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Olimpíada de Tóquio 2021: as maiores surpresas da 1ª semana

O nadador Ahmed Hafnaoui, da Tunísia, chocou o mundo do esporte - Getty Images
O nadador Ahmed Hafnaoui, da Tunísia, chocou o mundo do esporte Imagem: Getty Images

30/07/2021 20h52

Um fenômeno da Tunísia, medalhistas adolescentes, uma ciclista imbatível, irmãos de ouro e um protesto comovente ? tudo isso tornou o começo dos Jogos inesquecível.

Tanta coisa já aconteceu na Olimpíada de Tóquio - e só se passou uma semana!

As manchetes em todo o mundo foram dominadas pelas notícias da ginasta americana Simone Biles, que abandonou finais para se concentrar em sua saúde mental, mas houve muitos outros momentos de surpresa e vitórias fantásticas.

Aqui estão alguns que você pode ter perdido ? ou gostado tanto que vale relembrar.

Último na classificação, o primeiro na final

O nadador Ahmed Hafnaoui se tornou o primeiro africano a ganhar ouro na Olimpíada de 2021, após uma vitória surpreendente nos 400m livre.

O jovem de 18 anos, que foi o mais lento a se classificar para a final, foi responsável por um dos feitos mais inesperados dos Jogos até agora.

"Fiquei surpreso por ter sido finalista e agora estou surpreso com o ouro", disse Hafnaoui, que chegou à Olimpíada com o 15º melhor tempo entre os competidores.

Ele ficou tão chocado de subir no pódio que não havia sequer trazido o uniforme completo da equipe para o evento. Acabou recebendo a medalha vestindo apenas uma camiseta e shorts.

O agora campeão olímpico ficou emocionado quando o hino nacional tunisiano tocou no centro aquático de Tóquio.

Os irmãos de ouro

O domingo (25/7) foi um dia e tanto para a família Abe na lendária arena de artes marciais de Budokan, porque os atletas da família levaram para casa dois ouros.

Uta Abe foi a primeira a conquistar o título olímpico, vencendo a final do judô feminino de até 52kg.

Pouco depois, seu irmão mais velho, Hifumi, ganhou na categoria até 66kg masculino ? tornando-se a primeira dupla irmão-irmã a conquistar medalhas de ouro olímpicas em uma modalidade individual no mesmo dia.

Antes de competir, Hifumi brincou sobre saber que sua irmã já havia conquistado o título olímpico, antes de ir para o tatame: "Como irmão mais velho dela, não posso perder".

Medalhistas aos 13 anos

Ganhar uma medalha olímpica em qualquer idade é impressionante, mas fazer isso aos 13 anos é quase inacreditável.

Isso é exatamente o que Momiji Nishiya e Rayssa Leal fizeram na final do skate feminino street na segunda-feira (26/7).

A medalhista de bronze Funa Nakayama (também do Japão) é um pouco mais velha, aos 16 anos, mas mesmo assim, ainda precisa esperar quatro anos para comprar uma bebida alcoólica em Tóquio para comemorar sua vitória.

Com média de idade de 14 anos e 191 dias, o trio que subiu ao pódio é o mais jovem da história das Olimpíadas.

A doutora em Matemática que deixou todos para trás

Quando Anna Kiesenhofer não foi parabenizada por suas rivais depois de ganhar o ouro na corrida feminina de ciclismo de estrada, não se tratava de um problema pessoal ? ela simplesmente estava tão à frente de todas que as oponentes não perceberam que ela havia ganhado.

A austríaca fazia parte de um grupo separado, no início da corrida, e a maioria das rivais achava que havia alcançado o grupo.

Kiesenhofer, no entanto, permaneceu à frente e, sem as atualizações de rádio dos chefes de equipe (comuns nas corridas de ciclismo profissionais, mas proibidas nas Olimpíadas), as rivais a perderam de vista.

Kiesenhofer é mestre e doutora em Matemática. Não tendo competido com uma equipe profissional de ciclismo desde 2017, ela diz que foi uma vantagem poder gerenciar sua própria programação pré-olímpica.

"Muitos ciclistas estão acostumados a ter pessoas que fazem tudo por eles, eles têm um treinador, eles têm um nutricionista, eles têm o cara que planeja a corrida para eles. Eu mesma faço todos esses trabalhos".

Um poderoso protesto

Na véspera dos Jogos de Tóquio, os dirigentes olímpicos foram pressionados a abandonar a polêmica Regra 50, que proíbe atletas de fazer qualquer tipo de protesto político nos Jogos.

As autoridades decidiram relaxar as restrições, mas isso ainda deixou muitos concorrentes insatisfeitos, embora um tenha encontrado uma maneira inteligente de contornar isso.

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No final da rotina de solo, durante as eliminatórias de ginástica feminina do domingo, Luciana Alvarado se ajoelhou, no chão e levantou seu punho, em uma homenagem clara ao movimento antirracista Black Lives Matter.

A federação de ginástica da Costa Rica postou a foto deste momento no Facebook. Alvarado disse que seu gesto destaca a importância da igualdade de direitos em um cenário global.

"Porque somos todos iguais", disse ela, "e somos todos lindos e incríveis".

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