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Agência russa rebate: admissão de esquema de doping foi tirada de contexto

AP Photo/Patrick Semansky
Imagem: AP Photo/Patrick Semansky

Do UOL, em São Paulo

28/12/2016 10h39

A Agência Russa Antidoping (Rusada, na sigla em inglês) divulgou um comunicado oficial nesta quarta-feira em que alega que a admissão de um esquema para burlar os exames antidoping no país, publicada pelo jornal americano "The New York Times" na última terça-feira, foi tirada de contexto.

Segundo a agência, a atual diretora-executiva Anna Antseliovich apenas fez ao jornal uma constatação em relação à “conspiração institucional” citada no relatório do caso, sem colocar juízo de valor sobre a sua validade.  

“Durante a conversa entre Antseliovich e a jornalista Rebecca Ruiz, a diretora ressalta que, na segunda parte do relatório publicado em 9 de dezembro de 2016, Richard McLaren deixou de usar as palavras 'sistema de doping patrocinado pelo Estado' e em vez disso se referiu a 'conspiração institucional', excluindo assim o possível envolvimento dos altos funcionários do país”, diz o comunicado.

“Infelizmente, a Sra. Ruiz tirou as palavras do contexto, criou uma impressão de que a administração da RUSADA admite a existência de tal conspiração institucional de encobrimento doping na Rússia” completou.

Na reportagem, o The New York Times diz que a atual diretora-executiva da Agência Antidoping da Rússia, Anna Antseliovich, descreveu o esquema como uma "conspiração institucional". A reportagem detalha como um diretor de laboratório manipulou amostras de urina dos atletas nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi-2014 e forneceu coquetéis de drogas que aumentam o desempenho.

A "conspiração", segundo a reportagem, chegou até o Serviço Federal de Segurança - sucessor da K.G.B. - e a um vice-ministro do esporte que ordenou encobrimentos das provas por anos.

A revelação do esquema de doping e o relatório independente produzido a pedido da Agência Mundial Antidoping provocaram uma série de sanções aos russos. A Federação Internacional de Atletismo, por exemplo, suspendeu a equipe do país da Rio-2016. Além disso, os atletas russos de demais modalidades tiveram de passar por novo processo de verificação de dopagem às vésperas dos Jogos Olímpicos.

Veja a nota na íntegra

Em resposta ao artigo publicado no jornal "The New York Times", a "RUSADA" afirma que sua diretora geral Anna Antseliovich foi mal interpretada e suas palavras foram retiradas do contexto”.

Durante a conversa entre A.A. Antseliovich e a jornalista Rebecca Ruiz, a diretora ressalta que na segunda parte de seu relatório publicado em 9 de dezembro de 2016, Richard McLaren deixou de usar as palavras "sistema de doping patrocinado pelo Estado" e em vez disso se referiu a "conspiração institucional", excluindo assim o possível envolvimento dos altos funcionários do país.

Infelizmente, a Sra. Ruiz, tirou as palavras do contexto, criou uma impressão de que a administração da RUSADA admite a existência de tal conspiração institucional de encobrimento doping na Rússia. Gostaríamos de sublinhar que a RUSADA não tem autoridade para admitir ou negar tal fato, uma vez que a investigação do caso é tratada pela Comissão de Investigação da Federação Russa. Além disso, gostaríamos de salientar que a RUSADA acredita firmemente que cada atleta acusado tem o direito inalienável de contestar as acusações.

Por nossa parte, reafirmamos nosso compromisso com os princípios antidoping e continuamos a operar de acordo com o Código Mundial Antidoping e as Regras Antidoping da Rússia".