Crise dos mísseis no futebol

Palmeiras x Flamengo é cortina para guerra nos bastidores que poderia ter parado futebol nacional na pandemia

Pedro Lopes e Pedro Ivo Almeida Do UOL, em São Paulo RODRIGO BUENDIA / POOL / AFP

Há quem diga que o mundo poderia ter acabado em outubro de 1962, quando, em plena Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética posicionaram suas ogivas nucleares ao redor de Cuba. Foram 13 longos dias de ameaças e tensão, em um impasse que foi batizado de crise dos mísseis de Cuba e é considerado por muitos historiadores o episódio no qual a humanidade esteve mais próxima de uma guerra nuclear.

Guardadas as devidíssimas proporções, o Campeonato Brasileiro viveu neste final de semana a sua crise dos mísseis de Cuba. Enquanto Flamengo e CBF travaram uma batalha judicial pela realização ou não do jogo deste domingo com o Palmeiras, nos bastidores já se ouvia o prenúncio de uma guerra de consequências muito maiores do que o confronto no Allianz Parque. Em resposta às ações do Rubro-Negro, os outros clubes da Série A e pessoas ligadas à própria CBF já falavam em uma ação para remover o atual campeão da competição ou até paralisá-la inteiramente.

Assim como não veio para o mundo em 62, o cataclisma também não chegou para o Brasileirão. Antes que os cartolas pudessem começar a disparar sua artlharia, a CBF conseguiu no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, uma liminar que permitiu, minutos antes do horário previsto para o apito inicial, a realização do Palmeiras x Flamengo.

O 1 a 1 no Allianz Parque passou longe da competitividade e da emoção da disputa jurídica que o antecedeu, mas foi suficiente para desarmar um conflito com potencial para ser uma das maiores crises da história do futebol brasileiro.

O Brasileirão segue, com sua tabela e protocolos preservados, mas as articulações de uma guerra geral que esteve a minutos de ser deflagrada não vão ser apagadas. A paralisação dos jogos ou a exclusão do Flamengo serão deixadas de lado, mas o mal-estar entre o clube carioca, a CBF e os demais competidores do torneio não desaparece. Assim como em Cuba, nenhum míssil chegou a ser disparado, mas assim como o mundo em 62, o futebol brasileiro de 2020 está em guerra fria.

RAUL PEREIRA/Estadão Conteúdo

Surto de covid que foi parar nos tribunais

A briga que quase parou o Brasileiro começou na Libertadores, quando o Flamengo foi atingido por um surto de covid-19 em viagem ao Equador para encarar o Indepediente Del Valle no meio de semana. Os casos foram sendo detectados dia após dia, até o diagonóstico de 40 pessoas contaminadas, dentre elas 19 atletas do elenco profissional de futebol, vários deles titulares.

O Rubro-Negro, então, pediu à CBF o adiamento da partida deste domingo diante do Palmeiras. A entidade recusou o pedido, já que outras equipes espalhadas nas três principais divisões do Campeonato Brasileiro tiveram que entrar em campo mesmo depois de surtos do novo coronavírus com infecção de dez ou mais jogadores. Segundo a confederação, seu protocolo prevê que as equipes devem jogar se tiverem pelo menos 13 atletas à disposição. O atual campeão nacional recorreu então ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, onde novamente teve o pedido negado.

O final de semana chegou e parecia não haver mais motivo que levasse o torcedor a crer no adiamento de Palmeiras x Flamengo. No sábado, entretanto, o Sindeclubes (sindicato que representa funcionários de clubes no Rio de Janeiro), presidido pelo funcionário do Flamengo José Pinheiro dos Santos, obteve uma liminar no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro suspendendo a partida.

A decisão deflagrou a batalha judicial, com a CBF correndo contra o tempo para reverter o cenário a 24 horas do apito inicial. Nos bastidores e nos tribunais, começou a troca de acusações e o aumento na hostilidade das relações entre a confederação, com apoio de clubes da Série A, e o Flamengo. Se fosse um jogo de futebol, o resultado só seria conhecido com um gol aos 46 minutos do segundo tempo: o veredito final da Justiça veio dez minutos antes do início do jogo no Allianz Parque.

