À espera

Por que Bruno Guimarães se sente o jogador "mais prejudicado" pela pandemia e faz a cabeça de Tite

José Edgar de Matos e Pedro Lopes Do UOL, em São Paulo Jean Catuffe/Getty Images

"Não faz muito tempo que eu jogava o Paranaense. Antes, jogava salão no Helênico. E hoje estou jogando aqui contra o Cristiano Ronaldo. É um cara que com quem eu jogava no videogame."

Bruno Guimarães, 22, é um jogador consciente do quanto sua carreira avançou nos últimos meses. Mas a velocidade do seu progresso não deixa de impressioná-lo, ainda assim. A memória das partidas de futsal pelo Helênico, tradicional equipe da Zona Norte do Rio de Janeiro ainda é bastante viva, mas agora ele se vê nessa situação de desafiar gente como Cristiano Ronaldo e Neymar na Europa.

A ficha estava caindo. Os elogios ao meio-campista já se acumulavam depois de apenas cinco jogos no futebol francês. Até que veio o novo coronavírus. A pandemia da Covid-19 interrompeu o calendário europeu quando os mata-matas da Liga dos Campeões começavam a esquentar — pelos quais o jogador projetado pelo Athletico-PR viu o ídolo Cristiano Ronaldo de perto, numa exibição primorosa contra a Juventus (ITA).

Se o torneio continental ainda pode ser retomado, o Campeonato Francês já foi cancelado. Só assim mesmo para frear a evidente ascensão do brasileiro, que havia sido premiado com a primeira convocação para a seleção principal. Bruno já estava até ensaiando a música que cantaria em sua introdução à equipe de Tite, num trote camarada promovido pelos veteranos. É por essas e outras que, na sua cabeça, a paralisação na temporada europeia não poderia ter vindo em pior hora.

Acho que fui um dos jogadores mais prejudicados com essa parada. Eu estava na Champions League. A gente também estava brigando por vaga [na próxima Liga dos Campeões] no Francês e ainda tinha uma final da Copa da da Liga francesa contra o PSG também, que nem vai ter mais. Eu também tinha sido convocado. A Olimpíada estava se aproximando... enfim, tive muitas perdas em relação a isso."

Enquanto ainda vive um momento de indefinição sobre o complemento da Champions, Bruno Guimarães atendeu a reportagem do UOL Esporte para refletir sobre sua repentina ascensão, que o põe como sério candidato a peça importante na seleção de Tite.

Jean Catuffe/Getty Images

Veja a entrevista com Bruno Guimarães

As frustrações de um jogador em meio à pandemia

Bruno Guimarães saiu valorizado do Brasil. Foi uma figura importante como articulador de um Athletico quatro vezes campeão nas últimas duas temporadas nacionais (Paranaense e Sul-Americana em 2018 e Copa Suruga e Copa do Brasil em 2019). Disputado por clubes influentes da Europa, o meio-campista acabou vendido para o Lyon depois de ser eleito para a seleção do Campeonato Brasileiro.

Na França, a aposta virou certeza em pouquíssimo tempo. Teve atuações destacadas nas três primeiras partidas contra Metz, Juventus e Saint-Étienne, tanto pela estatísticas como pelo visual em campo. Era como se não tivesse sentido em nada a adaptação ao futebol europeu. Melhor ainda, o Lyon venceu todas. Isso também compõe essa sensação de frustração para um jovem jogador que estava disputando grandes partidas, com mais fortes emoções por vir, e agora não tem previsão alguma sobre quando poderá voltar a campo.

Em tempo: isso não quer dizer também que o brasileiro esteja alheio ao sofrimento e à apreensão que seus vizinhos franceses e os familiares e amigos no Brasil vivem com a pandemia. Mas é claro que, dentre tantas frustrações de planos e metas individuais mundo afora, o jogador de futebol também vive as dele.

"Não consigo nem mensurar com palavras [o quanto é frustrante]. É triste pelo que a gente vive [pandemia] e também por ter acontecido no meu melhor momento como profissional até então. É uma dor ruim, mas fico com a cabeça tranquila porque terão outras oportunidades e vão ter outras edições de Champions League", afirma.

