A esperança

Por que o são-paulino se apaixonou por Igor Gomes. E como a revelação traz algo que pode salvar o São Paulo

José Eduardo Martins e Pedro Lopes Do UOL, em São Paulo Daniel Vorley/AGIF

Quartas de final do Campeonato Paulista e o então técnico do São Paulo, Vagner Mancini, escala um quarteto de garotos formados no CT de Cotia. Em quatro partidas, eles mostraram um caminho que o Tricolor parecia ter esquecido na última década.

Os quatro foram decisivos para o time do Morumbi eliminar o Ituano, passar pelo Palmeiras, então campeão Brasileiro, e chegar à decisão do Paulistão pela primeira vez em 16 anos. Não foram campeões, derrotados pelo Corinthians, mas provaram que tinham algo que pode salvar o clube do Morumbi: espírito vencedor.

"A gente já vem preparado, sabendo da pressão da torcida, da pressão por títulos, da pressão por atuações boas", afirma Igor Gomes, um daqueles garotos.

Quando a reportagem do UOL Esporte chegou para conversar com o meio-campista, encontrou mais do que se espera normalmente de um garoto de 19 anos. Igor mostra maturidade moldada pelo desenvolvimento físico tardio e pela dificuldade de ter subido ao time principal em uma crise que parece não ter fim, aumentada pelo fato de ter sido barrado por Cuca.

Mas o DNA vitorioso de uma geração que, nos últimos dez anos, ganhou tudo, está lá. São seis títulos de base entre 2014 e 2017. A nova era que Igor e seus companheiros de Cotia esperam implantar ainda não chegou. A temporada do São Paulo teve três trocas de treinador (além da passagem do interino Vagner Mancini), eliminações traumáticas na Copa do Brasil e na pré-Libertadores, e termina com uma difícil briga pela conquista de uma vaga direta na edição de 2020 da principal competição do continente. Mas o Igor sabe que tem uma missão: devolver o São Paulo ao patamar de cima do futebol brasileiro. Libertadores é obrigação.

As qualidades de Igor

É um jogador que consegue unir visão de jogo e arranque. Ele pode melhorar ainda mais a definição das jogadas, o toque e as decisões finais. Acho que será jogador de seleção e de Champions League

Paulo Vinícius Coelho, do Blog do PVC

É comum o São Paulo, a cada ano, apresentar uma nova geração de Cotia. Jovens promissores que a torcida já imagina como titulares e redentores. Muitos veem Luan, Liziero, Helinho, Brenner, Antony e Igor Gomes juntos, derrotando um time europeu no Mundial de Clubes. Não é assim que funciona.

Menon, do blog do Menon

As cobranças são muitas e os jovens sucumbem. Não é o caso de Igor Gomes. Tem personalidade e consegue fazer um trabalho constante, com boa qualidade. É um jogador vertical, capaz de dar velocidade à transição ofensiva. E chega na área com força. Precisa melhorar a finalização e fazer mais gols.

Menon

Daniel Vorley/AGIF Daniel Vorley/AGIF

"Quem não aguenta pressão não está pronto para o São Paulo"

Igor Gomes pertence a uma geração vencedora das categorias de base são paulina. Entre 2014 e 2017, foram dois títulos paulistas, uma Copa do Brasil, uma Copa Votorantim, uma Taça BH e uma Copa Ouro. "Na base, a gente tem a meta de não perder jogos. Lá não tem a pressão da torcida, mas tem pressão interna. Os jogadores que já representaram o São Paulo no sub-20 deixaram a camisa pesada. Ou você trabalha para deixá-la mais pesada ainda ou você mantém o peso. Não tem como aliviar", diz.

Isso faz com que os jovens jogadores que sobem ao elenco principal do São Paulo tenham qualidades que quem chega de fora não tem. "A gente já vem preparado, sabendo da pressão da torcida, da pressão por títulos, da pressão por atuações boas. Sabe que tem que ser incisivo. Eu acho que essa parte é mais individual. Tem gente que sente, tem gente que não sente, mas é o amadurecimento da pessoa. A gente é muito bem instruído na base sobre o que é o São Paulo. Só quem tá aqui em cima, quem veste mesmo a camisa, sabe o quanto que é prazeroso, mas o quanto é difícil ao mesmo tempo".

"Para mim, o São Paulo é o maior clube do Brasil, o que tem mais história, que tem mais títulos, o jogador vem sabendo o que ele vai enfrentar. Sabe que tem uma torcida que é carente de títulos, é carente de ídolos, é carente de tudo isso que teve no passado. Então, ele vem ciente de tudo isso. Ele sabe que ele não pode estar no mais ou menos. Ele tem que estar bem sempre".