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CBF defende protocolo e acusa Flamengo de ignorá-lo

Se publicamente a CBF adotou uma postura mais comedida, à Justiça acusou o Flamengo de descumprir os protocolos de segurança elaborados para a pandemia do novo coronavírus e de exagerar na quantidade de dirigentes que levou ao Equador para a partida diante do Independiente Del Valle. A entidade usou uma foto publicada nas redes sociais do próprio clube, onde atletas sem máscaras posavam dentro do avião, para ilustrar o argumento.

"Dentro do avião os jogadores aparecem sem máscaras protetivas, aglomerados durante a viagem de volta da delegação do Equador, em total descumprimento dos protocolos preconizados em nosso guia de medidas protetivas", disse a entidade.

A confederação também apontou que o Fla não teria seguido as regras em relação ao tempo de permanência do Equador e à quantidade de pessoas na delegação, com um excesso de cartolas integrando a viagem e dividindo ambiente e transporte com os atletas.

"Outro fator sugestivo do ponto de vista médico que essa contaminação ocorreu pelo não seguimento dos protocolos e não durante a partida, pode ser constatado pela solicitação do próprio clube para permanecer no exterior por mais de 72 horas, tempo previsto pelo protocolo, por comodidade de logística, com uma delegação de 64 pessoas, enquanto as credenciais da CONMEBOL (Confedereação Sul-americana de Futebol) são em numero de 50) hospedados nos mesmos hotéis e utilizando transporte aéreo e eventualmente terrestre junto com os jogadores".

Para liberar a realização do confronto, a CBF se apoiava em dois argumentos: seus protocolos são seguros e tem possibilitado que o campeonato transcorra com segurança; o surto atingiu o Flamengo justamente pela não observação destes protocolos.

Adiamento foi estopim em relação Flamengo x clubes e CBF já estremecida

A relação entre Flamengo, CBF e os outros 19 clubes da Série A já vinha estremecendo. Por trás dos desententimentos estava a postura do time carioca em relação à volta do público nos estádios brasileiros. Ao invés de chegar a um consenso com os outros participantes da competição, o Rubro-Negro vinha pressionando de forma independente pela liberação da torcida no Rio de Janeiro, e falando abertamente que a decisão era de responsabilidade de autoridades públicas, e não de clubes e confederação.

No sábado, uma reunião entre clubes e CBF determinou que, por enquanto, o veto ao público nos estádios está mantido. O Flamengo não participou do encontro, que teve 19 votos a zero contra o retorno dos torcedores aos jogos. O clube justificou a ausência dizendo que a reunião era uma convocação da Comissão Nacional de Clubes e que, por isso, era apenas um convidado, mas foi desmentido pela entidade, que publicou o documento convocatório.

Enquanto isso, a insistência no adiamento do jogo diante do Palmeiras foi vista como uma quebra de protocolo que poderia colocar o futuro do Brasileirão em risco, justamente em um momento no qual os clubes debatiam ajustes nas regras, com a formalização do limite de, no mínimo, 13 jogadores aptos por equipe para a realização de uma partida.

No domingo, com o horário do apito inicial se aproximando e com o confronto ainda suspenso, o tom subiu. Ao longo dia, cartolas criticavam a "soberba" do Rubro-Negro e já falavam em uma reunião para retaliação. Há, dentre os cartolas da Série A, quem acredita que a decisão do TST que revogou a suspensão do jogo salvou o Fla da ira de seus pares.

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Jogadores entram na discussão e novo problema aparece

Enquanto a CBF trabalhava nos bastidores para reverter a suspensão da partida e revogar a liminar do Sindeclubes, os jogadores do Flamengo entraram na discussão e o impasse aumentou. Atendendo a um pedido assinado por 20 atletas - os que foram relacionados para o jogo de ontem - o Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro (Saferj) entrou com uma segunda ação, também pelo adiamento do jogo contra o Palmeiras.

O UOL Esporte teve acesso a esse documento, e confirmou as assinaturas do 20 atletas, incluindo titulares e líderes como Arrascaeta, Gérson e Pedro. A carta diz "estamos muito preocupados e gostaríamos de requerer ao Saferj que tome medidas junto às autoridades no sentido de proibir a realização do jogo (...) contra a Sociedade Esportiva Palmeiras em razão do surto e da acelerada contaminação de covid-19 no nosso time".