"A gente entende a decisão de ter dado uma pausa no campeonato. A gente sabe que, nesse momento, a principal coisa a fazer é salvar e preservar vidas", acrescenta o agora meio-campista de seleção brasileira, alçado a destaque na França em apenas cinco partidas.

Lucas Figueiredo/CBF Lucas Figueiredo/CBF

Ele faz a cabeça de Tite

Na visão de Tite e da comissão técnica, Bruno Guimarães apresenta um perfil raro de meio-campista, com potencial para ser fundamental a médio prazo na seleção brasileira. Desde que a participação de Renato Augusto na Copa de 2018 se viu limitada por problemas físicos, o treinador procura um nome para fazer companhia a Casemiro.

As primeiras partidas do ex-athleticano pelo Lyon foram um empurrão final para que entrasse para valer na lista de Tite, com a perspectiva de fazer sua estreia já em um jogo das Eliminatórias para a Copa do Qatar-2022.

No Lyon, Bruno tem jogado até mais recuado no meio-campo, em comparação ao papel que executava em Curitiba. Isto indica que ele poderia ser a peça a dar equilíbrio ao setor intermediário da seleção. Na análise da comissão técnica, exposta para o próprio jogador, Tite enxerga Bruno atuando tanto como primeiro quanto como segundo homem.

A conclusão sobre esta versatilidade já havia sido encaminhada em sua participação como um primeiro no Pré-Olímpico do início do ano. Foi na Colômbia que o jogador conversou pela primeira vez com Tite e auxliares.

Eles falaram que posso jogar como '5' e como '8'. Perguntaram para mim como me sinto mais à vontade, e falei que me sinto mais à vontade é dentro do campo [risos]. Não importa jogar como oito ou cinco, gosto de participar. Não tem essa, e disse para eles. Jogo dependendo da função que o treinador pedir."

Sobre Tite, a conversa se resumiu a um breve bate-papo, com direito a um "parabéns" pela transferência para o Lyon. A expectativa agora se volta para um novo encontro, já com o uniforme da seleção. "Ele [Tite] disse que ia estar de olho. (...) Ele já deve ter uma ideia de como vai querer me utilizar, espero ser convocado outra vez", diz.

Lucas Figueiredo/CBF Lucas Figueiredo/CBF
Daniel Munoz/VIEW press/Getty Image

Planos adiados

Tóquio-2021 e mais alguns itens na lista de futuras tarefas

Com a seleção brasileira, nunca se sabe. A disputa por vaga é das mais concorridas. Mas a apuração do UOL Esporte indica que Bruno Guimarães seguirá bem cotado, independentemente do quanto durar a interrupção do futebol. Basta que ele volte no mesmo nível.

Desta forma, entre as preocupações do volante, destacava-se especialmente a Olimpíada. O brasileiro, em tese, só teria idade para disputar o torneio sub-23 neste ano. Por isso, decidiu gravar um vídeo para pedir mudança extraordinária no regulamento, a fim de permitir a participação de atletas de 24 anos nos Jogos de Tóquio em 2021. Em abril, para tranquilizar Bruno e tantos outros, a Fifa liberou a presença da geração de 1997 no evento.

"O Neymar é campeão e já disse que quer estar na outra Olimpíada. Imagina para a gente, que tem idade, se não puder jogar a Olimpíada por causa de uma pandemia? Seria uma facada no nosso sonho", diz Bruno Guimarães.

Bruno Braz/UOL

Kevin O Chris: qual é a música?

Antes de representar o Brasil no Japão, Bruno encararia em março a primeira experiência com Tite, Neymar e companhia. Convocado para a seleção para as duas rodadas de abertura das Eliminatórias para a Copa de 2022, o meio-campista preparava até o discurso do trote e sua música de estreia, algo que chegava a lhe roubar o sono. "Ia cantar ?Romance Proibido', do Kevin O Chris, mas não sei. Vou pensar até lá, nem sei quando será a próxima [risos]."

