O suíço Roger Federer havia dito que derrotar Rafael Nadal na final do Masters Series de Hamburgo seria uma "injeção de energia". Com certeza, saiu de quadra neste domingo com confiança de sobra para tentar conquistar o único título de Grand Slam que ainda não possui, o de Roland Garros.
O número um do mundo conseguiu, finalmente, bater seu principal adversário e quebrar a hegemonia do 'rei do saibro', que já durava 81 jogos. Com uma grande virada, venceu por 2 sets a 1, parciais de 2-6, 6-2 e 6-0, chegou ao quarto título em Hamburgo (onde foi campeão em 2002, 2004 e 2005), e pode retomar o caminho das vitórias, um pouco abalado nesta temporada.
Depois de vencer os dois primeiros torneios que disputou este ano, o Aberto da Austrália e o torneio de Dubai, o suíço sofreu duas derrotas seguidas para o argentino Guillermo Cañas, no Masters Series de Indian Wells e Miami. Em Monte Carlo, chegou à decisão com Nadal, mas foi derrotado por duplo 6-4. Em Roma, não passou da segunda rodada, perdendo para o italiano Filippo Volandri.
Começou a final deste domingo, em Hamburog, desconcentrado e abatido. O espanhol mal deixou o suíço ver a bola no primeiro set da partida. Quebrando o serviço do adversário no terceiro game e, novamente no quinto game, o jovem de Mallorca se deu ao luxo até mesmo de arriscar mais com o saque a favor, no sexto game, dando a primeira chance de quebra para Federer. Mas o suíço continuou sofrendo com erros não-forçados.
No segundo set a história mudou. Nadal continuou abusando da coragem em bolas difíceis, mas seus golpes já não tinham a mesma eficiência. E Federer resolveu aproveitar a oportunidade. No terceiro game, Federer salvou dois break points e, na seqüência, empolgado, quebrou o serviço do rival. O espanhol seguiu cometendo erros não-forçados e levou mais uma quebra no oitavo game.
Na terceira parcial, Federer já começou abrindo 2-0 e demonstrou que estava com vontade de mudar a história, gritando "Vamos". A partir daí, administrou a vantagem sobre o jovem de 20 anos, até fechar a seu favor, com direito a um "pneu".
Federer marcou dois aces contra apenas um de Nadal e também teve mais winners: 31 contra 20. Nadal também cometeu mais erros não-forçados, em menos tempo, já que foi praticamente perfeito no primeiro set. No saldo da partida, contudo, contabilizou 34 erros, contra 31 de Federer.
| OS MAIORES DO SAIBRO |
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| 81 | Rafael Nadal (ESP) | abr/05 a mai/07 |
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| 53 | Guillermo Vilas (ARG) | mai a out/77 |
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| 46 | Bjorn Borg (SUE) | out/77 a mai/79 |
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| 40 | Thomas Muster (AUT) | fev a jun/05 |
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| 38 | Thomas Muster (AUT) | ago/95 a abr/96 |
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| 38 | Ilie Nastase (ROM) | mai a out/73 |
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| Vitórias | Tenista | Período |
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O suíço converteu cinco quebras, em 11 tentativas e Nadal, duas em sete. O espanhol, contudo, aproveitou mais o primeiro saque, com 78% contra 51%.
Este foi o 13º título de Federer em Masters Series e o 48º de sua carreira. Além disso, foi a primeira vitória contra Nadal na terra batida, em seis partidas. No total, os dois melhores tenistas da atualidade duelaram 11 vezes, agora com quatro vitórias para o suíço.
Mas esta talvez seja a mais significativa, não apenas por ter sido no saibro, mas também pelo momento em que foi conquistada. O período de turbulência na impecável carreira do número um do mundo o levou a dispensar o técnico australiano Tony Roche. A parceria de dois anos chegou ao fim após a derrota em Roma.
Não é a primeira vez que Federer resolve tocar sua carreira sozinho. A primeira vez foi em agosto de 2002, quando seu treinador, Peter Carter, morreu em um acidente de carro. O tenista diz ter melhorado e em 2003, começou a trabalhar com Peter Lundgren, mas a parceria durou apenas seis meses.
Foi apenas em 2005 que Roche passou a orientar o suíço, depois de mostrar que sabia se virar muito bem sem um técnico. Em seu primeiro desafio novamente sozinho, conseguiu acabar com o tabu contra Nadal.
ROGER FEDERER EM 2007
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