"Existem exames de falso negativo no elenco, e a cada dia o número de infectados aumenta. Essa medida não visa apenas nos resguardar, mas toda a coletividade participante desse evento, pois a carga viral está altíssima e colocará em risco jogadores de ambas as equipes, seus familiares, funcionários dos clubes, prestadores de serviços estádio e, eventualmente, futuros contactantes".

O pedido do Saferj foi aceito, mas criou um novo problema. O juiz Filipe Olmo não só suspendeu a partida, mas proibiu o Flamengo e seus atletas de realizarem qualquer tipo de treinamento, viagem ou partida de futebol por 15 dias, devendo permanecer em isolamento. Isso impediria todo o elenco de atuar pela Libertadores na quarta-feira diante do Indepediente Del Valle no Maracanã.

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A guerra que surgiu nos bastidores e poderia parar o Brasileiro

Toda a discussão nos tribunais representava, certamente, uma ameaça à realização de Palmeiras e Flamengo, mas não colocava diretamente em risco a continuidade do Brasileiro. O risco para o campeonato nacional estava nos bastidores: caso o jogo não acontecesse, os demais clubes preparavam uma retaliação devastadora, com uma reunião marcada para a segunda-feira e dicurso de exclusão do Flamengo da competição e paralisação.

O art.231 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva proíbe todo clube de : "pleitear, antes de esgotadas todas as instâncias da Justiça Desportiva, matéria referente à disciplina e competições perante o Poder Judiciário, ou beneficiar-se de medidas obtidas pelos mesmos meios por terceiro". A punição é direta e dura: exclusão da competição que estiver disputando.

Ainda que não tenha entrado diretamente na Justiça, o Rubro-Negro, caso não entrasse em campo, estaria se beneficiando de uma medida obtida por terceiro na Justiça Comum sem que fossem esgotadas todas as instâncias da Justiça Desportiva. O discurso de buscar a exclusão do atual campeão brasileiro já era prevalente entre presidentes de outras agremiações. Os que não o apoiavam falavam em paralisar o campeonato.

A possibilidade, embora não admitida publicamente, estava no radar da própria CBF desde sábado. No domingo, a irritação dos outros times evoluiu para revolta. Vários deles, como Sette Câmara, do Atlético-MG, e Andrés Sanchez, do Corinthians, foram às redes sociais. Uma reunião para discutir o assunto já estava marcada para a segunda-feira.

Nada disso, claro, ocorreu. A CBF reverteu a suspensão - despacho do TST (ao lado) - e Palmeiras x Flamengo empataram em 1 a 1. A história mostra, entretanto, a hecatombe que poderia resultar de um esforço de até 19 clubes da Série A para excluir o atual campeão brasileiro ou paralisar o Brasileirão 2020. O jogo morno no Allianz Parque que pode ter embalado sonecas após o almoço de domingo pelo país pode também ter salvado o ano do futebol brasileiro.

Evitar a guerra não significa paz...

Entre o sábado e o domingo, a CBF tentou absolutamente tudo para viabilizar Palmeiras e Flamengo. Depois de dois recursos negados, a liberação veio na bacia das almas, após um pedido ao Tribunal Superior do Trabalho - a instância máxima em assuntos trabalhistas no país. O fundamento foi simples: o Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro não teria competência territorial para suspender uma partida que seria realizada em São Paulo.

Em uma só decisão, o ministro Vieira de Mello Filho revogou ambas as liminares, a do Sindeclubes e a do Safesp. A poucos minutos do início da partida no Allianz Parque, não houve mais nada que pudesse ser feito, e os 90 minutos transcorreram normalmente, com o empate em 1 a 1.

A realização do jogo preserva a tabela do Brasileirão e coloca de lado discussões sobre paralisação do campeonato ou exclusão do Flamengo. Desviar de uma batalha generalizada não significa, entretanto, encontrar paz: a relação entre o Rubro-Negro e os demais clubes do país e com a CBF nunca esteve tão fraturada, e os próximos meses no futebol nacional devem ser de guerra fria.

Com voto contrário de 19 clubes da primeira divisão, o debate sobre a volta do público nos estádios está suspenso, mas será retomado no próximo mês. Isolado depois de antagonizar a CBF, o Flamengo terá que contar com sua enorme torcida e com a posição de clube mais rico e vitorioso do país nos últimos anos para defender seus interesses. Até agora, não há qualquer indício de que abandonará a postura combativa que tem demonstrado.

