Nomes de efeito

Como Hulk e Renato Augusto ajudam a explicar a situação de Atlético-MG e Corinthians no Brasileirão

Do UOL, no Rio de Janeiro Pedro Souza/Atlético-MG

Dois veteranos, com participação em Copa do Mundo no currículo, passagem por futebol europeu e China. Em comum, o fato de tornarem-se peças cruciais na condução dos seus times aos respectivos objetivos no Brasileirão. A 34ª rodada serve como um retrato do efeito positivo que Hulk e Renato Augusto trouxeram para Atlético-MG e Corinthians. O Galo está a um triz de confirmar o título da Série A, enquanto o Corinthians entrou no G4 pela primeira vez desde outubro de 2019.

Hulk anotou os dois gols atleticanos na vitória sobre o Juventude e voltou ao topo da artilharia, com 14 gols. O resultado no Mineirão arrancou os gritos de ´'é campeão" da torcida atleticana, embora a matemática ainda impeça a festa definitiva. Como o time de Cuca já somou 53 gols no Brasileirão — o segundo melhor ataque, atrás só do Flamengo, com 64 —, Hulk teve participação direta em 39,5% das bolas na rede do time na competição. São sete assistências.

Renato Augusto, até pela função diferente, não tem números tão significativos: são três gols e uma assistência. Os gols diante do Santos, inclusive, foram de Jô e Gabriel. Mas a frieza dos números não é capaz de traduzir a relevância dele para o Corinthians de Sylvinho. Renato é um regente, organiza o que muitas vezes é um absoluto caos ou deserto de ideias.

Em um Corinthians com 14 vitórias no Brasileiro, Renato Augusto esteve em campo em 10 delas. O clube trouxe outros jogadores importantes no meio do ano, como Roger Guedes, Giuliano e Willian. Mas antes de Renato Augusto, o aproveitamento era de 40% em 15 rodadas. A partir da estreia dele, o Corinthians somou 63% dos pontos em disputa quando Renato Augusto esteve em campo. O único jogo sem ele foi o empate com o Atlético-GO.

Ler mais
Pedro Souza/Atlético-MG

Sabemos da pressão que vivemos para estar no G4. Quando cheguei aqui me chamaram de louco, vindo para um time que ia brigar para não cair. Hoje, estamos no G4. Demos um passo importante, mas ainda faltam alguns jogos para o objetivo.

Ler mais

Renato Augusto, Meia do Corinthians

Esse grito está engasgado. Falta pouco. O que trouxe a gente aqui foi nossa humildade, nosso foco. Durmo sonhando com isso. Esse Brasileiro para mim vai ser especial. Já disse que será a conquista mais importante da minha carreira.

Ler mais

Hulk, Atacante do Atlético-MG

Lucas Figueiredo/CBF

O que isso tem a ver com a seleção?

Hulk já foi convocado por Tite durante este Brasileirão, em um momento de necessidade de contar com jogadores que estavam fora da Premier League, da Inglaterra. A sequência do Brasil tinha Chile, Argentina e Peru. O atacante do Atlético-MG, que não era chamado para vestir a amarelinha desde 2016, entrou no segundo tempo do duelo com os peruanos.

Renato Augusto era titular com Tite até a Copa 2018. Ele se machucou antes do Mundial e fez falta ao longo da campanha. O meia até fez o gol na derrota nas quartas de final frente à Bélgica. E perdeu uma chance que martela na mente de muitos torcedores — e do técnico — até hoje. Mas Tite cultiva uma admiração imensa por Renato Augusto. Para o treinador, o meia de 33 anos ainda precisa "tirar a China do corpo".

Os gols de Hulk contra o Juventude

Pedro Souza/Atlético-MG

As contas para os jogos que restam

Os resultados da rodada do fim de semana prorrogaram mais a ansiedade atleticana para a confirmação do título. Já se sabe que não será no meio desta semana, quando o time de Cuca enfrenta o Palmeiras. A vantagem sobre o Flamengo está em oito pontos e ambos, com jogos atrasados a pagar, ainda têm cinco partidas pela frente. O site Infobola, do matemático Tristão Garcia, coloca o Atlético-MG com 99% de ser campeão.

Mas a conta para o Galo é relativamente simples. Se vencer os dois próximos jogos (Palmeiras e Fluminense) e o Flamengo tropeçar diante do desesperado Grêmio na terça-feira (empatar ou perder), o título para a equipe mineira seria confirmado no próximo domingo. O jogo contra o Fluminense seria necessário na matemática atleticana mesmo em caso de derrota rubro-negra para o Grêmio, já que ainda restariam quatro jogos em disputa e a diferença seria de 11 pontos.

Se não quiser nem saber o que se passa com o Flamengo, basta ao Atlético-MG assegurar mais três vitórias no Brasileirão. O calendário do Galo tem — além de Palmeiras e Fluminense — Bahia, Red Bull Bragantino e Grêmio.