Clive Rose/Getty Images

Reserva de voo: tem tempo

Há quase quatro anos, Bruno Guimarães fazia um churrasco com familiares e via pela televisão o Brasil conquistar a inédita medalha de ouro olímpica no futebol. Neste início de trajetória na França, o meio-campista se planejava para estar em Tóquio e brigar pelo lugar mais alto do pódio. Até a ida dos parentes para o outro lado do mundo estava em planejamento. "Estávamos dando uma paquerada nas passagens para os meus pais. Foi tudo por água abaixo", lamenta.

Conversei com o Matheus Henrique e com o Renan Lodi, que me falaram que é horrível a apresentação. Quando fui me apresentar na olímpica, até errei o hino. Você está ali com dez pessoas e parece que tem o mundo inteiro te assistindo. Dá uma vergonha que você esquece até o seu nome. Se o cara perguntasse o meu nome, ia falar 'José', na hora

Bruno Guimarães, consultando colegas sobre o espera os estreantes na seleção

Tim Clayton/Corbis via Getty Images Tim Clayton/Corbis via Getty Images

Uma noite de sono curto com CR7 pela frente

A melhor experiência na ainda curta passagem pela Europa ocorreu 26 de fevereiro, dias antes de o futebol parar na Europa. Naquela noite, Bruno Guimarães estreou na Liga dos Campeões como titular, já no mata-mata. O Lyon enfrentou pelas oitavas de final a Juventus, do superastro Cristiano Ronaldo. O confronto começou horas antes, ainda na cama do meio-campista brasileiro.

Foi totalmente diferente. Estava muito nervoso e dormi mal à noite por se tratar do meu primeiro jogo de Champions League, por ser titular e por ser oitavas. Mas, pensei comigo: 'Se quero ser um grande jogador, isso tem que ser normal na minha vida'. Tenho que jogar bem contra esses caras."

Bastou o juiz apitar, porém, para essa ansiedade desaparecer. "Estava muito focado e me senti jogando na rua de casa. Óbvio que você fica nervoso para entrar em campo e quando está perfilado ali, fica um friozinho na barriga. Mas, quando a bola rola, é tudo normal. São 11 contra 11", afirmou o jogador.

Diante do astro de uma geração, Bruno Guimarães saiu vitorioso e elogiado pela imprensa europeia. O triunfo por 1 a 0 faz a equipe francesa depender de apenas um empate na volta em Turim, ainda sem data, para a classificação ser assegurada.

A gente conversou uma hora no jogo, em português. Ele falou que não foi falta, e eu disse que foi falta (risos). Eu ia pedir pra trocar de camisa com ele, mas ele tava meio brabo. É um cara que não gosta de perder. Isso que a gente tem que pegar como exemplo. Um cara que já ganhou tudo odeia perder. Eu quero cada vez mais ter isso em minha mente. Poder pegar as coisas boas dessas lendas do futebol, que é superimportante, mas o primeiro contato que eu tive com ele foi essa reclamação de falta, mesmo (risos)

Bruno Guimarães

Tim Clayton/Corbis via Getty Images Tim Clayton/Corbis via Getty Images

Pandemia pode fazer de Bruno uma atração no mercado da bola

A parada do futebol francês afetou diretamente os planos de Bruno Guimarães e do Lyon. Com a Ligue 1 encerrada, o clube ficou sem perspectivas de se classificar para uma competição europeia na próxima temporada —ocupava apenas a sétima colocação, com 40 pontos, a nove da zona de classificação. No âmbito nacional, Além disso, o Lyon também tinha pela frente a final da Copa da França, para desafiar o Paris Saint-Germain de Neymar.

Bruno faz questão de ressaltar que entende a interrupção das competições, mas seu clube ainda não digeriu essas "eliminações". A ponto de prometer lutar juridicamente para que a competição termine dentro das quatro linhas.

"Eu sei que o Lyon vai recorrer dessas decisões. Eu acho justo também. A gente não pode ter sido tão prejudicado assim", afirma.

Caso o encerramento do Francês não seja revertido, a ausência do Lyon das competições europeias pode gerar um assédio dos gigantes europeus à revelação brasileiro. Ainda no início de sua trajetória na França, Bruno Guimarães prefere não fazer nenhuma previsão sobre o futuro.

