UOL Esporte - Pan 2007
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Bolívia

Terra da prata vê metal como 'artigo raro' no Pan

Arte UOL

Uma das mais altas cidades do mundo com seus 4.090 m de altitude, Potosi já ostentou outro rótulo de grandeza. Por possuir volumosa quantidade de prata, o município boliviano foi o mais rico do hemisfério ocidental durante o período colonial.

Mas, se no passado a Bolívia se destacou tanto com a prata, no campo esportivo, o contato com o metal é bem menor. Tanto que, nas 14 edições já realizadas dos Jogos Pan-Americanos, o país conquistou apenas uma prata entre as três medalhas que são todo seu tesouro esportivo (tem também dois bronzes).

Embora seja o oitavo maior país das Américas em extensão territorial, a Bolívia tem economia frágil. Um dos centros energéticos mais ricos da América do Sul (perde apenas para a Venezuela), o país tem no gás e no petróleo os principais itens de exportação. Juntos, somam quase 50% do montante total.

A riqueza combustível, inclusive, virou centro de polêmica com o Brasil em 2006, quando Evo Morales assumiu a presidência e decidiu nacionalizar as jazidas. O objetivo do mandatário era elevar de 18% para 50% os impostos sobre as empresas exploradoras de petróleo e gás, alterando as leis locais.

A decisão criou o temor de que os contratos do país com as empresas fossem quebrados, prejudicando o fornecimento de gás e, assim, gerando desabastecimento nos países importadores. A possibilidade, porém, foi afastada por Morales em contato com o presidente Lula.

Outra decisão tomada pelo boliviano atingiu diretamente o esporte. Neste ano, a pasta, atualmente representada por um vice-ministério, deve ser “promovida” a ministério. Para isso, depende principalmente de alteração na Lei de Organização do Poder Executivo (Lope). O fato é que a proposta conta com o incentivo e a vontade de Morales, o principal passo para que a mudança ocorra.

Enquanto isso, para tentar colher melhores resultados no Pan do Rio, o governo aprovou investimento de 800 mil bolivianos (cerca de R$ 200 mil, 30 vezes inferior ao que o Brasil investiu só em 2006 na preparação para o Pan). Grande parte da verba boliviana irá para os atletas com maior potencial de faturar medalhas. Para definir a distribuição dos recursos, o governo utiliza como critério o desempenho nos Jogos Sul-Americanos de 2006, na Argentina.

Medalhistas na competição que envolveu 15 países, Ana García e Wendy Palomeque, do tiro, garantiram 15 mil bolivianos cada (R$ 3.000) para realizar a preparação até julho, enquanto o tenista Mauricio Doria Medina ficou com 20 mil (R$ 5.000), formando o trio que receberá grande parte do incentivo. Com apenas uma prata e dois bronzes, aparece em 33º lugar entre os 39 países que já garantiram ao menos um pódio na história dos Jogos.

Quadro de medalhas da Bolívia

Países OuroOuro PrataPrata BronzeBronze Total
1991 Havana 0 1 0 1
2003 Santo Domingo 0 0 2 2
TOTAL DE MEDALHAS 0 1 2 3