Para mim, sempre foi um prazer jogar com pressão, jogar com a camisa do São Paulo, com esse peso todo, com toda essa responsabilidade... Eu sempre gostei. É sempre cada vez mais prazeroso

Igor Gomes

Getty Images

As comparações com Kaká

A aparência física, o jeito de correr e o cara de garoto fizeram com que que os torcedores começassem a comparar Igor Gomes a Kaká. Os comentários e brincadeiras não incomodam, mas o meia procura deixar claro que quer ter sua própria trajetória.

"O Kaká é um espelho para qualquer jogador. Um cara vencedor por onde passou. Sempre jogou em alto nível, um exemplo de pessoa. Sempre gostei de ver e é um dos meus ídolos no futebol. Mas gosto de falar que ele teve a carreira dele e eu estou construindo a minha. Se perguntar se gosto da comparação... Assim, eu não ligo. Mas sei, também, que não tenho como [evitar a comparação]. Mas eu quero ter a minha carreira. O Kaká teve uma carreira brilhante, é um espelho, mas eu quero ter a minha."

Lesão na coluna quase custou a carreira

A comparação com Kaká tem outra coincidência além da semelhança física. No começo da carreira, Igor sofreu com desenvolvimento físico tardio, que acabou contribuindo para uma lesão na coluna vertebral que interrompeu sua ascensão na base do São Paulo, entre 2014 e 2015.

Curiosamente, Kaká também teve uma lesão na coluna antes de estrear nos profissionais do São Paulo: no ano anterior a sua primeira partida, escorregou em uma piscina e sofreu uma fratura na sexta vértebra. Precisou ficar dois meses com colar cervical.

"Quando tinha 16 anos, eu fraturei uma vértebra, o nome da lesão era espondilose L5. Quando o seu corpo começa a desenvolver e a sua estrutura não está preparada para suportar toda aquela quantidade de treino. Fiquei dois meses, dois meses e meio tratando aquilo e acabei voltando no meio do ano do sub-16, já com uma porrada de gente da minha idade no sub-17. Foi uma frustração", explica Igor.

O desenvolvimento chegou e, aos poucos, o jogador começou a conquistar espaço. "Usei aquele período, treinei para chegar no meu ano de sub-17 e tocar o barco da melhor maneira possível. As coisas tinham que acontecer. Não tinha mais essa parada de força, de mente. Chegou o tão esperado ano do sub-17, eu não comecei de titular, mas eu já sentia as coisas um pouco diferentes. Quando igualou a força, a minha técnica começou a fluir também. Virei titular, no início do ano, e graças a Deus não saí mais", conta.

"Tem jogadores que têm 14 anos, mas você vê a fisionomia do cara, às vezes, já tem a barba fechada, já é um pouco mais forte, já deu aquele estirão que a gente tem, que cresce bastante, que a mente muda bastante, amadurece mesmo. Acredito que foi no tempo certo, quando estava pronto, as coisas aconteceram. Eu acredito que na minha vida as coisas vão ser assim sempre."

Daniel Vorley/AGIF

Duelo contra Felipe Mello: "Realizando um sonho"

No profissional, Igor Gomes começou a ter suas oportunidades em um momento chave da temporada. Em seu segundo jogo como titular, marcou dois gols contra o Ituano para encaminhar a classificação para as semifinais do Paulista, na última semana de março. Na sequência, participou da eliminação do Palmeiras. O São Paulo foi vice-campeão, derrotado na final pelo Corinthians. Os bastidores dos confrontos decisivos tiveram euforia, e um compromisso do elenco de abrir mão do bicho para superar o Ituano.

"O pessoal da diretoria propôs o valor (para vencer o Ituano). Nossos capitães reuniram o grupo e falaram: 'Temos que ter ciência que é uma obrigação'. A gente não vinha tendo bons resultados, não vinha jogando bem. A gente se reuniu: 'Tem que fazer por merecer'. Todo mundo comprou a ideia, aconteceu isso e acho que foi uma coisa muito legal. Não sei como isso vazou [a coluna UOL de Primeira publicou a informação em março]. A gente tinha combinado de ficar entre a gente, mas já que externou, eu acho legal falar. Nosso grupo é um grupo de homens, tem caráter, está aqui de verdade, ninguém está de brincadeira."

