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Atleta bielorrussa se diz 'feliz por estar segura' na Polônia

Velocista bielorrussa Krystsina Tsimanóuskaya em entrevista coletiva após desembarcar na Polônia - AFP
Velocista bielorrussa Krystsina Tsimanóuskaya em entrevista coletiva após desembarcar na Polônia Imagem: AFP

05/08/2021 14h19

Em entrevista coletiva em Varsóvia, nesta quinta-feira (5), a velocista bielorrussa Krystsina Tsimanóuskaya disse se sentir "feliz por estar segura" na Polônia.

A atleta foi ameaçada de ser repatriada à força para Belarus, depois de criticar as autoridades esportivas de seu país nas Olimpíadas de Tóquio.

A velocista, de 24 anos, deixou Tóquio rumo a Viena e, de lá, viajou para a Polônia, país que lhe concedeu visto humanitário.

Ela disse estar "surpresa que a situação tenha se transformado em um escândalo político", levando-se em consideração que, em um primeiro momento, era apenas um assunto esportivo.

"Não tinha ideia de que esta situação pudesse acontecer", afirmou, declarando em seguida: "não contemplo o asilo político".

"Quero apenas continuar minha carreira esportiva", frisou ela, acrescentando que seu marido, Arseni Zdanevitch, que fugiu para a Ucrânia e também obteve um visto humanitário na Polônia, "já estava a caminho".

"Deve estar aqui hoje", completou.

Antes de deixar Tóquio, a atleta passou duas noites na embaixada da Polônia, depois de solicitar ajuda internacional.

A bielorrussa se viu afetada pela agitação política e pela repressão contra a oposição, após a polêmica eleição presidencial em seu país.

Tsimanóuskaya foi uma das mais de 2.000 personalidades bielorrussas dos esportes que assinaram uma carta aberta por novas eleições e pela libertação de presos políticos.

Seus problemas em Tóquio surgiram, no entanto, depois que ela publicou uma mensagem em sua conta do Instagram, criticando seus treinadores por terem-na inscrito em uma corrida, sem aviso prévio.

"Meus pais me disseram que estavam falando mal de mim na televisão (bielorrussa). Recebi muitas mensagens desagradáveis, mas recebi ainda mais mensagens de apoio", disse ela, na coletiva de imprensa desta quinta.