"Eu não soquei ninguém. Nunca. Até poderia ter acontecido porque estava muito nervoso, mas não aconteceu.
Além de ser expulso, eu podia ser preso. Era sábado de Carnaval e tinha uma portaria da secretaria de segurança pública do Rio. Quem se metesse em confusão, ficaria preso até quarta-feira de Cinzas. E o [juiz José Roberto] Wright relatou uma agressão minha.
No intervalo, o chefe de policiamento foi no vestiário e explicou a situação. Falou que se eu pedisse desculpas, ele poderia me liberar, e eu voltaria para São Paulo. Não seria preso. Como estava muito revoltado, disse que não ia fazer nada e que ia acertar as contas com o juiz. Imagina, ia me dar mal. O cara era faixa preta de karatê.
O chefe do policiamento falou uma frase que nunca esqueci. 'Bronca é arma de otário'.
Fui lá, pedi desculpas e vim para São Paulo. Uns advogados ajudaram, e a ideia foi sumir com as imagens do 'videotape' do jogo. Não teria prova de nada. Nada disso... Peguei um ano e dois jogos. Recorri e tiraram os dois jogos."