Com a vitória sobre o Ituano, veio o clássico contra o Palmeiras, com um duelo contra Felipe Melo, um atleta que Igor admira. Àquela altura, o clima de decisão tinha tomado conta do elenco do São Paulo. "Aquilo (vitória sobre o Ituano) criou um ânimo dentro do grupo. 'Meu amigo, é agora ou nunca'. Caiu aquela responsabilidade e a gente agarrou aquilo com unhas e dentes. As coisas aconteceram. A gente se dedicou, marcou, jogou. Para mim, aquela experiência foi muito marcante. Meu quarto jogo como titular e pegar uma semifinal de Paulista, contra um jogador que eu admiro [Felipe Melo]. Isso me motivou de uma maneira extrema. Foi extremamente prazeroso, e quando a gente conseguiu a classificação foi uma explosão de alegria. Juntou a fase que estávamos, meus amigos estavam bem, eu estava realizando o meu sonho."

Libertadores é obrigação

Nessa temporada, Igor Gomes não vai cravar o seu nome na história do São Paulo da maneira que gostaria. O clube chega na reta final do ano sem chance de título e com performances inconsistentes. No entanto, ele e o restante do elenco estipularam uma meta para o atingir neste Campeonato Brasileiro: conseguir a classificação direta para a Copa Libertadores.

A queda do time na fase pré-Libertadores diante do Talleres, em fevereiro, deixou cicatrizes dentro e fora de campo, impactando os cofres do clube e todo o planejamento da temporada — são quase R$ 30 milhões a menos. Para evitar que isso se repita, a solução é alcançar a vaga na etapa de grupos. Como o Flamengo foi campeão do torneio internacional e do nacional, os outros quatro mais bem colocados também garantem o seu lugar.

"Tudo pode acontecer dentro de campo. Acho que futebol é tão prazeroso por causa disso. É muito imprevisível. Ninguém esperava que a gente poderia cair na Pré-Libertadores e a gente acabou caindo, e acabou estragando um planejamento que o São Paulo tinha. Então, acredito que seja uma obrigação mesmo. É uma meta nossa, do nosso grupo, classificar o São Paulo, no mínimo, entre os quatro, direto para Libertadores."

"A gente viu no início do ano o peso que é, como dificulta toda a logística do ano, não só na parte dentro de campo, mas fora de campo também. Você vê como é mais difícil um planejamento quando a gente vai jogar uma pré-Libertadores."

Gosto muito de escutar o Profeta, o Hernanes. Gosto muito de escutar o Dani. Sou um bom ouvinte

Igor Gomes

Reprodução/Instagram

Cuca interrompeu ascensão. E Igor foi treinar com seleção

O São Paulo não conseguiu o título paulista, mas eliminar o atual campeão brasileiro nas semifinais deixou sinais promissores para o restante da temporada. Isso era especialmente verdadeiro para Igor Gomes, que tinha ganhado a vaga e elogios na reta final do estadual. A chegada de Cuca, entretanto, mudou tudo. O treinador, que substitui Vagner Mancini, reduziu as oportunidades do meia, e nunca deu explicações sobre a decisão.

"Acredito que foi por opção. Estou aqui para servir ao São Paulo e o São Paulo colocou uma pessoa como treinador. Tem que seguir as regras dele. Ele chegou para mim e falou que ia rodar o elenco. Sem problema nenhum, até porque concorro com Hernanes, Daniel Alves, Liziero, Luan, pessoas extremamente qualificadas. Respeito, mas acredito que eu não deixei de fazer a minha parte, que foi chegar aqui todos os dias, treinar sério, estar pronto. Sem sentimento nenhum. Foi uma opção, eu respeitei. Apenas isso. Não sei o motivo."

Ao falar da relação com Cuca, o meia cita uma passagem. Em setembro, foi chamado para participar de treinamentos com a seleção brasileira nos EUA, como parte de uma iniciativa da comissão técnica de Tite para dar experiência a jovens talentos. Em meio ao Campeonato Brasileiro, foi liberado, gerando críticas de torcedores.

"Vou abrir o jogo aqui. Fiquei sabendo da notícia umas duas ou três semanas antes e ele [Cuca] me falou: 'Você vai perder jogo'. Eu falei: 'Se você pretende me usar, estou aqui. Se não pretende, eu acredito que é uma grande oportunidade para aprender muito. Vai agregar na minha carreira, não é todo jogador que tem essa oportunidade. São os melhores do mundo nas suas posições'. Eu queria vivenciar, mas queria também ajudar o São Paulo. Ele respondeu: 'Vamos esperar com mais calma'. Foi chegando mais perto, foi chegando a época, o pessoal mandou passagem e eu aceitei a convocação".