Com a pandemia do novo coronavírus, os bastidores do Brasileirão 2020, um dos campeonatos mais competitivos do mundo, podem superar em emoção e imprevisibilidade o produto apresentado dentro das quatro linhas. Por ora, o placar aponta um 19 a 1 em situação delicada para o Flamengo. E com a CBF aliada à maioria.

Pedro Souza/Atlético-MG

Em campo... Galo brilha; Palmeiras e São Paulo vacilam

E mesmo após flertar com uma paralisação forçada... o Brasileirão seguia. Em campo, enquanto seu presidente, Sérgio Sette Câmara, inflamava o discurso, o Atlético-MG só queria saber de jogar bola. Se o Flamengo se isolou na briga, o Galo se isolou na tabela. Cada vez mais líder, o time mineiro contou com um hat-trick de Keno para vencer o Grêmio por 3 a 1 na noite de sábado.

Com 73% de aproveitamento e 24 pontos conquistados após 11 jogos, manteve a liderança na tabela de classificação.

Quem decepcionou foi o Palmeiras. Acompanhando o desfecho da briga entre CBF e TST, o Alviverde comemorou a chance de entrar em campo para enfrentar um Flamengo muito desfalcado. E pouco fez. Em tarde pouquíssimo inspirada de seu ataque, ficou no empate por 1 a 1 e garantiu um ponto que teve mais cara de decepção do que de conquista.

No sábado, se não teve o mesmo tom de vexame, o São Paulo também teve o que lamentar. O time de Fernando Diniz não conseguiu furar a retranca do Inter nem com um homem a mais em campo e chegou ao quinto jogo sem saber o que é vencer: empate por 1 a 1.

Hat-trick, novo triunfo e liderança

Atlético-MG venceu o Grêmio por 3 a 1 no Mineirão

Opinião dos blogueiros

  • Juca Kfouri

    Para coroar a palhaçada, culminar a derrota da arrogância e das mentiras do Flamengo, e da covardia e falta de solidariedade do Palmeiras, houve jogo. O empate vale como vitória ao Flamengo e soa como derrota ao Palmeiras.

    Imagem: UOL
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  • Mauro Cezar

    Alguns dirigentes do Flamengo têm dado motivo de sobra para envergonhar o torcedor. Nos 90 minutos de futebol no Allianz Parque, os meninos que sobraram para ir a campo deixaram orgulhosos os rubro-negros.

    Imagem: UOL
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  • Milton Neves

    No frigir dos ovos, o Flamengo tentou fugir do jogo. Enquanto isso, o Palmeiras foi mais "competente" e conseguiu "não aparecer" para a partida. E palmas e mais palmas para os meninos do Fla. Em campo, eles conseguiram amenizar o papelão dos dirigentes rubro-negros, que estão fazendo o futebol brasileiro sentir saudades de Eurico Miranda.

    Imagem: UOL
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  • Perrone

    A disputa nos tribunais em torno da realização ou não de Palmeiras x Flamengo, neste domingo (27), simboliza o estado medieval de nosso futebol. O imbróglio é digno de Eurico Miranda, Caixa D'Água, Farah, Nabi e tantos outros nomes.

    Imagem: UOL
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As frases do jogo fora de campo

Caso seja definido que o protocolo determinado para o Campeonato Brasileiro não será cumprido, é preciso paralisar a competição

Maurício Galiotte, Presidente do Palmeiras

O maior problema do futebol é quando um clube só pensa nele e em mais nada. Suspender um jogo é suspender o protocolo que todos toparam. Melhor paralisar o campeonato inteiro então

Andrés Sanchez, Presidente do Corinthians

O Flamengo acha que é melhor que todo mundo, mas é apenas mais um clube que participa do Campeonato Brasileiro. Os 19 clubes estão alinhados. Se o Flamengo quiser, que faça o campeonato dele sozinho e fazemos o nosso. Não vai fazer falta nenhuma"

Sérgio Sette Câmara, Presidente do Atlético-MG

Frases do jogo dentro de campo

Estamos tendo imponderáveis circunstâncias que nos favorecem, mas não creio que estejamos acima de ninguém. Temos que seguir melhorando para que muitos times que têm muita qualidade individual e coletiva não nos façam dano. Hoje, estamos só começando