O técnico Cuca mantém o discurso de cautela, apesar da evidente euforia a cada ponto somado na competição:

"Quem quer gritar, pode gritar. É o que eu falo: eu não não sou campeão ainda, a gente não é campeão ainda. Mesma coisa numa corrida de Fórmula 1. Você está na última volta e está na frente, com uma distância boa. Mas não acabou a corrida, você só vai ser campeão quando der a bandeirada, atingir o número de pontos que o segundo colocado não atinja".

Marcello Zambrana/AGIF

A melhor versão do Timão até agora?

O Corinthians que chegou ao G4 não está em sua melhor sequência de resultados no campeonato, mas aproveitou a instabilidade de Fortaleza e Red Bull Bragantino, que brigaram por esse posto desde o início do Brasileirão.

No entanto, foi possível notar no clássico contra o Santos, vencido por 2 a 0, um Corinthians cuja exibição foi uma das mais dinâmicas em termos ofensivos, desde que Sylvinho chegou ao time.

Além do desfile de Renato Augusto, a participação mais intensa dos laterais Fagner e Fabio Santos trouxe uma faceta da qual o time tinha abdicado nos últimos tempos. Coube a Jô o primeiro gol e o passe para o segundo, de Gabriel — mas o fato é que a estrutura, em geral, funcionou muito bem.

"Todos os setores funcionaram bem, eu fico feliz com a organização do time. Nós mostramos ao longo desse período um time organizado, uma defesa muito bem postada, um meio de campo que protege bem, os atacantes com funções defensivas, ao contrário também tem ocorrido. Potencializado o time com a posse de bola ou a passagem de um lateral, o Fagner passou bastante, o Fábio também aproveitou", afirmou Sylvinho.

É um momento animador para isso. Segundo o site Infobola, a chance de o Corinthians terminar no G4 passou para 60%. É uma tranquilidade a mais pensando na vaga na zona de classificação direta à fase de grupos da Libertadores, embora no sábado — com Palmeiras e Flamengo decidindo a competição continental — haverá a confirmação de que o G4 virará G5.

O Corinthians ainda tem quatro jogos por disputar: Ceará (f), Athletico (c), Grêmio (c) e Juventude (f). Uma tabela relativamente simples.

Ler mais

"Renato Augusto? É um desfile"

Pedro H. Tesch/AGIF

Gangorra dos finalistas: Fla em alta e Palmeiras em baixa

Finalistas da Libertadores e aquecendo os motores para o confronto de sábado (27), Palmeiras e Flamengo ainda têm mais um jogo por disputar antes do embarque para o Uruguai. Mas a rodada do fim de semana do Brasileiro consolidou um momento melhor para o rubro-negro na gangorra que se tornou a campanha de ambos na Série A deste ano.

O Flamengo tem uma série de quatro vitórias seguidas, levando só um gol e marcando 10 nesse período. Em contraste, o Palmeiras vem de três derrotas consecutivas.

A mostra que existe, sim, uma gangorra é que o Palmeiras vinha, até 10 de novembro, em uma série de seis vitórias seguidas. O Fla, por sua vez, andou cambaleante no Brasileirão desde meados de outubro, empatando com Cuiabá, Athletico e Chapecoense, além de perder para o Fluminense.

Os dois times usaram os jogos do Brasileiro para dar rodagem ao elenco, poupar forças para a final continental e também buscar algumas alternativas táticas pensando no jogo mais importante da temporada. Mas o alerta, de momento, para o Palmeiras é que a derrota diante do Fortaleza foi com o time considerado titular. E terça-feira o adversário é o líder Atlético-MG.

O Fla tem conseguido boas coisas às custas de Michael, mas Gabigol tratou de dar as caras novamente na vitória sobre o Inter, no sábado. Arrascaeta também voltou a atuar após 48 dias. O rubro-negro tem um jogo a menos que o Palmeiras e oito pontos a mais. Parece improvável que essa diferença vá se dissolver, o que é relevante para o calendário 2022.

Se o Atlético-MG faturar tanto Copa do Brasil quanto Brasileirão, o vice-campeão da Série A é quem estará na Supercopa do Brasil do ano que vem.

Ler mais

A opinião dos colunistas

Divulgação

Plano de Abel deu errado: Fla chega mais confiante à final

O plano de Abel deu errado. O que não quer dizer que o Palmeiras perderá a final de sábado. É 50-50, como digo há tempos. Mas antes de uma final, a ideia não é somente ter um time chegando bem fisicamente. É também ter um time ajustado taticamente e confiante. Três derrotas consecutivas, duas delas com o time titular, tiram a confiança de qualquer um.

Ler mais
UOL

Enquanto o Verdão derrete, Fla prepara o rolo compressor

Restando uma semana para a grande decisão da Libertadores, o cenário é completamente diferente de alguns dias atrás, amigos. Antes o Flamengo se mostrava frágil e o Palmeiras, sólido. Hoje o Verdão derrete, enquanto o Mengão está na ponta dos cascos. E a tendência é de que o Flamengo atropele o time de Abel Ferreira sem nem fazer muita força!

Ler mais
Uol

Retrato é bom para o Fla, mas também agrada ao Palmeiras

Se tudo funcionar, o Flamengo começará a final no Uruguai com seu "dream team". Favoritismo? Pode ser, até pelo retrospecto nos confrontos recentes com o time paulista. Mas Abel já mostrou que se sente mais confortável na adversidade. Como a "zebra" que pode usar o discurso "contra tudo e contra todos" e jogar fechado sem culpa ou vergonha.

