Atletas de diferentes modalidades têm cumprido um papel fundamental na luta antirracista. Em homenagem a eles, neste dia da Consciência Negra, o UOL relembra o papel dos principais ativistas das quadras, ringues, tatames, gramados e pistas.
A maior tenista do mundo frequentemente usa sua posição para debater as questões raciais e chamar atenção para o racismo estrutural, sobretudo nos EUA. Serena já declarou em entrevista à ESPN que é importante que pessoas com a visibilidade dela falem sobre o assunto.
Serena Willians
Isso me machuca porque é o meu povo morrendo, todos que morrem se parecem comigo. Quem pode dizer que eu não serei a próxima? Eu quero usar minha voz para influenciar outras pessoas a mudar”.
Serena Willians
Primeiro negro a vencer um torneio de Grand Slam, em 1968, o tenista norte-americano era um ávido ativista anti-aparthaid. Em 1968, recebeu uma carta de Martin Luther King, na qual o ativista destacava o compromisso do tenista pela luta dos direitos civis.
Arthur Ashe
Filha de mãe japonesa e pai haitiano, a tenista tem se colocado como uma das vozes contemporâneas mais atuantes na luta contra o racismo. No US Open em maio deste ano, a Naomi usou máscaras com nomes de cidadãos negros mortos em decorrência do racismo.
Naomi Osaka
Não é de hoje que o astro dos Lakers se manifesta sobre situações de racismo. Em 2014, ele entrou em quadra com uma camiseta com a frase “Eu não consigo respirar”, depois que um policial branco foi absolvido da morte, por asfixia, de um homem negro.
LeBron James
Ele também aderiu ao movimento "Black Lives Matter". "Sei que as pessoas cansam de me ouvir falar isso, mas nós, pessoas negras, estamos com medo na América. Homens negros, mulheres negras, crianças negras, estamos apavorados".
O jogador iniciou o movimento de ajoelhar-se durante a execução do hino dos EUA antes dos jogos da NFL para protestar contra a violência sofrida pela população negra. O movimento ganhou coro de outros atletas da liga, sobretudo, depois de Donald Trump se manifestar contra ele.
Colin Kaepernick
O heptacampeão da F1 Lewis Hamilton é outro que tem usado sua exposição para se manifestar contra o racismo. Ele lidera um movimento na categoria e já foi até advertido por usar uma camiseta em protesto contra a morte de Breonna Taylor pela polícia dos EUA, em março deste ano.
Lewis Hamilton
Após o episódio, a FIA proibiu o uso de camisetas no pódio (apenas os macacões). Em resposta, Hamilton apareceu com óculos pedindo o fim do racismo. Por influência dele, a Mercedes pintou os carros de preto.
Em 1960, o pugilista liderou um movimento contra a segregação racial nos EUA. Ele jogou no rio Ohio a medalha de ouro que havia ganhado na Olimpíada de Roma após um atendente de uma lanchonete se recusar a servir-lhe por causa da sua cor de pele.
Muhammad Ali
Sete anos depois, Ali se recusou a ir para a Guerra do Vietnã e justificou: “Eu não vou viajar 10 mil milhas para ajudar a assassinar outro povo pobre simplesmente para continuar a dominação de senhores de escravos brancos sobre as pessoas mais escuras no mundo”.
Na Olímpiada do México, os norte-americanos Tommie Smith e John Carlos conquistaram as medalhas de ouro e bronze na prova dos 200 metros rasos. No pódio, eles ergueram um dos braços em referência aos Panteras Negras.
Pódio em 1968
No Brasil, o ex-lutador de taekwondo e colunista do UOL, Diogo Silva, chamou a atenção na Olímpiada de Atenas, em 2004, ao erguer o punho fechado e usar uma luva preta, em referência ao gesto característico dos Panteras Negras.
Diogo Silva
Campeã olímpica em 2016, a judoca Rafaela Silva chegou a cogitar parar de lutar após ter sido alvo de ofensas racistas ao perder uma luta nos jogos de Londres, em 2012. Depois de outo olímpico, a atleta desabafou ao Globo Esporte:
Rafaela Silva
O macaco que tinha que estar na jaula em Londres hoje é campeão olímpico dentro de casa e hoje eu não fui uma vergonha para a minha família.
Rafaela Silva
O goleiro Aranha é outro atleta brasileiro vítima de episódios racistas. Em 2014, o então jogador do Santos foi alvo de xingamentos racistas por parte de torcedores do Grêmio. Recentemente, ele relembrou o caso:
Aranha
A essência do futebol no Brasil é totalmente racista, os negros não podiam jogar. Como é uma coisa nova ainda, de 100 anos, tem muito diretor, netos de diretores daquele tempo. Muito figurão ainda no futebol que traz esse pensamento.