Favoritos caem, e Brasil corre risco de Olimpíada com menos ouros no século
Há três dias, Rebeca Andrade desbancava a lenda Simone Biles no solo e conquistava um ouro que reluzia a esperança por recordes do Brasil na história das Olimpíadas. O brilho dourado, porém, não se refletiu ao longo da semana e o topo do pódio previsto em modalidades que carregavam favoritismo escorreu da mesma forma que as lágrimas de Thaisa, do vôlei feminino de quadra, e Ana Marcela Cunha, da maratona aquática.
Agora, a delegação brasileira corre o risco de ter, em Paris, o menor número de primeiros lugares no século. Em Sidney-2000, ainda no século passado, o Brasil não conseguiu nenhum ouro. Em 2004 foram cinco, em 2008 e 2012, três; em 2016, sete; e em 2020, mais sete.
Na França, Brasil segue com os mesmos dois ouros com que fechou a semana passada. E as apostas para aumentar o número a três dias do encerramento dos Jogos são cada vez menores. Recorde, como os sete do Rio e de Tóquio, já são quase impossíveis.
Com a vitória de Ana Patrícia e Duda nas semifinais do vôlei de praia feminino (a final é nesta sexta, às 17h30) e o bronze de Edival Pontes, o Netinho, no taekwondo, além da medalha do futebol feminino, que joga a final contra os EUA no sábado, são 17 medalhas garantidas. O número é bom, mas o recorde total de medalhas também fica distante. A marca história é de Tóquio-2020, com 21 (sete ouros, seis pratas e oito bronzes).
As chances perdidas
No vôlei feminino, o Brasil novamente sucumbiu aos Estados Unidos, algoz da final de Tóquio-2020. As americanas venceram de forma dramática no tie-break (25/23, 18/25, 25/15, 23/25 e 15/11), pondo fim ao sonho dourado de uma equipe que dizia abertamente não ter outro foco que não o ouro. Terá que se contentar em brigar pelo bronze no sábado (10), contra a Turquia.
Na maratona aquática, Ana Marcela Cunha carregava um favoritismo que se tornou um obstáculo tal qual as contaminadas águas do Rio Sena. Campeã olímpica nos Jogos passados, a brasileira perseguiu o pelotão de frente durante a maior parte da prova e cresceu no fim, mas acabou na quarta colocação. O pódio foi formado por Sharon van Rouwendaal (Holanda), Moesha Johnson (Austrália) e Ginevra Tadeucci (Itália).
Quem era favorito e não foi ouro
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Quero receberAlém do vôlei de quadra feminino e da maratona aquática feminina, o Brasil não teve o favoritismo confirmado com Rayssa Leal (skate), Gabriel Medina (surfe) e Beatriz Ferreira (boxe). Todos campeões mundiais, favoritos e medalhistas de bronze na França.
Por outro lado, nenhum dos dois ouros conquistados até aqui estavam na conta. Rebeca Andrade era cotada à prata no solo da ginástica, mas foi atrás do ouro. Mesma coisa para Beatriz Souza, que se acreditava que brigaria por um bronze no judô.
As previsões de medalhas
Já garantido
Vôlei de praia (final nesta sexta)
Futebol feminino (final neste sábado)
Pódios possíveis
Atletismo (Alisson Piu): medalhista de bronze em Tóquio-2020, ele foi campeão mundial no ano passado. Mas, em Paris, sofreu para se classificar em quarto lugar para a final dos 400m com barreira. Ele corre na sexta, às 16h45.
Canoagem (Isaquias Queiroz): dono de quatro medalhas olímpicas e sete títulos mundiais, o canoísta também não está bem em Paris. Ele e Jacky Godmann ficaram apenas em oitavo na final do C2 500m. A final do C1 1000m, sua especialidade, é sexta às 8h30.
Vôlei feminino de quadra (disputa pelo bronze): após perder dos EUA, o desafio pelo pódio é a Turquia, no sábado, às 12h15.
Ginástica rítmica (equipe): sem Rússia e Belarus, as chances de um pódio inédito existem, principalmente pela evolução que o Brasil mostrou nos últimos dois anos. As eliminatórias são nesta sexta (às 5h) e as finais, no sábado (às 9h).
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