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28/08/2004 - 09h35
Brasil perde medalha de bronze para a Rússia

Murilo Garavello
Enviados especial do UOL
Em Atenas (Grécia)

Reuters 
Cíntia Tuiú parte para o arremesso diante da marcação da russa Maria Stepanova

O Brasil recuperou seu status de potência no basquete feminino, chegou à semifinal das Olimpíadas de Atenas, mas, pela primeira vez desde 1992, saiu dos Jogos sem uma medalha. Neste sábado, as brasileiras terminaram em quarto lugar, perdendo para a Rússia por 71 a 62.

O resultado pode ser considerado bom para o Brasil, considerando a última competição mundial que as garotas disputaram. Em 2002, a seleção terminou o Mundial da China em sétimo lugar, perdendo para equipes em ascensão, como a Espanha.

"Eu estou decepcionada, mas não acho que seja um fracasso ficar em quarto lugar. Muitos times fortes disputaram as Olimpíadas e nós ficamos no topo. Não é fácil fazer isso", disse a pivô Alessandra.

Em Atenas, o Brasil não deu espaços para surpresas. Venceu os times que podia vencer, perdeu para as equipes mais fortes. A seleção perdeu quatro vezes, duas para a Austrália, duas para a Rússia. As duas seleções estiveram no pódio nos dois últimos campeonatos mundiais.

Em Sydney-2000, as russas só não ficaram com medalha porque perderam para a seleção brasileira nas quartas-de-final. A Austrália foi medalha de prata. O pódio em Atenas fica com os mesmos times do Mundial de 2002. A diferença é a posição russa, que chegou à final na China.

Após a derrota para a Austrália, na semifinal, as brasileiras não entraram em quadra abatidas. Muito pelo contrário. As russas, que tiveram o resultados esperado contra os EUA e foram eliminadas, sentiram muito mais. Tanto que, no primeiro tempo, abusaram dos erros.

Em dois quartos, a Rússia errou 25 arremessos, perdeu oito bolas e permitiu que o Brasil roubasse sete. A seleção brasileira aproveitou a vantagem no primeiro quarto e venceu por dois pontos, 20 a 18. No segundo, as atuais campeãs européias melhoraram e venceram por dois pontos, chegando ao intervalo com o placar igual, 32 a 32.

A grande responsável pela mudança foi a altura russa. Após um primeiro quarto apático, as russas acordaram, pelo menos no rebotes. No garrafão brasileiro, o Brasil pegou 13 rebotes defensivos, contra dez ofensivos da Rússia.

Traduzindo, esse número mostra que, a cada três erros de arremesso das russas, em um deles elas tiveram uma segunda chance para acertar. O Brasil só pegou três rebotes ofensivos. Ou, a cada seis dos 18 arremessos que o Brasil errava, em um elas tiveram uma segunda chance de marcar.

Após o intervalo, o Brasil só piorou no fundamento. Tanto que o terceiro quarto terminou com um empate entre o número de rebotes ofensivos da Rússia com os defensivos do Brasil, 18. Na partida inteira, a Rússia pegou dois rebotes ofensivos a mais do que os defensivos da seleção.

Mesmo assim, com arremessos certeiros de Adrianinha e Iziane, a seleção manteve o jogo equilibrado e foi aos dez últimos minutos com só um ponto atrás, 47 a 46.

A oito minutos do fim, o Brasil perdeu o jogo. Com Iziane no banco, a seleção permitiu duas bandejas fáceis, ficou dois minutos sem marcar e a Rússia abriu 58 a 49. O Brasil ainda deu um último suspiro, com roubadas de bola e infiltrações de Janeth, mas não foi suficiente. A "pá de cal" veio a 1min40s, com um passe errado de Adrianinha.

"Deixamos o jogo escapar pelas nossas mãos. Estivemos na frente por três quartos, mas em nenhum momento conseguimos fechar a partida", lamentou o técnico Barbosa. "Poderíamos vencer a partida, mas quando a Rússia abriu três pontos, tivemos de correr riscos e nada deu certo", completou a ala Iziane.

A pivô Alessandra, de 30 anos, era a mais abatida. Chorando muito, ela foi consolada pelas duas pivôs reservas do Brasil, Erika e Kely. Mais alta jogadora da seleção, 2,00 m, Alessandra anunciou, antes dos Jogos, que disputaria sua última Olimpíada.

Janeth, 34, mais velha das brasileiras, não falou em aposentadoria. Cestinha do Brasil, ela até já fala em Pequim-2008. "Ficamos em quarto, mas quarto não é ruim. E já estou ansiosa para trilhar o caminho de Pequim", disse, após a partida.

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