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Como e por que Ronaldo Fenômeno decidiu investir em e-Sports?

Ronaldo Fenômeno investiu em mais um setor e agora é sócio de um time de e-Sports  - Thibaut Camus/AP Photo
Ronaldo Fenômeno investiu em mais um setor e agora é sócio de um time de e-Sports Imagem: Thibaut Camus/AP Photo

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

31/01/2017 04h00

Nesta semana, Ronaldo vai estrear em mais um esporte. Depois de uma carreira gloriosa no futebol e incursões ocasionais no pôquer, o Fenômeno vai jogar um desafio de League of Legends. Acostume-se. Se não vai tentar virar um profissional do jogo, febre que coloca os e-Sports em alta, o ex-camisa 9 deve se aproveitar da alta da modalidade para faturar.

A notícia foi divulgada na semana passada. Depois de comprar a agência de marketing esportivo Octagon, Ronaldo assumiu parte do CNB, um dos times mais famosos de e-Sports no país. Foi levado ao setor por André Akkari, jogador de pôquer que também decidiu investir no setor e agora tem, ao lado de Ronaldo e outro sócio, 50% do time.

“A gente já vinha conversando com o Akkari, ele comentou com o Ronaldo e ele se empolgou. Acho que tem vários motivos [para o interesse do Fenômeno em e-Sports]. É um nicho dentro do mundo dos games que está crescendo a ponto de virar algo à parte e ter presença maior. Os números são impressionantes, mas é interessante que é esporte, tem aquela adrenalina”, disse Carlos Fonseca, fundador do CNB junto com o irmão, com quem detém os outros 50% do time.

O lançamento oficial da parceria com Ronaldo será nesta quarta, na sede do CNB, onde treinam e vivem os principais atletas de League of Legends do time. Ronaldo fará um desafio do jogo contra Andre Akkari e falará sobre a nova empreitada com a imprensa.

Em entrevista ao UOL Esporte, Carlos Fonseca explicou que os dois fizeram um investimento financeiro para entrar na sociedade, mas que acumularão a função de “garotos-propaganda” do CNB e dos e-Sports como um todo. Para aproveitar um mercado que movimentou US$ 610 milhões (R$ 1,95 bilhão) em premiações, investimentos e patrocínios em 2015, Ronaldo promete colocar todo seu estafe para trabalhar na captação de recursos para o CNB.

“Ele mora na Espanha, mas vai ter uma participação remota como empresário. A equipe R9 vai estar em contato constante conosco e ele vai ser importante na questão empresarial, fazendo contatos e nos ajudando a atingir mais patrocinadores”, disse Fonseca.

Para que a empreitada seja um sucesso, Ronaldo e seus novos sócios precisam que os e-Sports cresçam como um todo. Carlos Fonseca hoje é presidente da ABCDE (Associação Brasileira de Clubes de e-Sports), que batalha para ver o setor reconhecido como uma modalidade no Ministério do Esporte. O aval ajudaria na adequação dos jogadores à Lei Pelé e permitiria que clubes e investidores buscassem, por exemplo, recursos da Lei de Incentivo ao Esporte.

“Em alguns países esse reconhecimento já existe. Nos EUA, por exemplo, os cyber-atletas têm até passaporte específico de atletas. Neste ano nós já vamos ter os atletas todos regularizados de acordo com a Lei Pelé. A Lei de Incentivo ajudaria na captação de recursos no futuro”, completou.