Quais os trunfos do Brasil para ir ainda melhor nas Paralimpíadas de LA

O Brasil alcançou a sua melhor campanha da história dos Jogos Paralímpicos em Paris e tem alguns trunfos para buscar uma colocação ainda melhor em Los Angeles-2028 do que o quinto lugar obtido na França.

Investimento em estrutura

O Comitê Paralímpico Brasileiro analisa novas possibilidades nas modalidades. Uma das estudadas é o ciclismo, que não conseguiu pódio em Paris e foi o fiel da balança contra a Holanda, quarta colocada geral — o país europeu conquistou 9 ouros entre provas em pista de velocidade e estrada, e ficou dois ouros à frente do Brasil na tabela.

Um velódromo vai ser construído em São Paulo. De acordo com Mizael Conrado, presidente do CPB, a previsão é que as obras possam ser iniciadas no ano que vem.

Isso mostra também que a nossa preocupação com a construção do velódromo, que deve se iniciar no próximo ano, estava correta. Já conversei com o Jonas [Freire, diretor de esportes de alto rendimento do CPB] e já tem várias ideias para desenvolver esses esportes. Muita oportunidade que identificamos aqui para seguir avançando, e eu tenho certeza de que, como eu disse a vocês, o futuro do esporte paralímpico é ainda mais promissor que o presente.

Ainda de acordo com Mizael, a obra deve ter custo de cerca de R$ 150 milhões. A licitação será de responsabilidade da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Jonas Freire, coordenador de Esportes de Alto Rendimento do CPB, e Mizael Conrado, presidente do CPB
Jonas Freire, coordenador de Esportes de Alto Rendimento do CPB, e Mizael Conrado, presidente do CPB Imagem: Reprodução vídeo/CPB

O velódromo vai ser construído pelo Governo do Estado. O governador já aprovou a construção, já foi feito o plano de massa, então temos uma estimativa de custo. Vai custar em torno de R$ 150 milhões. A Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência é que vai fazer o processo licitatório, e o pessoal já está lá em São Paulo trabalhando no projeto. A ideia é que esteja publicado e que saia licitado ainda esse ano, então acredito que até meados de 2027 esse velódromo vai estar funcionando em plenas condições.
Mizael Conrado

O comitê brasileiro já planeja também contatos com a confederação de escalada. Comitê Paralímpico Internacional anunciou, em junho, que a modalidade vai fazer parte do escopo dos Jogos de Los Angeles.

Voltando [ao Brasil] vamos procurar, imediatamente, a confederação de escalada, já reconhecendo como entidade filiada ao Comitê Paralímpico. Vamos entender como é que o Brasil está nesse cenário, as necessidades do esporte e o que podemos fazer. Certamente, faremos o possível e um pouquinho além para que a escalada também tenha uma boa participação já em Los Angeles. Já temos conversado desde que houve a possibilidade da escalada estar nos Jogos. Agora, vamos retomar e entender o que podemos, juntos, fazer para o desenvolvimento.

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O CPB também vai estar presentes nas escolas. Mizael contou ter assinado um contrato para o comitê paralímpico assumir a gestão da educação física para crianças com deficiência nas escolas estaduais de São Paulo.

Fizemos todo esse projeto de formação, de iniciação. São mais de 60 mil professores já com a capacitação de educação física para atuar nas escolas. Assinamos, essa semana, um contrato, por meio do qual vamos assumir a educação física das crianças com deficiência na rede pública estadual de São Paulo. É um piloto que estamos fazendo, mas, dando certo, temos potencial para atender, nos próximos dois anos, mais de 40 mil crianças no Estado. Vai ser um ganho ao movimento paralímpico, porque se der certo em São Paulo, porque não vai dar certo nas outras 26 unidades da federação?
Mizael Conrado

O presidente do CPB acredita em um futuro ainda melhor no movimento paralímpico. "Com os resultados desses projetos de formação, eu acredito que o Brasil, no futuro, será ainda melhor que o Brasil no presente. O Brasil no presente que me deu muito orgulho aqui em Paris. Uma campanha com 89 medalhas, sendo 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze".

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