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Força das mulheres garante medalhas do dia nas Paralimpiadas de Tóquio

Julyana da Silva, bronze no lançamento de disco em Tóquio-2020 - Miriam Jeske/CPB
Julyana da Silva, bronze no lançamento de disco em Tóquio-2020 Imagem: Miriam Jeske/CPB

Denise Mirás

Colaboração para o UOL, de São Paulo

28/08/2021 11h39

Thalita, Julyana, Lúcia, Cátia, Ana Karolina, Débora... Prata e bronze no atletismo, bronze no judô e no tênis de mesa (com uma prata garantida) mais revezamento misto da natação, com Gabriel e Felipe. Em cinco medalhas das seis conquistadas pelo Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio-2020, em seu quarto dia de competições, a presença feminina foi destaque para manter o país entre os top-10 do quadro geral de medalhas, liderado com folga pela China. A "exceção": Cícero, com o bronze no lançamento do dardo deste sábado (28).

Com mais seis medalhas, o Brasil é oitavo na classificação da tabela, com 23 medalhas, com seis ouros, cinco pratas e 12 bronzes.

A primeira prata do atletismo foi de Thalita Simplicio, nos 400m da classe T11 (para deficientes visuais), prova da qual é a atual campeã mundial. Com o guia Felipe Veloso da Silva, fechou o tempo de 56s80, melhor marca pessoal da brasileira, atrás apenas da chinesa Lu Cuiqing, que bateu o recorde paralímpico com 56s25.

Julyana Cristina da Silva ficou com o bronze do lançamento de disco da classe F57 (para atletas cadeirantes), com 30,49m (recorde das Américas Mokhigul Khamdamova, do Ubzequistão, foi ouro com 31,46m, seguida de Nassima Saifi, da Argélia, prata com 30,81.

No atletismo também, Edneusa de Jesus Santos correu os 1500m da classe T13 aos 45 anos, terminando em nono lugar. Ela estará atrás de medalha na maratona, pela classe T12 (as classificações entre T11 e T13 são para deficiência visual), marcada para o último dia das Paralimpíadas: 5 de setembro. Dessa prova de longa distância, Edneusa tem o bronze do Rio-2016.

Em uma prova muito forte, o campeão mundial Cicero Valdiran Lins Nobre foi do ouro ao bronze lançamento de dardo da classe F57, com 48,93m. Hamed Heidari, do Azerbaijão, surpreendeu no fim, chegando ao ouro com recorde mundial - 51,42m - depois do iraniano Amanolah Papi ter também quebrado a marca em seus lançamentos, terminando com 49,56m, para ficar a prata.

O ouro de Heidari definiu a inversão de lugares no quadro de medalhas entre o Azerbaijão, que subiu para sétimo, e o Brasil, oitavo.

Felipe Vila Real, Débora Carneiro, Ana Karolina Soares e Gabriel Bandeira, do revezamento - Miriam Jeske/CPB - Miriam Jeske/CPB
Felipe Vila Real, Débora Carneiro, Ana Karolina Soares e Gabriel Bandeira, da natação
Imagem: Miriam Jeske/CPB

Batendo uma lenda

O revezamento misto 4x100m da classe S14 (deficiência intelectual) garantiu a décima medalha da natação brasileira em Tóquio-2020. O bronze, com 3min51s23, veio com Gabriel Bandeira, Ana Karolina Soares, Débora Carneiro e Felipe Vila Real, pela desclassificação da equipe russa. O ouro foi da Grã-Bretanha, com 3min40s63 (recorde mundial), com prata da Austrália, que fez 3min46s38.

Gabriel, em sua primeira participação em Jogos Paralímpicos e que já tinha ouro e prata dos 100m borboleta e dos 200m livre da classe S14, conseguiu nada menos que marca melhor que a lenda britânica Reece Dunn em seus 100m que abriram o revezamento, com 51s11 contra 51s52). O brasileiro ainda está inscrito nos 100m peito, 100m costas e 200m medley.

O judô chegou à primeira medalha em Tóquio-2020 com Lúcia Araújo (até 57kg), com bronze por ippon aos 40 anos na vitória sobre a russa Natalia Ovchinnikova. A brasileira, que é da classe B3 (atletas que conseguem definir imagens) já tinha duas pratas, de Londres-2012 e Rio-2016.

Bruna Alexandre, do tênis de mesa das Paralimpíadas - Rogério Capela/CPB - Rogério Capela/CPB
Bruna Alexandre garante prata e luta por ouro para o Brasil no tênis de mesa
Imagem: Rogério Capela/CPB

Prata já na mão

No tênis de mesa, mesmo derrotada pela sul-coreana Su Yeon-seo por 3 a 1, de virada, a brasileira Cátia Oliveira foi bronze das classes 1-2 (cadeirantes), porque na modalidade não há disputa pelo terceiro lugar.

Mas Bruna Alexandre já garantiu a prata da classe 10 (andantes), ao vencer a semifinal contra Tien Shiau Wen, de Taiwan, por 3 a 1, também de virada. A brasileira, que foi bronze no Rio-2016, venceu seus três jogos em Tóquio-2020 (na fase de grupos havia derrotado Tzu Yu Lin, de Taiwan, e a australiana Melissa Tapper) e faz a final na segunda-feira (30) contra a australiana Qian Yang.

No vôlei sentado, a seleção brasileira masculina venceu a China pelo Grupo B por 3 a 1, parciais de 28/26, 28/26, 25/19 e 25/13 e faz um clássico contra o Irã na terça-feira (31).

No goalball, a seleção feminina perdeu da Turquia, vice-campeã mundial, por 8 a 4, e precisa vencer o Egito na segunda-feira (30) para ir às quartas-de-final.