Com a melhor campanha em Paralimpíadas, Brasil busca top 5 inédito

Com o título conquistado sobre a China pela seleção masculina de goalball e a primeira colocação de Thiago Paulino da classe F57 (cadeirantes) no arremesso do peso, o Brasil já garantiu hoje a sua melhor campanha da história nos Jogos Paralímpicos. Agora o objetivo da delegação é chegar ao melhor lugar no quadro de medalhas, superando o sétimo lugar de Londres-2012.

Em Tóquio, o Brasil também ocupa a sétima colocação, com 21 medalhas de ouro, 14 de prata e 26 de bronze. A briga por subir e alcançar mais um patamar histórico no quadro de medalhas é com Ucrânia e Holanda, que têm 24 e 23 medalhas de ouro, respectivamente. A competição vai até domingo.

O Brasil tem duas ótimas chances de vitória neste sábado. Às 5h30, a seleção de futebol de 5 disputa a final da modalidade contra a Argentina. O Brasil nunca perdeu um jogo em Paralimpíadas e busca o pentacampeonato.

E no atletismo, às 9h, a classe T45 dos 400m terá três brasileiros na mesma prova: Petrúcio Ferreira, Thomas Ruan de Moraes e Lucas de Souza Lima. Petrúcio, bicampeão dos 100m em Tóquio-2020, é considerado o atleta paralímpico mais rápido do mundo.

Noite havaiana

A prata do dia foi na canoagem, com Luís Carlos Cardoso, da classe KL1 (atleta que usa somente os braços na remada) dos 200m. Fechou 48s031, atrás apenas do ucraniano Peter Kiss, que fez 45s447. O bronze foi do francês Remy Boulle, com 48s917. Ainda nesta sexta-feira (3), o brasileiro disputa as semifinais da categoria VL2 (canoa havaiana ou com flutuador lateral), às 22h05 de Brasília). Paulo Rufino já está garantido na final, que será às 23h12.

Destaques: peso e disco

No atletismo, o Brasil conseguiu grandes resultados em Tóquio-2020 nas provas de campo, principalmente nos arremessos (do peso) e lançamentos (do disco e do dardo).

Nesta sexta-feira (3), Thiago Paulino, da classe F57 (cadeirantes) do arremesso do peso, foi ouro com recorde paraolímpico: 5,10m. Bicampeão mundial e recordista mundial, Thiago vinha do quinto lugar no Rio-2016. No mesmo pódio, o Brasil teve o bronze de Marco Aurélio Borges, que alcançou 14,85m, à frente do chinês Wu Guoshan, com 15,00m.

Outro bronze foi de João Victor Teixeira, na classe F37 (andantes com paralisia cerebral) do lançamento do disco , com 51,86m. O ouro foi do paquistanês Haider Ali Pak, com 55,26m, e a prata, com o ucraniano Mykola Zhabnyak, com 52,43m.

Melhor campanha na água

E com o bronze de Wendell Belarmino, da classe S11 (para cegos) dos 100m borboleta, a natação fechou participação com sua melhor campanha na história das Paralimpíadas: 23 medalhas (oito ouros, cinco pratas e dez bronzes). O Japão foi ouro e prata, com Keiichi Kimura (1min02s57) e Uchu Tomita (1min03s59). O brasileiro já tinha ouro dos 50m livre e prata do revezamento misto 4x100m livre 49 pontos.

No parataekwondô, que fez sua estreia em Tóquio-2020, Silvana Fernandes foi bronze apenas três anos depois de procurar pela modalidade na internet e começar a treinar. Na classe K44 (amputação unilateral do cotovelo e leve diferença no tamanho dos membros inferiores), categoria 58kg, venceu a turca Gamze Gurdal, com 26 a 9. O ouro foi da dinamarquesa Lisa Gjessing, com 32 a 14 sobre a britânica Beth Munro.

Vôlei pelo bronze

A seleção feminina de vôlei sentado perdeu dos Estados Unidos (que fechou 3 a 0, com 25/19, 25/11 e 25/23) e disputa o bronze com o Canadá ainda nesta madrugada, às 4h30 (pelo horário de Brasília). A disputa do ouro será às 22h, entre Estados Unidos e China.

A seleção brasileira masculina também luta pelo bronze, às 2h, contra a Bósnia Herzegovina. O ouro será às 7h do sábado (4), entre irã e Comitê Olímpico Russo. Os iranianos contam com o terceiro homem mais alto do mundo: Morteza Mehrzad, de 2,46m.

Ouro inédito

Na conquista inédita do goalball, os gols contra os chineses foram marcados por atletas já consagrados internacionalmente: três de Leomon, três de Parazinho e um de Romário. Foram seis jogos, com apenas uma derrota (para os Estados Unidos, na fase de grupos). A seleção já tinha prata de Londres-2012 e bronze do Rio-2016. A seleção feminina não conseguiu o bronze: perdeu do Japão, que fechou 6 a 1.