Ana Marcela briga até o fim no rio Sena, mas fica fora do pódio olímpico
Ana Marcela Cunha ficou em quarto na maratona aquática das Olimpíadas de Paris e bateu na trave por medalha. A brasileira perseguiu o pelotão de frente durante a maior parte da prova no rio Sena e cresceu no fim, mas não alcançou o pódio formado por Sharon van Rouwendaal (Holanda), Moesha Johnson (Austrália) e Ginevra Tadeucci (Itália).
Campeã olímpica em Tóquio, Ana Marcela completou o percurso em 2h04min15s7 e não conseguiu repetir medalha. Ela ficou 41s5 atrás do segundo ouro e a 32s9 da medalha de bronze. A holandesa vencedora, que levou a prata na última edição dos Jogos, conquistou seu bicampeonato olímpico, já que ficou em primeiro na Rio-2016.
Outra brasileira na prova, Viviane Jungblut terminou no 11º lugar, com tempo de 2h06min15s8.
Como foi a prova
Muito se falou na preocupação com a qualidade da água do rio que cruza Paris, mas outro desafio precisou ser superado pelas atletas: a correnteza. Metade do percurso de 10 quilômetros foi realizado contra a correnteza do Sena e, com isso, as nadadoras precisaram fazer um esforço ainda maior.
O percurso de 10 quilômetros da maratona aquática vai da Ponte Alexandre III até a Ponte de l'Alma. A distância entre as duas ligações no centro de Paris, correspondente ao trajeto de ida e volta, é de cerca de um quilômetro, sendo metade sempre com correnteza contra. Para evitar a forte fluência contrária do rio Sena, as atletas nadaram predominantemente pela costa.
Na primeira volta, a australiana Moesha Johnson tomou a ponta, enquanto a brasileira Ana Marcela Cunha perseguia as líderes na sexta posição. Viviane Jungblut era a décima.
Com cerca de 50 minutos de prova, as brasileiras seguiam no pelotão de frente, com Ana em sexto e Vivi em décimo. Além da correnteza, as atletas estavam nadando contra o sol, o que prejudicou a visão quanto às bóias do percurso. Um pouco depois, no quinto quilômetro, a atual campeã olímpica ficou em um segundo pelotão, porque a australiana Moesha Johnson e a holandesa Sharon van Rouwendaal se desgarraram e abriram vantagem na ponta.
Na penúltima volta, Ana Marcela começou a crescer na maratona e no quilômetro 7,6 ela era a quarta, 23 segundos atrás da terceira. Uma das estratégias adotadas pelas nadadoras foi fazer o descanso das correntezas sempre na ida. As atletas conseguiam fazer menos esforço para encarar a volta sob forte fluxo contra.
A reta final da maratona começou com cerca de 1h40min. Afastada do pelotão de frente, Ana Marcela Cunha passou a forçar mais, enquanto Viviane Jungblut brigava pela oitava colocação. A atual campeã olímpica passou a diminuir a diferença com a terceira colocada, a italiana Ginevra Tadeucci, e a disputa ficou acirrada, mas ela não conseguiu se aproximar muito.
Nas braçadas finais, a holandesa Sharon van Rouwendaal virou sobre a australiana Moesha Johnson e levou o ouro.
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