VAR para crer

Na rodada que teve o milésimo jogo da CBF com árbitro de vídeo, decisões com uso da tecnologia geram discussão

Marcello Zambrana/AGIF

Do jogo do empate do (ainda) líder Palmeiras com o São Paulo à derrota da lanterna Chapecoense para o Santos, o VAR foi elemento importante na 14ª rodada do Brasileirão. Justamente no momento em que o árbitro de vídeo foi usado na milésima partida organizada pela CBF — segundo as contas da entidade, no Corinthians x Flamengo.

Não se trata de avaliar de forma unânime se houve acertos ou erros. Mas as decisões tomadas retomam a discussão sobre o nível de intervenção da ferramenta em relação ao que é marcado dentro de campo e, claro, o tempo que cada checagem leva até gerar um veredito da arbitragem.

Antes da rodada, o presidente da comissão de arbitragem, Leonardo Gaciba, disse ao UOL que "o árbitro de vídeo de perfeito é quando quem está vendo o jogo não percebe que ele existe", Não foi exatamente o caso na rodada recém-concluída.

Ao fim das contas, o Palmeiras manteve a liderança do Brasileirão depois do 0 a 0 diante do São Paulo, que segue na zona de rebaixamento. Mas os palmeirenses viram o Atlético-MG se aproximar. A distância entre os dois é de um ponto.

Fortaleza e Bragantino seguem no G4, mas são perseguidos por um Flamengo encantador — que tem dois jogos a menos do que a maioria e protagonizou mais uma exibição de gala, desta vez diante do Corinthians, em São Paulo.

O único jogo pendente desta rodada ainda está sem data: Fluminense x Juventude, alterado após o adiamento do duelo do tricolor contra o Cerro Porteño, pela Libertadores, o que impactou nas oitavas da Copa do Brasil.

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Marcello Zambrana/AGIF

Principais decisões com o VAR

Reprodução

Pênalti anulado

O árbitro Luiz Flavio de Oliveira marcou pênalti de Gustavo Gómez, do Palmeiras, em Marquinhos, mas foi chamado à beira do campo pelo árbitro de vídeo, Péricles Bassols. Após rever a jogada no monitor, mudou de ideia e anulou a penalidade a favor do São Paulo.

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Gol anulado

Reinaldo bateu falta em direção à área e Gustavo Gomez marcou contra. Mas o gol do São Paulo foi anulado porque Luiz Flavio foi chamado pelo VAR para rever o lance e interpretou que Miranda, em posição de impedimento, participou da jogada.

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Pênalti marcado

O árbitro Rodolpho Toski mandou o jogo seguir, a princípio, quando Madson, do Santos, caiu na área da Chapecoense. Com o jogo paralisado, ele reviu o lance e interpretou que o santista foi derrubado: pênalti. "Foi uma jogada de judô", disse Madson.

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Pênalti que voltou

O árbitro avisou ao goleiro João Paulo, da Chapecoense, que ele precisaria manter um dos pés em cima da linha na cobrança do pênalti do Santos. Ele defendeu a primeira batida de Sánchez, mas o VAR verificou que ele não tinha cumprido a regra.

Nosso adversário teve [chances], quer o gol bem anulado, o pênalti que não foi pênalti ou o último gol em que teve interferência e que antes [na jogada de origem] não há falta do Renan.

Abel Ferreira, Técnico do Palmeiras

O árbitro marca pênalti a um metro de distância, o árbitro, no campo, tem as sensações do peso da mão nas costas do Marquinhos, a bola distante do jogador do Palmeiras e ele marca o pênalti corretamente

Carlos Belmonte, Diretor de futebol do São Paulo

Os melhores momentos de Palmeiras x São Paulo

As visões dos colunistas sobre o clássico paulista

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Palmeiras joga menos quando treina mais

O Palmeiras foi para o clássico por cima, como grande favorito. Mesmo no Morumbi. E o que se viu foi uma atuação decepcionante do time de Abel, especialmente no primeiro tempo.

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Divulgação

Alguém precisa intervir no VAR intervencionista

Não sou contra o VAR. O uso da tecnologia ajuda a evitar que várias bizarrices aconteçam em campo. É uma ferramenta poderosa para os árbitros. Mas, para ser poderosa, não pode ser corriqueira.

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Clássico foi bom, mas o VAR foi protagonista

Por causa do número de finalizações, São Paulo e Palmeiras, fizeram um clássico muito melhor que os das finais do Paulistão. Não teve jogo amarrado. Os dois times buscaram o gol

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Alexandre Vidal/Flamengo

Flamengo não para de encantar

Diferentemente do assunto VAR, o debate sobre qual é o time mais encantador do Brasil no momento caminha para a unanimidade. A exibição do Flamengo sobre o Corinthians foi mais um elemento para apontar o rubro-negro de Renato Gaúcho como responsável pelo melhor futebol apresentado por essas bandas.

A vitória por 3 a 1 não expressou devidamente a diferença de desempenho entre os dois times. O Fla faz os três gols já no primeiro tempo, com Everton Ribeiro, Bruno Henrique — que virou um dos artilheiros do Brasileiro, com sete gols — e Gustavo Henrique. Mas o time diminuiu o ritmo no segundo, administrando o placar construído com base em um casamento perfeito entre brilhos individuais e atuação coletiva.

O rubro-negro "decepcionou" a torcida por não ter goleado, a exemplo das rodadas recentes sob a tutela de Renato Gaúcho. O Corinthians só reagiu nos minutos finais, achando um gol com Vitinho — o primeiro dele como profissional.