"Alguns times já vêm acompanhando desde muito tempo. Creio que isso são especulações, são coisas normais do futebol", analisa. "Não consigo dizer o que eu posso pensar no futuro. Não consigo te dizer, no momento".

Philippe DESMAZES / AFP Philippe DESMAZES / AFP

Um temor pela Liga dos Campeões

Cada país atingido pela pandemia reage ao seu modo. A reabertura está condicionada a diversos fatores, financeiros, políticos e culturais. O futebol está nesse pacote. O Campeonato Francês foi encerrado e teve o Paris Saint-Germain declarado campeão. Mas há outras ligas, como a alemã, que já retomam suas atividades. Isso gera um temor de eventual desequilíbrio na Liga dos Campeões, caso a atual edição ainda volte a ser disputada.

"A gente vai entrar no nosso primeiro jogo da temporada logo na partida de volta, contra a Juventus, com eles já podendo jogar o Italiano. Então, eles já vão estar na nossa frente. São muitas questões, e não dá para prever ainda. A gente não sabe se vai acontecer. Mas fica difícil para nós", questiona.

Nesse ponto, Bruno e a diretoria do Lyon acreditam que a Federação Francesa pode ter se precipitado ao encerrar de forma definitiva o campeonato nacional. Eles cita países vizinhos como Itália e Espanha como exemplos de nações que foram duramente afetadas pelo novo coronavírus, mas ainda têm planos de retomada.

A Itália já está treinando para voltar. Na Espanha, os caras já voltaram e, depois, seria a França, mas a França acabou o campeonato. Se pudesse ter esperado um pouco mais. É óbvio que tem que priorizar as vidas, eu super concordo com isso, mas acho que poderia ter segurado um pouco mais essa decisão de encerrar as coisas assim."

Jean Catuffe/Getty Images Jean Catuffe/Getty Images

Neymar estava certo sobre o futebol francês: "É Libertadores"

Desde que se transferiu para o PSG, Neymar diz a pessoas próximas que o Campeonato Francês é uma das ligas mais duras onde já atuou. Na França, o camisa 10 da seleção brasileira já sofreu duas lesões graves, questionou muito a arbitragem e se envolveu em polêmicas ao revidar e confrontar adversários após entradas duras.

Mesmo com pouco tempo no Lyon, Bruno Guimarães já confirma que o craque tem razão. O volante endossa as impressões, e compara o campeonato francês a uma Libertadores.

"Parece jogo de Libertadores todo jogo aqui [risos]. O jogo é sempre muito pegado e o juiz não gosta de dar muita falta. Tem que pensar rápido, não pode se esconder de tentar dar um drible. Tem que entender como é o futebol. Eu já estava pegando isso bem aqui. É um campeonato de muita imposição física. Há muito contato em todo o espaço do campo", relata.

O jogo duro, entretanto, traz seus pontos positivos. Para o volante, a necessidade de pensar rapidamente e reagir às jogadas antes da chegada da marcação fez com que ele evoluísse taticamente em pouco tempo.

"Senti bastante, ainda mais no sentido de domínio, de pensar mais rápido. Aqui, a marcação encurta muito mais rápido do que no Brasil. No Brasil, às vezes, eu ainda tinha quatro, cinco segundos para pensar. Aqui, às vezes, eu só tenho um, dois segundos", analisa.

"Aqui os caras, às vezes, parecem até robôs. Os caras não desmancham a linha. É tudo muito sincronizado. Eu acho até que, às vezes, é um pouco errado, porque jogador não pode ser robô. Jogador tem que fazer uma jogada diferente, você pode ter que dar uma caneta para fazer um passe bom depois", conta.

Divulgação/Lyon

Juninho lidera uma rede de apoio brasileira

Bruno chegou ao Lyon com respaldo de Juninho Pernambucano, uma lenda do clube e hoje diretor de futebol. O ex-meio-campista do Vasco e da seleção teve papel preponderante para fechar o negócio ao se aproximar do jovem brasileiro. Ele ganhou sua confiança para superar a concorrência —e preferência de compra— do Atlético de Madri. Diego Simeone é um admirador.

