O telefone toca, e Tereza Borba, filha de consideração de Barbosa, atende. Naquele momento ela procurava fotos do pai a pedido de um veículo de imprensa. Até a última quinta-feira, já havia atendido inúmeros jornalistas e atenderia outros mais. Porém, nenhum esforço que incomodasse.
A cada resposta, o riso fácil não escondia a satisfação de poder falar sobre conquistas do ex-goleiro, com quem conviveu na cidade de Praia Grande em sua última etapa de vida. Se vivo fosse, Moacyr Barbosa faria 100 anos neste sábado. E, neste centenário, ainda que de forma tardia, se desenha um merecido reconhecimento a um dos grandes goleiros da história do futebol brasileiro. Possivelmente o maior deles antes da 'era Pelé'.
Tereza abraçou a missão: desconstruir uma imagem que por anos foi repetida. Gerações de brasileiros cresceram ouvindo sobre o Maracanazo e um goleiro responsabilizado por perder uma Copa dentro de casa para o Uruguai. Barbosa, que fez história no Vasco, faleceu em 2000. Mais de duas décadas depois, a "Neguinha", como era carinhosamente chamada por ele, ainda batalha para que seu legado não fique perdido por trás de um único episódio.