Ler mais

Foto da rodada: referência a ex-jogadores negros na camisa do Fluminense

Lucas Merçon/Fluminense Lucas Merçon/Fluminense

As críticas à arbitragem

O comando da comissão de arbitragem mudou, mas os lances polêmicos continuam

Reprodução

E esse empurrão?

O Flamengo reclamou da não marcação de um pênalti de Moisés, do Internacional, sobre Éverton Ribeiro, na partida disputada sábado, no Beira-Rio. O jogador colorado empurra o meia do Fla na área, mas o árbitro Savio Pereira Sampaio manda seguir. Na Central do Apito, do Premiere, o comentarista Paulo Cesar de Oliveira considerou penalidade, já que o empurrão foi nas costas. "Eu, sinceramente, gostei da arbitragem hoje, mas tivemos um lance claro de pênalti sobre o Everton. É chover no molhado. A única pergunta que faço aos especialistas é por que o VAR não chamou o árbitro? Não é possível que ele tenha todas as imagens e que não viu o pênalti no Everton. O jogo estava em 2 a 0, poderíamos ter feito o terceiro e eliminar a partida. O Flamengo hoje não está disputando o título justamente pelos erros de arbitragem claríssimos", disse o técnico Renato Gaúcho.

Ler mais
Reprodução

Dois gols anulados

O jogo entre Bahia e Cuiabá, na Fonte Nova, teve duas situações muito contestáveis. O Cuiabá teve dois gols anulados. No primeiro deles, a marcação de impedimento foi feita pelo VAR na origem do lance. A questão é o momento em que a jogada foi pausada para que as linhas fossem traçadas. A percepção do comentarista do Premiere, Sandro Meira Ricci, é que a bola já tinha saído do pé do passador do time do Cuiabá quando o frame da jogada foi feito. A segunda decisão foi a marcação de uma falta nada clara quando Jenison disputou a bola pelo alto com Nino Paraíba e cabeceou para o gol. O jogo terminou 0 a 0, com o Bahia ainda na zona de rebaixamento. Em rodadas passadas, a vítima dos erros foi o próprio tricolor baiano. O somatório de problemas com o apito, inclusive, gerou a demissão de Leonardo Gaciba do cargo de presidente da comissão de arbitragem da CBF.

Foram bem

  • O atacante do Corinthians fez um gol e deu uma assistência na vitória no clássico sobre o Santos, na Neo Química Arena. A finalização que rendeu bola na rede foi fruto de um bonito trabalho de pivô.

    Imagem: Marcello Zambrana/AGIF
  • Lucas Silva

    O volante do Grêmio fez um golaço na importante vitória sobre a Chapecoense, fora de casa, que reduziu a distância para a porta de saída da zona de rebaixamento. Um belo chute de fora da área.

    Imagem: Dinho Zanotto/AGIF
  • Robson

    O atacante do Fortaleza mostrou oportunismo e foi decisivo na vitória magra, mas muito relevante, sobre o Palmeiras. Foi o décimo gol de Robson no Brasileirão.

    Imagem: Pedro Chaves/AGIF
  • Andreas Pereira

    O volante do Flamengo apareceu como um raio dentro da área para fazer o segundo gol sobre o Internacional. Mais do que isso, teve boa dinâmica de jogo, retomando o padrão dele.

    Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF

Foram mal

  • Gustavo Gomez

    Ficou devendo na derrota do Palmeiras para o Fortaleza. Não conseguiu frear David no lance do gol e ainda bateu boca com o goleiro Weverton durante o jogo.

    Imagem: Cesar Greco
  • Madson

    O lateral-direito do Santos foi mal individualmente e coletivamente em uma jogada para ser esquecida pelo time de Fábio Carille. Preocupante.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Santos
  • Victor Cuesta

    O zagueiro argentino deu bobeira e cometeu falhas técnicas e de posicionamento nas jogadas dos dois gols do Flamengo sobre o Internacional. Lances capitais.

    Imagem: Cesar Olmedo - Pool/Getty Images
  • Juninho Capixaba

    O lateral do Bahia foi um dos piores no agoniante empate sem gols diante do Cuiabá. Assim como Raí, teve problemas defensivos e falhas técnicas com a bola no pé.

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Bahia

+ Especiais

Reprodução/TV Ceará

Brigas, polêmicas e humor: o que há por trás do sucesso do programa Trem Bala, da TV Ceará?

Ler mais
PABLO PORCIUNCULA/AFP

Autor do gol do título do Athletico-PR na Sul-Americana, Nikão abre o jogo sobre alcoolismo e noitadas

Ler mais
Eitan Abramovich/AFP

Athletico e Red Bull Bragantino disputam a Sul-Americana e mostram como o futebol brasileiro mudou

Ler mais
Fabio Braga/Folhapress

Adriano Michael Jackson admite bebedeira antes de jogos e, aos 34, ainda pretende festejar gols com sua ginga

Ler mais
Topo