Rodinei alcançou o que poucos jogadores brasileiros conseguem na carreira: ser campeão na Europa. No mês passado, o lateral-direito levantou a inédita taça da Conference League pelo Olympiacos, da Grécia, e virou queridinho da torcida. Mas o caminho que ele percorreu até Atenas foi demorado.
Diferente da maioria dos atletas que chegam ao futebol europeu com, no máximo, vinte e poucos anos, o ex-Flamengo só recebeu sua chance de imigrar após completar 30. A longa espera até chegar lá, na visão do próprio jogador, teve relação com sua personalidade irreverente.
Pelo jeito extrovertido e contador de histórias, Rodinei teve parte da carreira marcada pelo estereótipo de ser "mais resenha do que futebol". Ao UOL, o jogador conta como lidou com o "bullying" de torcida, o processo de amadurecimento e a virada de chave para ser mais respeitado como atleta.
"Quarta-feira eu fiz um golaço, sou o Rodilindo, domingo eu fiz um gol contra, sou o Rodifeio. No Brasil é assim. No Olympiacos, eu não faço nada diferente do que eu fazia no Flamengo. Eu resenho com todo mundo, sai matéria minha brincando, todo mundo fala que eu sou louco, trelós, porque 'trelós', em grego, é louco. Eles falam: 'Rod, trelós, trelós, você é louco'. Mas eles sabem que é um louco apaixonado, que, quando entra em campo, dá a vida."