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Wimbledon admite repensar regras após confusão com Serena no US Open

Serena Williams durante final do US Open - Matthew Stockman/Getty Images/AFP
Serena Williams durante final do US Open Imagem: Matthew Stockman/Getty Images/AFP

Do UOL, em São Paulo

28/09/2018 10h52

O presidente da All England Lawn Tennis Club, Philip Brook, disse em entrevista ao jornal britânico “The Independent” que admite repensar a regra que proíbe a instrução de técnicos durante as partidas em Wimbledon, torneio que organiza.

A declaração vem na esteira da polêmica com Serena Williams, que recebeu a primeira das três advertências que culminaram com a perda de um game na final do US Open por supostamente ter recebido instruções do treinador, o que é chamado de "coaching' no jargão do tênis.

O próprio técnico de Serena, Patrick Mouratoglou, admitiu depois do jogo a tentativa de passar instruções, mas a tenista negou que tenha percebido qualquer sinal. A primeira advertência motivou o destempero da tenista, que na sequência ainda foi punida duas vezes por arremessar a raquete no chão e por ofender o árbitro.

Philip Brook diz que está aberto a discutir a possibilidade de mudanças nas regras. “A situação é muito confusa para todos. Wimbledon e outros (torneios) pensam que chegou a hora de uma conversa adulta sobre o esporte para ver para onde estamos indo. O que gostaríamos de aprender com aqueles que realizam os testes é: 'OK, nos persuadam por que é uma boa ideia'”, disse.

O organizador ainda lembrou que Wimbledon é conhecido por seu tradicionalismo, mas isso não significa se fechar para mudanças que partam de um consenso.

"Nós (Wimbledon) não somos necessariamente as pessoas mais fáceis de lidar. As pessoas podem dizer: 'Todos nós vamos votar em 'coaching', é bom para o esporte'. Vamos dizer não, mas se o resto do esporte disser que querem e há boas razões, então talvez Wimbledon deva se encaixar", disse.

A controvérsia sobre o “coaching” ganhou mais força com a acusação de sexismo por parte de Serena, para quem existe uma maior tolerância com o comportamento dos homens em quadra do que com as mulheres. A alegação dela e do técnico é que a prática comum e em raras ocasiões é punida pelos árbitros, como aconteceu no US Open.