'Somos antinúmero', diz Ana Patrícia sobre campanha perfeita
Paris - É avassaladora a campanha de Duda e Ana Patrícia no vôlei de praia dos Jogos de Paris. Até aqui, são cinco jogos e cinco vitórias, todas elas por 2 a 0. Ou sejam elas jogaram dez sets até aqui e venceram todos. Mais do que isso, vencem com folgas as parciais, já que, em média, tomam cerca de 14 pontos por set, e somente em quatro as rivais superaram a casa dos 15 pontos. Números, números e mais números, que não apenas não entram em quadra, como passam longe de seduzir as brasileiras.
+ Confira o Guia dos Jogos "Eu e a Duda temos um pensamento antinúmero. Não gostamos de pensar em quantos jogos fizemos com 'fulano de tal', esse negócio de não perdeu nenhum set. Sabemos que se não continuarmos a fazer nossa parte bem feita, vai perder um set e, deus livre e guarde, um jogo", diz Ana Patrícia, logo após ela e Duda despacharem sem dó as letãs Tina e Anastasija pelas quartas de final do vôlei feminino em Paris. O "problema" é que os bons números estão por todos os lados. A dupla, por exemplo, é a número um do mundo. "Sabemos que qualquer time vai querer ganhar, então acaba que somos lúcidas nesse momento. Não temos a característica de falar: 'sou número um'. Não, nunca tivemos. Entramos lá pra fazer nosso melhor e sabemos que o adversário vai querer morder e vice-versa", diz Duda. "A gente não se deslumbra com isso", acrescenta Ana Patrícia. Passado e presente
+ Siga nosso canal do WhatsApp O arqueiro Marcus D'Almeida, número um do ranking mundial do tiro com arco, diz que ranking é importante, mas um retrato do passado. "Trabalhamos muito pelo presente", pondera Duda. "O que fizemos foi ótimo, importante, mas quando entramos na quadra, número não importa." Claro que a reflexão não é um desmerecimento ao que as leva ao topo da lista onde figuram as maiores duplas de vôlei de praia do planeta. "Entendemos porque falam disso, nós conseguimos manter uma regularidade". Números à parte, dentro de quadra as próximas adversárias, na semifinal dos Jogos de Paris, são conhecidas das brasileiras. As australianas Mariafe e Clancy têm uma medalha olímpica no currículo, prata em Tóquio, e no ano passado bateram de frente com Duda e Ana Patrícia na semifinal da Copa do Mundo. Vitória das brasileiras, na ocasião, por 2 a 0. Mas com um detalhe que não deve entrar em quadra desta vez. "A Mariafe estava doente. Foi no México e a comida é muito apimentada. Ela saiu no meio do jogo, nunca tinha visto isso, foi no banheiro, alguma coisa assim. A água também estava ruim", conta Duda. "Foi até um jogo complicado, no sentido de ver a pessoa passando mal e tem de fazer a sua parte", acrescenta Ana Patrícia. O duelo valendo a final e, consequentemente a garantia de uma medalha, será já nesta quinta-feira (8), às 16h (Brasília). Ou seja, sem o dia de descanso que vinha tendo até agora. "Graças a Deus. Chegou essa hora do vôlei de praia normal. A gente já tava desesperada com esses intervalos. Agora é um pouco mais parecido com o que fazemos (no circuito regular). Eu acho melhor", diz Ana Patrícia. "Gostamos de intensidade, se pudesse até mais de um jogo no dia, que é o que fazemos, (seria ainda melhor). Mas só de ter um por dia já tá ótimo", completa.Semifinal
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