Da Redação
Em São Paulo

O Brasil goleou nesta terça-feira a Grécia por 7 a 0 e se classificou para as quartas-de-final do torneio de futebol feminino dos Jogos de Atenas.

A brasileira Marta, em lance com a zagueira grega Lagoumtzi; veja álbum

Com o resultado, o Brasil ficou em segundo lugar em seu grupo, com seis pontos, e pegará o México nas quartas-de-final, no sábado (20). Os Estados Unidos empataram por 1 a 1 com a Austrália e ficaram em primeiro, com sete pontos ganhos.

A seleção mexicana é freguesa da brasileira. Em dois jogos oficiais até hoje, as brasileiras venceram por 11 a 0 (1998) e 7 a 1 (na Copa do Mundo de 1999).

Depois de uma vitória por 1 a 0 contra a Austrália e uma derrota para os EUA por 2 a 0 -quando o Brasil fez um primeiro tempo arrasador, mas não conseguiu marcar gol-, a seleção feminina precisava apenas de um empate contra a Grécia para garantir a classificação. Mas o técnico René Simões resolveu manter um esquema ofensivo, já usado contra a Austrália, com três atacantes e duas meias ofensivas.

No primeiro tempo, o Brasil repetiu o que tem sido a tônica do time nos Jogos Olímpicos: domínio das ações, ficando a maior parte do tempo no campo da adversária, muitos chutes a gol, mas poucas finalizações certeiras. Terminou o primeiro tempo vencendo por 2 a 0, e só deslanchou no placar na etapa final.

O Brasil acabou se valendo da baixa estatura da goleira grega Giatrakis (1,65 m), que foi substituída depois de tomar o sétimo gol. Foram três gols de cabeça -dois de Cristiane e um de Pretinha. No total, Cristiane marcou três, Marta, um, e Pretinha, um. Até as zagueiras Graziele e Daniela Alvez marcaram.

O jogo
Assim como aconteceu na estréia do Brasil (contra a Austrália), o time adversário jogou com apenas uma atacante em campo, a número 11 Panteleiaidou, mas pouco incomodou a goleira Andréia -houve um chute fraco a 1min e outro para fora minutos mais tarde.

Aos 5min, o Brasil teve sua primeira chance. Cristiane enfiou a bola para Pretinha na área, mas a atacante chutou para fora. Na seqüência, Marta lançou Elaine, que, do canto direito da área, chutou em cima da goleira grega Giatrakis.

Rosana ainda deu um chute fraco para fácil defesa de Giatrakis e, aos 14min, após boa troca de passes pela esquerda, Cristiane recebeu na área e chutou em cima da goleira grega.

Aos 18min, a Grécia teve sua única chance real de gol. A solitária atacante Panteleiadou recebeu ao lado de Tânia e passou fácil pela zagueira brasileira. Ficou cara a cara com a goleira Andréia, mas chutou fraco, rasteiro, para fora.

Tânia havia torcido o tornozelo direito seis minutos antes e tinha acabado de voltar ao gramado, ainda mancando. Minutos depois, ela foi substituída por Grazielle.

Aos 20min, saiu o gol brasileiro. Formiga cruzou da direita, e Pretinha completou de cabeça no meio da área.

Quatro minutos depois, um lance polêmico. A juíza alemã Christine Frai errou ao marcar tiro livre indireto em um recuo não-intencional da zaga grega para a goleira. Num chute quase da entrada da pequena área, Pretinha rolou, e Daniela carimbou a barreira, derrubando a capitã grega, Michailidou.

Na metade final do primeiro tempo, Marta, Cristiane e Graziele ainda desperdiçaram chances, e Formiga e Rosana tomaram cartão amarelo por fazerem faltas por trás.

Só aos 45min o Brasil conseguiu fazer seu segundo gol. A juíza marcou falta em Cristiane na lateral direita -numa dividida em que poucos juízes assinalam a infração. No cruzamento, a própria Cristiane se adiantou às zagueiras e cabeceou no canto esquerdo do gol.

O Brasil voltou para o segundo tempo bem mais objetivo e, logo aos 3min, ampliou o placar. Formiga cruzou rasteiro da direita. Pretinha esticou a perna, matou a bola e rolou para Graziele chutar de primeira, de esquerda, no canto superior esquerdo da goleira Giatrakis, que ainda tocou na bola.

Na jogada, Pretinha esticou muito a perna e teve de sair de campo por alguns minutos.

Aos 9min, Cristiane fez seu segundo gol de cabeça, após cruzamento pela direita de Graziele.

Temendo tomar uma goleada, o técnico grego tirou a atacante Panteleiadou e a substituiu por uma zagueira. Mas, na seqüência, aos 24min, o Brasil fez o quinto gol, talvez o mais bonito da partida. Pretinha recebeu lançamento na entrada da área e deu um lindo drible de corpo na zagueira grega. Já dentro da área, cruzou para Marta bater livre da marca do pênalti.

O Brasil ampliou com Daniela, aos 26min, em chute forte da entrada da área, e com Cristiane, aos 31min, em desvio na pequena área após cruzamento da esquerda.

Brasil
Andréia; Tânia Maranhão (Graziele), Juliana Cabral, Elaine e Daniela; Rosana (Maycon), Aline, e Formiga (Roseli); Pretinha, Marta e Cristiane
Técnico: René Simões

Grécia
Giatrakis (Moschos); Stratakis, Katsaiti, Benson; Lagoumtzi, Smith, Michailidou, Loseno e Kalyvas; Panteleiadou (Pouridou) e Papadopoulou (Soupiadou)
Técnico: Xanthi Konstantinidou

Data: 17/08/2004 (terça-feira)
Local: estádio Pampeloponnisiako, em Patras (Grécia)
Árbitro: Christine Frai (ALE)
Auxiliares: Emilia Parviainen (FIN) e Maria Luisa Villa Gutierrez (ESP)
Cartões amarelos: Michailidou, Stratakis e Pouridou (G); Rosana e Formiga (B)
Gols: Pretinha, aos 20min, e Cristiane, aos 45min do primeiro tempo; Graziele, aos 3min, Cristiane, aos 9min, Marta, aos 24min, Daniela, aos 26min, e Cristiane, aos 31min

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