19 anos deixou de competir pelo clube logo após o incidente.
"Quem me conhece sabe o quanto tudo isso foi doloroso para mim e pros meus familiares, tive meu sonho interrompido no qual eu defendia as cores do time do meu coração! Apesar de tudo isso continuo sendo Corinthians até a minha morte", escreveu.
Segundo o advogado do atleta, a audiência de conciliação ainda não está marcada. Depois de ela ser designada, haverá a audiência de instrução e julgamento. Gabriel pede uma indenização de R$ 10 mil por danos morais.
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