O problema no lado direito do quadril de Guga foi diagnosticado em março de 2001. Suportando as dores, o tenista ainda se manteve como melhor do mundo quase até o fim do ano, sendo tricampeão de Roland Garros, levando o título do Masters Series de Cincinnati e chegando ao Aberto dos Estados Unidos como favorito.
Nas quartas-de-final em Flushing Meadows, porém, fraquejou diante do russo Yevgeny Kafelnikov em três sets e, depois disso, poucas vezes demonstrou o talento reconhecido, como aconteceu na estréia no Aberto do Brasil, em que perdeu para seu compatriota Flávio Saretta.
| A LESÃO QUE ACABOU COM GUGA |
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| A lesão estrutural que fez Gustavo Kuerten abandonar a carreira precocemente fica no lado direito do quadril. Houve uma inflamação no labrum acetabular, que é uma fibrocartilagem que recobre a parte anterior da articulação do quadril. E como essa estrutura se rompeu, acabou provocando muitas dores ao tenista. Inicialmente, foi recomendado a ele que o tratamento fosse feito com sessões de fisioterapia. Como não houve solução, a primeira cirurgia, em fevereiro de 2002, foi feita por artroscopia pelo médico Thomas Byrd, que removeu toda a parte da cartilagem desgastada. Depois desse período, Guga passou altos em baixos e teve de conviver com dores. Na segunda cirurgia, em setembro de 2004, o médico Mark Philippon resolveu um problema ósseo, que bloqueava a movimentação completa do quadril e provocava dor. Essa recuperação durou seis meses porque o processo foi dividido em várias etapas, desde o pós-operatório, passando por fortalecimento muscular, para recuperar o equilíbrio e a utilização correta do quadril, e terminando na parte técnica, em que precisou corrigir "vícios" de posição que usava para mascarar as dores. |
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 PERFIL DE GUSTAVO KUERTEN |
Após seguidos fracassos desde o Aberto do Brasil até o Torneio de Buenos Aires de 2002, decidiu ser operado pela primeira vez. Ficou dois meses e meio parado e, na volta, foi às oitavas-de-final de Roland Garros. No segundo semestre, foi campeão do Aberto do Brasil e vice do Torneio de Lyon, demonstrando que poderia recuperar a antiga forma.
Em 2003, começou a temporada mais forte, incrementando a musculação em sua pré-temporada. Foi campeão em Auckland, vice em Indian Wells e chegou a figurar entre os dez melhores da Corrida dos Campeões. Fez uma temporada de saibro ruim, que culminou com as oitavas-de-final de Roland Garros.
No segundo semestre, ganhou o primeiro título no carpete (São Petersburgo) e demonstrou que a temporada seguinte seria promissora.
Mesmo terminando o ano entre os 20 melhores do mundo, Guga jamais se sentiu à vontade em quadra. Começou 2004 com o bicampeonato do Aberto do Brasil e fraquejou no início da temporada de saibro, tendo de desistir de dois Masters Series (Monte Carlo e Roma). Em Roland Garros, ficou entre os oito primeiros, batendo o suíço Roger Federer, mas passou o torneio inteiro queixando-se de dores e cansaço.
Partiu para o segundo semestre com a sensação de que não suportaria mais esse ritmo. Nas Olimpíadas, caiu na estréia diante do então campeão Nicolas Massú e voltou a perder na primeira rodada no Aberto dos Estados Unidos.
Diante disso desse novo panorama em que não suportava mais longas partidas, decidiu que não entraria mais em quadra para competir. Imaginava que ainda poderia ser o Guga dos "velhos tempos" e arriscou-se em uma nova operação, pois preferia encerrar a carreira do que seguir como um coadjuvante no circuito profissional.
Mas não foi bem assim. Achou que poderia seguir no circuito sem um técnico ao desfazer uma parceria de 15 anos com Larri Passos, passou a dar mais ênfase à fisioterapia, acertou como novo treinador (argentino Hernán Gumy), e, após os resultados sofríveis de 2005, chegou otimista a 2006. Mas, após perder o patrocínio do Banco do Brasil, caiu na estréia no Aberto do Brasil diante do desconhecido André Ghem.
Ficou claro nesse torneio que, por mais que tentasse e se preparasse, Guga sofria com grave problema de movimentação na quadra, o que o deixava vulnerável para os rivais. Em 2007, ainda tentou uma reconciliação com Larri Passos, mas longe do sucesso que ambos obtiveram no fim dos Anos 90 e início dos Anos 2000.
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