Jorge Sampaoli, técnico do Atlético-MG

Extremamente orgulhoso de toda a equipe e staff. Mais fortes, mais juntos. Parabéns

Domènec Torrent, técnico do Flamengo

Hoje o time jogou muito bem, não só depois que ficou com um mais, que nessa hora só um time jogou. Quando tava 11 contra 11, tínhamos o domínio quase que total da partida, criamos mais chances e merecíamos vencer. Defensivamente, o time foi muito bem. A equipe teve evolução e isso mostra que a gente chega forte, em um bom momento para enfrentar o River

Fernando Diniz, Técnico do São Paulo

Foram bem

  • Keno (Atlético-MG)

    Marcou três gols outra vez e ajudou o Galo a se tornar líder isolado do Brasileiro. O atacante recebeu bom passe de Savarino, driblou a defesa e bateu no contrapé de Paulo Victor. Mais tarde, limpou a defesa e contou com desvio para ampliar. Por fim, recebeu lançamento perfeito de Everson e finalizou na saída do goleiro para fechar o placar.

    Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG
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  • Hugo (Flamengo)

    O jovem goleiro do Fla foi um dos responsáveis pelo empate entre Palmeiras e Flamengo. Aos 13 minutos do segundo tempo, ele operou um milagre em cabeçada de Luiz Adriano que tinha endereço. Foi eleito o melhor jogador da partida.

    Imagem: Alexandre Vidal/Flamengo
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  • Arrascaeta (Flamengo)

    O meia uruguaio foi o maestro do Flamengo contra o Palmeiras, ditando o ritmo e controlando a ansiedade dos mais jovens. A bola sempre passava pelos seus pés na parte ofensiva e foi dele a assistência para Pedro empatar o jogo, aos 10 minutos do segundo tempo.

    Imagem: Reprodução
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Foram mal

  • Felipe Melo (Palmeiras)

    Felipe Melo muito falou e pouco fez. O discurso inflamado e atento às polêmicas pré-jogo não teve paralelo na postura quando a bola rolou. O zagueiro do Palmeiras falhou no gol do Flamengo ao deixar a bola chegar com facilidade para Pedro na pequena área e não achou os adversários em combates fora da área

    Imagem: Marcello Zambrana/AGIF
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  • Zé Gabriel (Internacional)

    O jovem defensor do Internacional foi expulso de forma direta, na partida contra o São Paulo, aos 14 minutos do segundo tempo após entrada dura em Igor Gomes. Com um a menos, o Colorado não conseguiu propor o jogo e só não perdeu por boa atuação de Marcelo Lomba.

    Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF
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  • Paulo Victor (Grêmio)

    O goleiro do Grêmio sofreu três gols na partida contra o Atlético-MG. O primeiro, aos 10 do primeiro tempo, ele não teve poder de reação e só conseguiu defender a bola quando ela já havia ultrapassado a linha. No terceiro, ficou indeciso na hora de sair ou não do gol.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Grêmio
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Globo se irrita: "incompetência, insensibilidade"

Clubes rivais, CBF, opinião pública e boa parte dos torcedores que acompanharam o futebol. A lista dos incomodados com o impasse do fim de semana era extensa. E ganhou integrante de peso: a TV Globo. Tão logo abriu a transmissão do que chamou de "jogo da discórdia", o narrador Luis Roberto deu o tom da irritação da emissora.

"A direção do Flamengo fez outro erro agora, porque, ao invés de ir para o estádio, - todos sabiam que a CBF estava tentando cassar as liminares - atrasou a saída do hotel. Então, o Flamengo chegou agora pouco, os meninos não vão nem aquecer direito", disse o narrador enquanto aguardava o início do duelo.

Termos fortes ainda foram utilizados durante a transmissão de Palmeiras 1 x 1 Flamengo. "Incompetência, incoerência. Falta de bom senso. Insensatez. Insensibilidade", dizia Luis Roberto.

Mesmo distante da briga nas instâncias jurídicas, a Globo acabou sendo impactada pela tal discórdia. Inicialmente, sem a certeza do jogo, a emissora chegou a preparar a exibição do filme "Transformers - O Último Cavaleiro". Nada feito. Com a bola rolando, atraso na grade e uma audiência abaixo da média para o horário nobre.

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