Ainda sobre Cuca, Igor prefere não opinar sobre a demora em voltar a ter oportunidades como titular. Não faz críticas contundentes ao treinador, substituído por Fernando Diniz, mas acredita que poderia ter contribuído mais ao longo da temporada.

"Eu posso falar que eu poderia ter ajudado mais, não que demorou. Eu acredito que tudo acontece no momento certo. Não gosto de ficar falando do passado também, por que já passou. Vamos trabalhar com o se: se ele tivesse me dado algumas oportunidades a mais, entrado mais como titular, acho que poderia ter ajudado. Não sei o que poderia acontecer, poderia não ter influenciado em nada. Mas acredito que poderia ter ajudado mais".

Marcello Zambrana/AGIF Marcello Zambrana/AGIF

Conversa com Neymar o tornou mais decisivo

Na seleção brasileira, Igor teve oportunidade de conviver com Neymar, Coutinho e Casemiro, por exemplo, por dez dias — aconteceu na janela dos jogos nos EUA, em que o Brasil enfrentou Colômbia e Peru entre os dias 1 e 10 de setembro. O meia não foi convocado para jogar, mas para participar dos treinos com o grupo da seleção. Em uma das movimentações, caiu no time do camisa 10 do PSG. Em uma jogada, conduziu a bola pelo meio e poderia finalizar. Preferiu abrir o jogo para um companheiro na ponta.

"Uma coisa que marcou bastante, até pela pessoa, foi um episódio que tive que no meu primeiro treino mais solto. No meu time estava o Neymar. O Firmino era o coringa. Eu recebi uma bola, tinha tabelado com o Neymar, e abriu aquele clarão na entrada da área. Eu conduzi e achei um passe lá no David Neres. O David veio, costurou por dentro e chutou para fora", conta.

Para sua surpresa, Neymar o puxou de lado para dar conselhos. Do maior jogador brasileiro da atualidade, Igor ouviu que deveria tentar ser mais decisivo em todos os jogos para mudar sua carreira de patamar.

"O Neymar me chamou e falou: 'Quando você pegar a bola nesse setor, se você tiver condições de partir com a bola em cima da última linha, ou conseguir um passe diferente para frente ou uma finalização, você tem que fazer isso. Definir jogos é muito importante. Definir os jogos muda todo o patamar da sua carreira'", lembra, com brilhos nos olhos.

Coincidentemente, o conselho era algo que o pai de Igor, Airton, martelava em sua cabeça desde cedo. "O meu pai é um cara muitos sincero e sempre me falava: 'Lembra de finalizar bastante em gol. Se não der, acha um passe diferente'. Muitas vezes, eu optava por algo que não fizesse tanta diferença, faltava um pouquinho mais de coragem. Quando eu ouvi Neymar falando isso, parece que deu um estalo na minha cabeça. Quando eu voltei, já senti uma diferença grande. Lógico que ainda está muito longe do ideal, e lógico que também não vai dar para definir todos os jogos, mas pelo menos dá para tentar. Eu tenho que tentar. Eu quero ser um jogador de alto nível."

O que dizem de Igor

É um jogador que desde quando eu cheguei me chamou a atenção, não só pela parte técnica e tática, mas também a maneira de como ele se relaciona com a vida e com o mundo

Fernando Diniz, técnico do São Paulo

É um jogador diferenciado não só dentro do campo, mas fora dele também

Fernando Diniz, técnico do São Paulo

Fico muito feliz pelo Igor, é um menino muito focado, que trabalha bastante

Antony, formado com Igor no CT de Cotia

Marcello Zambrana/AGIF

Volta da seleção trouxe Diniz, oportunidades e nova filosofia

Muita coisa mudou na vida de Igor Gomes neste segundo semestre. Após voltar do período com a seleção brasileira, viu uma troca no comando do São Paulo. Cuca, responsável por tirá-lo do time no primeiro semestre, deu lugar a Fernando Diniz. As mudanças também refletiram no dia a dia do meia no CT da Barra Funda. "Acredito que a evolução já é visível. O próprio Diniz já falou isso para mim", afirma.

Após amargar o banco de reservas na era Cuca, Igor Gomes ganhou a chance de reconquistar o seu lugar no time. Mesmo com a fachada de linha dura e dos palavrões durante jogos e treinamentos, o novo técnico é conhecido por conversar com os jogadores no dia a dia e é querido pelo elenco.