"O Juninho foi um craque, ganhou títulos onde passou. É um cara que fez muito esforço para me trazer pra cá. Conversou com todas as pessoas da minha família. Me explicou todo o andamento do clubek", comentou.

Além de falar sobre futebol, Juninho conversou com o jovem volante também sobre a vida em Lyon, a cidade e a adaptação. A propaganda do dirigente teve papel importante para Bruno Guimarães decidir pela França.

"Da cidade também ele falou e não mentiu em nada: é linda", comenta o jogador, que já é reconhecido nas andanças pelo bairro e aproveita o período sem jogos e treinos regulares para estudar a língua francesa.

As pessoas quando me veem pela rua ficam apaixonadas, encantadas, querendo tirar uma foto. Esses dias até eu estava passeando com o meu cachorro e os caras vieram pedir pra tirar foto. Eu falei: 'Não, não, corona, corona. Longe, longe'. Mas vem sendo legal aqui".

O jogador também contou com apoio de jogadores brasileiros —o elenco conta com outros cinco (Rafael, Marcelo, Thiago Mendes, Marçal e Jean Lucas)— e se surpreendeu com a receptividade dos franceses.

"Isso faz você perceber o quanto você foi importante para o clube, o quanto que a sua contratação foi importante para os torcedores também. Desde quando surgiu de eu vir para o Lyon, todos vieram nas minhas redes sociais pedindo para eu vir", diz.

Lucas Uebel/Getty Images Lucas Uebel/Getty Images

"Meu filho, você é 8. Você é camisa 8"

Oriundo do futsal no Helênico, no Rio de Janeiro, Bruno Guimarães passou por outros clubes antes de migrar para o campo. A primeira experiência veio no Audax do Rio de Janeiro. Bastaram poucos contatos para o treinador Mário Jorge mudar a posição —e o futuro— do jogador.

"Quando cheguei para jogar no Audax, eu era lateral direito. Ele me falou: 'Meu filho, você não vai jogar aí. Você é 8. Você é camisa 8 e vai jogar no meio comigo'", recorda-se Bruno Guimarães, que, desde então, nunca mais saiu da posição que hoje o coloca como xodó de Tite e dentro do planejamento a médio prazo da seleção.

Fã de Andrés Iniesta, campeão do mundo pela Espanha em 2010 e ídolo do Barcelona, Bruno Guimarães começou a transição para o meio no Rio e a concluiu em São Paulo. Foi no Audax pautado pelas ideias de Fernando Diniz que as características se potencializaram e chamaram a atenção do Athletico para investir em até então um garoto de 19 anos.

"Tinha no Audax aquela escola do Diniz, de posse de bola o tempo inteiro. No futebol moderno não adianta ter um que pegue [marcação] e um que jogue. Se um jogador não jogar, não tem jogo. Você precisa dar bicão, a equipe sofre pressão. No futebol de hoje até o goleiro tem que jogar", relata.

Desta escola de Audax e de Fernando Diniz, Bruno Guimarães analisa que cresceu. Aos 22 anos, ele se enxerga como símbolo de um futebol moderno. As características citadas representam uma lacuna ainda aberta na seleção de Tite, que o meio-campista pode preencher. É aí que Bruno Guimarães superou até mesmo a definição de Mário Jorge lá atrás: ele não é só mais um camisa 8. Ele poder mais que isso.

"Antigamente tinha aquela do '5' ser o marcador, o cabeça de área que não saía do meio-campo e protegia a zaga. Hoje, o camisa 5 também tem que pisar na área para fazer o gol. São as mudanças do futebol e que a gente tem que se adaptar. Agora é o futebol moderno e agressivo de imposição de jogo o tempo todo", afirma. Ele agora só espera poder voltar a campo o quanto antes, com segurança, para mostrar isso. Tem muita gente à espera.

Erwin Spek/Soccrates/Getty Images Erwin Spek/Soccrates/Getty Images
Topo