Maior clube olímpico do país não tinha medalha feminina até Bia e Larissa
A delegação brasileira, pela primeira vez, tem mais mulheres do que homens em Paris. O número de medalhistas femininas dobra o de masculinas. E o número de mulheres que, até agora, subiram ao pódio, é quatro vezes maior do que o de homens.
Em uma Olimpíada tão feminina para o Brasil, o maior clube olímpico do país quebrou um tabu: pela primeira vez, mulheres apoiadas pelo Pinheiros, clube da zona oeste de São Paulo, conquistaram uma medalha.
O tabu incomodava.
"Saímos do Brasil representando também essa nação que temos dentro do Pinheiros. Queríamos essa conquista e deixar o nome deles em alta. De certa forma, tínhamos essa responsabilidade", disse Bia Souza.
Ela era uma das 32 pinheirenses que foi a Paris —nenhum clube brasileiro tinha tantos representantes. Bia e Larissa voltaram com duas medalhas. A primeira, com um ouro nos pesados do judô e um bronze por equipes. A segunda, com um bronze individual e outro por equipes.
"O judô é um esporte que tem muito tabu com as mulheres, mas mostramos que a gente consegue trazer conquistas", disse Larissa.
William Lima também voltou com duas medalhas no judô, uma prata e o bronze do time brasileiro. "Um amigo me contou que a filha escutou na escola que judô era só coisa de menina. Não existe isso. Depois da minha luta, recebi uma mensagem de uma jovem dizendo que estava se matriculando no esporte por minha causa", contou.
O presidente do Pinheiros, Carlinhos Brazolin, acompanhou os atletas até Paris. E disse que emoção tirou sua voz na hora que Larissa conquistou sua medalha.
"Há um ano falo pra Larissa que ela seria medalhista. A Bia é uma pessoa que só treina. Quando você pega exemplos como elas, é muito bom.", diz.
Reforçou ainda que ver o feito ao vivo foi uma emoção muito grande. "Não sei como estou aqui sem passar pelo cardiologista. Quando a Bia conquistou a medalha eu quase apaguei. Foi fora série".
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