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Homenagem a tenista contra união gay pode gerar boicote em Grand Slam

Andy Murray em ação em Roma. Tenista se posicionou sobre possível boicote. - Max Rossi/Reuters
Andy Murray em ação em Roma. Tenista se posicionou sobre possível boicote. Imagem: Max Rossi/Reuters

Do UOL, em São Paulo

30/05/2017 17h08

Um dos mais tradicionais torneios do calendário do tênis mundial, o Aberto da Austrália pode sofrer boicote de tenistas importantes em 2018. De acordo com a televisão britânica "BBC", o fato de uma das principais quadras do torneio receber o nome da ex-jogadora Margaret Court, que hoje é pastora e se manifesta contra o casamento gay, pode afastar os astros da competição.

Court venceu o Aberto da Austrália 11 vezes e é considerada a tenista mais bem-sucedida da história do país. Por isso, a quadra foi nomeada em sua homenagem. Porém, seu posicionamento em relação ao casamento gay pode mudar este cenário.

"Para jogadores, estar em uma posição em que você está no Grand Slam e boicotando jogar em uma quadra pode causar muitos problemas. Se algo for acontecer e os jogadores chegarem a um acordo, se eles acharem que o nome deve ser mudado ou algo do tipo, isso tem de ser decidido antes do começo do evento. Mas imagino que muitos jogadores se sintam muito ofendidos por isso", disse Andy Murray, líder do ranking da ATP.

Principal tenista australiana do circuito, Samantha Stosur, 22ª colocada no ranking da WTA, diz não concordar com Court, mas admite que acha difícil que a quadra mude de nome.

"Acho que todo mundo pode ter sua opinião. Não concordo com ela, mas acho que vamos superar isso quando o Aberto da Austrália chegar. Vamos ver quem vai querer jogar na quadra e quem não vai. Acho muito difícil acreditar que o nome possa ser mudado. O nome da quadra é Margaret Court pelo que ela fez no tênis", opinou.

A Margaret Court Arena é a terceira mais importante do complexo que recebe o Aberto da Austrália. Tem capacidade para 7,5 mil pessoas e foi rebatizada com o nome da tenista em 2003.