Ele tem esclerose múltipla, terminou um Ironman e virou filme no Netflix
Ramón Arroyo tinha 32 anos quando foi diagnosticado com esclerose múltipla e ouviu de um médico que em pouco tempo não poderia correr nem 200 metros. Mas o executivo espanhol que não fazia esportes ignorou tal estimativa. Mais que isso, ignorou a maioria das barreiras típicas de sua doença. Com um Ironman e quatro maratonas no currículo, ele virou filme e uma bandeira sobre a esclerose.
Foi em outubro de 2013 que Arroyo superou qualquer previsão sobre seu estado de saúde. Ao completar os 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida e terminar uma edição do Ironman, ele mostrou um lado da esclerose múltipla que muitas vezes é esquecido ou até ignorado.
“Achei que precisava mostrar que existe um outro lado da esclerose fora da cadeira de rodas. Claro que esse lado pior existe, mas também é fato que até 70% dos pacientes não têm essas dificuldades tão grandes”, contou Arroyo ao El Mundo.
O caminho para isso, no entanto, não foi simples. Arroyo levou quase dez anos do diagnóstico, passando pelo início de depressão e pelas primeiras corridas até se tornar um maratonista (já fez 4 maratonas) e um triatleta (tem ainda 5 ‘meio Ironman’ e 8 provas olímpicas de triatlo).
Ele conta que ficou alguns anos sem ter novas crises da doença, mas que elas voltaram nos últimos dois anos, quando o remédio que usava parou de fazer efeito. “Ter essa doença é como estar na beira do abismo, dar quatro voltas e retornar à beirada”, resumiu.
O fato é que a trajetória impressionante desse espanhol no esporte e na vida virou o filme “100 Metros”, disponível no Netflix desde 2016, mesmo ano em que Arroyo lançou um livro, “Desistir não é uma opção” (em tradução livre). “Desistir, na verdade, é uma opção, mas não leva a nenhum lugar bom”, opina Arroyo.
O espanhol acompanhou de perto a produção do filme que conta sua história e participou de seu lançamento na Espanha. Ele agora tenta usar a projeção que conquistou para ajudar novas pessoas que recebem o diagnóstico da doença, mostrando que há muitos caminhos para conviver com a enfermidade.
“Todos temos algum tipo de esclerose múltipla, já que todos vamos morrer. Então o importante é aproveitar a vida, mas não da boca para fora, mas sim sabendo desfrutar de cada instante”, recomenda Arroyo, cuja história não só renderia um bom filme, como hoje faz sucesso mundo afora.
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