somos três

Por Adriano Wilkson

Uma história de amor, vida, morte, Corinthians e Palmeiras

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Começaram a namorar anos depois. Ele virou policial militar. Ela, enfermeira.

Flávio e Jéssica se conheceram na escola. Ele se apaixonou. Ela não deu bola.

Viajaram para praia, pra montanha, fizeram tatuagens e viram neve no Chile.

Viram vários jogos do Palmeiras...

Marcaram o casamento para novembro. Mas antes, houve uma surpresa.

E logo depois outra...

Jéssica resolveu antecipar o casamento para setembro. No dia de subir no altar, ela estava grávida de seis meses.

Dia do casamento

Mas Jéssica não resistiu. Causa da morte: eclâmpsia, uma doença que pode afetar gestantes.

Flávio foi chamado, prestou os primeiros socorros e a levou a dois hospitais.

A caminho da igreja, Jéssica passou mal.

Sophia nasceu e foi direto para a UTI. Após a morte da noiva, Flávio precisava reunir forças para ajudar a filha a lutar pela vida.

Outro problema surgiu. A conta do hospital chegou, e o policial não conseguiria pagar...

O maquiador do casamento de Jéssica também tinha trabalhado no casamento do jogador, que ficou sabendo da história.

Entrou em cena então o lateral do Corinthians Fagner.

Fagner acionou seus contatos e chegou à direção do hospital, que desistiu da cobrança.

Sophia saiu da UTI saudável.

O Palmeiras também abraçou a família e presentou Sophia com roupas e assessórios do clube.

Um ano depois, pai e filha estão felizes e saudáveis. Ela faz sessões de fisioterapia e terapia ocupacional.

Parte do lucro será revertido a uma ONG que ajuda crianças prematuras.

Ele lançou um livro sobre a história da família.

E sempre que Flávio fala "mamãe", a bebê procura as fotos de Jéssica espalhadas pela casa.

A primeira palavra que Sophia falou foi "papai". 

Imagens: Arquivo pessoal

Reportagem e roteiro: Adriano Wilkson

Publicado em 4 de novembro de 2020.