Revezamento se compara à seleção de futebol: 'Vamos voltar da má fase'
Depois de sofrer para se classificar com a última vaga aos Jogos Olímpicos de Paris, o revezamento 4x100m masculino do Brasil não teve desempenho muito melhor na capital francesa e terminou a competição só à frente da Libéria, em 14º lugar. Pouco para um país que tem três medalhas olímpicas e que, com formação parecida, ganhou o Mundial de Revezamentos de 2019.
"Desculpa a comparação, sei que a gente está falando de atletismo, não quero puxar sardinha para o outro lado, mas infelizmente a nossa seleção brasileira de futebol [masculino] está passando um momento difícil. Eu sei que é uma fase, que isso vai voltar, a seleção vai voltar, assim como a seleção brasileira de atletismo no revezamento 4x100 vai voltar", prometeu Felipe Bardi.
Aos 25 anos, ele é uma espécie de capitão do time que correu nesta quinta-feira (08), no Stade de France. Percorreu a segunda perna, na reta oposta, e entregou o bastão para seu melhor amigo e companheiro de clube, Erik Cardoso. Os dois são os primeiros (e únicos) da história do país a correr abaixo de 10s com vento válido.
Quarto do ranking de todos os tempos e estrela da equipe, Paulo André foi preterido por Gabriel Garcia, guia paralímpico que só neste ciclo passou a se dedicar ao atletismo olímpico, e por Renan Gallina, caçula da equipe aos 20 anos, que ontem à noite havia corrido a final dos 200m.
"A gente estava treinando duro, esperava ter feito um resultado melhor. Hoje no aquecimento fizemos boas passagens. O time estava bem, estava confiante. O Renan, vindo de uma semifinal, garoto mais novo da equipe. A gente queria correr bem abaixo do que a gente correu hoje. Mas infelizmente não conseguimos concretizar esse resultado. A gente não vai desistir, não é uma opção", comentou Erik.
O Brasil marcou 38s73, praticamente repetindo o que havia feito no Mundial de Revezamentos das Bahamas: 38s72 e 38s79, insuficente para classificar o time diretamente às Olimpíadas. Como comparação, o recorde nacional é 37s90, da prata de Sydney-2000, quando o Brasil tinha Vicente Lenilson (10s13 como melhor da vida), Edson Luciano (10s14), André Domingos (10s06) e Claudinei Quirino (10s12).
Agora, o Brasil tem Renan (10s01), Paulo André (10s02), Erik (9s97) e Bardi (9s97), todos atletas com tempos melhores, mas não consegue chegar perto de repetir aquele desempenho no revezamento, mesmo realizando campings específicos para a equipe, como no começo do ano, nos EUA.
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