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El Salvador

País da "Guerra do Futebol" ataca com flechas

Arte UOL

O menor país da América Central e único não banhado pelo mar do Caribe saiu de uma guerra civil que durou 12 anos. Em 16 de janeiro de 1992 foi assinado o acordo de paz que terminou com o conflito entre o governo direitista e a guerrilha de esquerda, que custou 75 mil vidas.

Um dos berços da civilização maia, El Salvador tem um longo histórico de lutas, que começou em 1524, quando os espanhóis iniciaram uma guerra com as tribos da chamada Cuzcatlán (terra de coisas preciosas).

A independência da Espanha veio em 1821, mas em seguida, o país foi invadido pelo México. Com o fim do império mexicano, dois anos depois, El Salvador passou a integrar a Federação das Províncias Unidas da América Central, junto com Guatemala, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Separou-se do bloco em 1842.

Mais de um século depois, El Salvador enfrentaria problemas com a vizinha Honduras, que passaram do campo político para o esportivo. As divergências entre os dois países tinha como uma de suas principais causas a emigração massiva de salvadorenhos para Honduras, em busca de terra, ao longo das décadas de 50 e 60. Quando o governo hondurenho promoveu uma reforma agrária, os estrangeiros foram perseguidos e expulsos e a tensão entre as duas nações aumentou.

O clima ficou tão ruim que o simples jogo dos dois países pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970 serviu como estopim para um conflito armado. Surgiu assim Guerra do Futebol, que teve início em 14 de julho de 1969, quando o exército salvadorenho atacou Honduras. A OEA (Organização dos Estados Americanos) negociou um cessar-fogo, que entrou em vigor seis dias depois, após 6.000 pessoas terem morrido.

Antes do ataque, El Salvador e Honduras se enfrentaram três vezes pelas eliminatórias para a Copa. Depois da vitória de Honduras em Tegucigalpa (1 a 0) e de El Salvador em San Salvador (3 a 0), o desempate foi na Cidade do México, e a seleção salvadorenha venceu por 3 a 2, na prorrogação, classificando-se para a Copa. No Mundial, o time teve vida curta, perdendo seus três jogos pelo grupo A, na primeira fase.

Apesar de o futebol ser uma paixão nacional em El Salvador, a potência esportiva do país é o tiro com arco. Nos Jogos de Santo Domingo-2003, a modalidade rendeu três medalhas para o país. Mas duas delas só foram conseguidas graças ao regulamento dos Jogos, que não permite que um mesmo país leve as três medalhas.

Assim, o bronze de Ricardo Merlos no individual foi conquistado mesmo com a derrota para o norte-americano Glenn Meyers. O outro bronze “herdado” veio na disputa por equipes, com Ricardo, seu irmão Cristóbal e Miguel Angel Veliz. Antes de conquistar o ouro no individual, Merlos foi o responsável pela eliminação do único brasileiro na disputa, Leonardo Lacerda de Carvalho, na disputa por uma vaga nas quartas-de-final. Ele somou 157 pontos, contra 149 do mineiro.

A outra medalha no tiro com arco foi a prata garantida por Claudia Landaverde. O país ainda somou outra prata, no levantamento de peso, com Eva Dimas. As quatro medalhas foram o melhor resultado da história do país em Pans.

Depois das conquistas no Pan, Eva e Ricardo Merlos participaram das Olimpíadas de Atenas-2004. A pesista ficou em 11º lugar e Merlos caiu na primeira fase. Em outubro de 2007, El Salvador será a sede do torneio classificatório da América para as Olimpíadas de Pequim.

Quadro de medalhas de El Salvador

Países OuroOuro PrataPrata BronzeBronze Total
1975 Cidade do México 0 0 1 1
1979 San Juan 0 0 1 1
1983 Caracas 0 0 1 1
1995 Mar del Plata 0 1 0 1
1999 Winnipeg 0 0 1 1
2003 Santo Domingo 0 2 2 4
TOTAL DE MEDALHAS 0 3 6 9