"Havíamos feito praticamente o resultado, isso é normal a equipe valorizar um pouco mais a posse de bola, não correr tanto quanto no início de jogo", avaliou o técnico.

Mas o clima é tão bom que o time titular vai ser poupado no meio de semana, pela Copa do Brasil. Depois da goleada no jogo de ida das oitavas por 6 a 0, Renato Gaúcho nem sequer vai viajar a Natal para o jogo contra o ABC, quinta-feira. O foco é o Internacional, pelo Brasileiro.

O Fla subiu mais um degrau na tabela e agora é o quinto. Com dois jogos a menos que o Palmeiras, a distância é de oito pontos.

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Mas e o Corinthians, hein?

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Corinthians virou piada e saco de pancada

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Por que o Corinthians virou freguês do Fla

A diferença é tão gritante que o técnico Renato Gaúcho recusou convite do Parque São Jorge e aceitou prontamente o do clube da Gávea.

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Como saíram os gols do Flamengo

Foi um primeiro tempo muito ruim, apático, não estivemos bem no jogo. Não porque não quisemos, mas estivemos mal no jogo. Isso nos custou praticamente a partida, três gols, você fica numa situação muito difícil e ruim para voltar para o segundo tempo. Nosso primeiro tempo não foi bom, pouca força na marcação, não tivemos a bola, não atacamos, e demos o resultado ao adversário. Realmente foi uma atuação muito ruim.

Sylvinho, Técnico do Corinthians

Pedro Souza / Atlético

Que estilo, Galo!

O Atlético-MG não precisou de seu principal jogador para encurtar a distância em relação ao líder Palmeiras. Hulk ficou fora de combate por conta de uma conjuntivite, mas mesmo assim o time mineiro passou pelo Athletico por 2 a 0 e agora está um ponto atrás do Palmeiras.

Para além da tabela, o bom resultado significa que o Galo repetiu sua a maior sequência de vitórias nos pontos corridos: são sete jogos ganhos de forma consecutiva.

Os responsáveis pelos gols desta vez foram Vargas, de pênalti, e Neto. O atacante chileno, inclusive, foi o personagem do jogo porque ainda viria a ser expulso. Ele deu uma cotovelada em Pedro Henrique e levou o segundo amarelo. Mas o gol de Neto, volante de 18 anos, foi mais especial: o primeiro dele como profissional.

À beira do campo estava Cuquinha, irmão e auxiliar de Cuca, suspenso pelo STJD. O interino se virou bem e exibiu o estilo bem original de cavanhaque.

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Kely Pereira/AGIF

O que mais você precisa saber

O dedo de Guto Ferreira no clássico entre Ceará e Fortaleza foi como um toque de Midas para decidir o jogo a favor do Vozão.

Dois dos três gols alvinegros foram de jogadores que entraram no decorrer da partida — Cleber e Ricky. Antes deles, Tinga, para o Fortaleza, e Kelvyn, do Ceará, tinham balançado as redes.

O Fortaleza ainda está em terceiro, mas o Ceará também tem uma campanha muito consistente no Brasileirão - está em sétimo e só perdeu dos jogos. A sequência atual é de dez partidas de invencibilidade para a equipe do "Gordiola".

Em contraste com a boa fase dos cearenses está a queda livre do Bahia. São quatro derrotas seguidas, sendo a mais recente para o Sport, por 1 a 0. O placar, por outro lado, evitou que o time pernambucano voltasse à zona de rebaixamento.

Quem está longe de sair do Z4 é o Grêmio, que no sábado perdeu para o Bragantino (outro com campanha consistente, em quarto). A crise no Rio Grande do Sul se estende ao Internacional. Inconsistente, empatou sem gols com o Cuiabá. Em outro jogo menos badalado da rodada, o Atlético-GO empatou em casa com o América-MG.

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Foram bem

  • Everton Ribeiro

    O meia rubro-negro fez seu primeiro gol na temporada contra o Corinthians, justamente o time no qual foi revelado. O chute certeiro de fora da área veio após pressão na saída de bola do adversário.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Flamengo
  • Praxedes

    O volante do Red Bull Bragantino acertou um belo chute de canhota e fez o gol da vitória sobre o Grêmio. Detalhe: ele chegou ao clube após passagem pelo Internacional.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Red Bull Bragantino
  • Tiago Volpi

    O goleiro do São Paulo foi o destaque do time no empate contra o Palmeiras. Fez intervenções importantes em tentativas de Deyverson e Breno Lopes.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do São Paulo
  • João Paulo

    O goleiro do Santos vive ótima fase e foi fundamental para assegurar o placar de 1 a 0 diante da Chapecoense. O jogo foi duro, apesar de o time catarinense estar em último.

    Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Foram mal

  • Gustavo Gómez

    Muito atabalhoado, tanto que protagonizou os lances polêmicos do jogo. O pênalti e o gol contra anulados, que trariam a derrota para o Palmeiras se fosse validados.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Palmeiras
  • Moisés

    O lateral-esquerdo foi expulso por reclamação, o que comprometeu a atuação do Internacional diante do Cuiabá. O momento geral do time é difícil.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Internacional
  • Gabriel

    O volante do Corinthians não achou o jogo durante o primeiro tempo contra o Flamengo. Errou sete passes em 45 minutos e saiu no intervalo

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Corinthians
  • Gilberto

    Ainda um dos artilheiros da temporada, o atacante do Bahia segue em má fase. São seis jogos de jejum. Perdeu chance clara contra o Sport.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Bahia
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