"O Diniz é um cara que passa muita confiança, não só para mim. É fantástico, conversa com todo mundo, dá moral para todo mundo, não deixa ninguém se dispersar do grupo. E mantém o mais importante, a essência: o elenco sempre unido."

Para o meia, o estilo de jogo que Diniz tenta implementar se adapta tanto ao seu futebol como à história do São Paulo: Jogo ofensivo baseado em trocas de passes.

"O Diniz tem a filosofia do futebol que eu tenho como ideal. Onde eu joguei, treinadores que tiveram esse tipo de filosofia, de alguma forma, se sobressaíram. Hoje, acho que é a melhor maneira de jogar futebol. É uma característica, um estilo que calha muito com o meu jogo, de passes rápidos, de dinâmica, de velocidade de jogo."

Gosto de escutar o Diniz, o próprio Raí... São pessoas que sempre vêm com uma dica, dizem que eu devo fazer isso, que eu devo fazer aquilo. Eu sempre escuto com o maior coração do mundo porque eu tenho certeza que aquilo vai agregar de alguma forma

Igor Gomes

Reprodução/Instagram

Olímpiada e título são metas antes de Europa

Apesar do pouco tempo como profissional, Igor Gomes já chamou a atenção de clubes do exterior. Como o São Paulo não vive um momento financeiro positivo, seu nome aparece entre os cotados para deixar o Morumbi nesta janela de transferência. O jovem, porém, quer permanecer no país.

"Eu tenho pequenos objetivos a curto prazo. Antes de pensar em sair, quero deixar minha marca aqui no São Paulo, deixar minha marca aqui no Brasil. Depois, essas coisas vão vir como consequências. Muita coisa tem para passar debaixo da ponte", afirma.

"Quero ajudar o São Paulo a se classificar diretamente para Libertadores e depois, ano que vem, quero jogar a Libertadores, chegar à final da Libertadores, ser campeão. Quero jogar a Copa do Brasil, para ver o tamanho do jogo, pelo prêmio, pelo título, pelo que envolve tudo isso. Quero ganhar um título pelo São Paulo."

Outro objetivo é ser chamado por André Jardine para defender a seleção olímpica no Japão, em 2020. No Rio de Janeiro, em 2016, o zagueiro Rodrigo Caio foi o representante do São Paulo na conquista do ouro. "Eu sempre sonhei em disputar as Olimpíadas, quero representar o Brasil em um campeonato desse tamanho. Estou trabalhando bastante o dia a dia para ter a minha oportunidade e agarrar também. É uma meta minha."

Bruno Ulivieri/AGIF Bruno Ulivieri/AGIF

"E aí, Igor Gomes, quais são as expectativas?"

Além de ser desenvolto em campo, Igor Gomes chama a atenção nas entrevistas. O meia não foge de assuntos mais espinhosos e fala abertamente. A postura está ligada a uma brincadeira de infância que era feita com o pai, Airton.

"Quando eu ia para os jogos, ele [pai] sempre falava: 'E aí, Igor Gomes, quais são suas expectativas para o jogo?'. Eu respondia de uma maneira mais natural e acredito que essa brincadeira acabou desenvolvendo essa parte das entrevistas".

A relação dos dois não era restrita às "entrevistas". Igor se emociona quando fala da família. Os olhos se enchem de lágrimas e mostra, que, apesar dos mais de 400 quilômetros de distância (a família mora em São José do Rio Preto), Airton e os demais parentes sempre estarão por perto do são-paulino.

"Se eu tivesse que apontar um ídolo, seria o meu pai, sem dúvida, na frente de qualquer pessoa. Ter ele perto de mim é obra de Deus, mesmo. Um cara que me ajudou desde o início, que sempre teve do meu lado, foi o meu irmão mais velho. É um cara que, se eu puder, vai estar comigo sempre."

Daniel Vorley/AGIF Daniel Vorley/AGIF

+ Especiais

Marcello Zambrana/AGIF

Diniz

Com rótulos e expectativas, técnico coleciona fãse "haters"

Ler mais
Arte/UOL

São Paulo SA

Como a chegada de Dani Alves pode abrir caminho para clube virar empresa?

Ler mais
reprodução/Instagram

Negócio da China

Acupuntura e ping-pong explicam fracasso de quem voltou de lá

Ler mais
Matuiti Mayezo/Folhapress

Cilinho

Nos anos 80, ele dizia o que até hoje poucos sabem e fez história

Ler mais
Topo