Brasileiro se desculpa por gesto considerado racista na Davis, mas é punido
Derrotado na primeira partida do duelo entre Brasil e Japão pela repescagem da Copa Davis, Guilherme Clezar se viu no meio de uma polêmica. O tenista foi acusado de discriminação por causa de um gesto feito em direção à arbitragem asiática durante a derrota para Yuichi Sugita, na última sexta-feira (15).
Durante a partida, Clezar esticou os olhos com os dedos como forma de protesto em relação a uma marcação errada do árbitro de linha. No lance, a bola havia atingido a linha, mas o juiz marcara bola fora. Na sequência, o desafio eletrônico mostrou que a bola foi dentro.
Em suas redes sociais, Clezar pediu desculpas pelo gesto e afirmou não ter tido a intenção “de ser agressivo, racista, preconceituoso ou qualquer coisa do tipo com o povo asiático”.
Neste sábado, a Federação Internacional de Tênis (ITF) anunciou que o tenista foi multado em US$ 1,5 mil (R$ 4,8 mil) por causa do gesto. “A ITD condena todo tipo de comportamento ofensivo”, diz a entidade na nota oficial.
O Brasil está em situação delicada no duelo com o Japão. Com 2 a 0 contra na disputa, a equipe brasileira pode ser eliminada já neste sábado, no jogo entre os duplistas Marcelo Melo e Bruno Soares, que enfrentam Ben McLachlan e Yasutaka Uchiyama.
Confira a nota oficial de Guilherme Clezar:
“Ao acordar aqui no Japão tomei conhecimento de que o gesto que fiz no jogo de ontem foi interpretado de forma equivocada. Quero aqui ressaltar que nunca, jamais, tive a menor intenção de ser agressivo, racista, preconceituoso ou qualquer coisa do tipo com o povo asiático.
Fomos extremamente bem recebidos por aqui e mantenho uma excelente relação com todos os tenistas das mais diversas nações do circuito. Mesmo não tendo intenção preconceituosa, reconheço que o gesto feito não condiz com atitudes de respeito, zelo, solidariedade, emoção e tantas outras coisas que o esporte transmite para nós.
Quem convive comigo sabe o quanto sou respeitoso e prezo pela educação, bons modos e zelo nas relações humanas. Por isso, venho expressar meu arrependimento e pedir minhas mais sinceras desculpas. Minha vontade era poder me desculpar pessoalmente com cada um, mas infelizmente isso não é possível.
Sigo respeitando ainda mais a condição de representante do nosso país nesse confronto, bem como toda a população asiática, pela qual nutro muita consideração e respeito, tanto pela maneira como nos receberam como por toda sua história. Prometo que aprenderei com isso e jamais tomarei qualquer atitude assim mais uma vez.
Espero, do fundo do coração, que este ato errado de minha parte seja perdoado. Agora vamos torcer pelos meninos hoje (sábado) e entrar com tudo amanhã (domingo) parar virarmos esse confronto!”.
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