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Com atletismo e natação, Brasil é sexto lugar no geral das Paralimpíadas

O paraibano Petrúcio Ferreira comemora ouro com homenagem ao Nordeste - Carmen Mandato/Getty Images
O paraibano Petrúcio Ferreira comemora ouro com homenagem ao Nordeste Imagem: Carmen Mandato/Getty Images

Denise Mirás

Colaboração para o UOL, de São Paulo

27/08/2021 11h13

Com quatro ouros (um deles com recorde mundial) e dois bronzes no atletismo, mais a "trinca" ouro, prata de bronze da natação, o Brasil saltou para o sexto lugar no quadro de medalhas dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, com apenas três dias de competições. A melhor colocação brasileira foi em Londres-2012, quando o país terminou em sétimo no geral, e a meta traçada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para esta edição é se manter entre os top-10.

As nove medalhas desta sexta-feira (27) - cinco de ouro, uma prata e três bronzes - fizeram com que o Brasil chegasse a 17 conquistas no total, sendo seis ouros, quatro pratas e sete bronzes.

As medalhas vieram de provas com tradição entre brasileiros, como velocidade e saltos no atletismo, e mostraram que o país está trabalhando bem a transição de gerações, com boas performances tantos de atletas experientes como também dos que estão estreando em Tóquio, depois de meses superando dificuldades de treinamento durante a pandemia.

Na velocidade, o Brasil teve três representantes na final dos 100m da classe T46/47 (atletas com deficiências nos membros superiores), com Petrúcio Ferreira, recordista mundial com 10s42, chegando ao ouro e ao bicampeonato com recorde paraolímpico: 10s53. Depois da largada ruim, conseguiu cruzar em primeiro depois de uma recuperação fantástica, seguido pelo polonês Michael Derus, com 10s61. O bronze ficou com outro brasileiro, Washington Júnior, com 10s68. Lucas Lima terminou em sexto.

Yeltsin Jacques garantiu o ouro dos 5000m da classe T11 (para deficientes visuais com baixa ou nenhuma visão), com a estratégia de troca de guia durante a prova. Correu com o maratonista Laurindo Nunes e terminou com Carlos Antônio dos Santos, o Bira, no tempo de 15min13s62.

Silvânia Costa foi ouro no salto em distância da classe T11 (para deficientes visuais com baixa ou nenhuma visão), chegando ao bicampeonato com 5m00.

Mas o Brasil ainda teve um ouro e um bronze nas provas de campo.

Arremesso de Wallace para a história

Ouro com recorde mundial, depois de perder a técnica Juliana Henrique com Covid-19 e um período de depressão, com pouco tempo de treinamento. Essa recompensa chegou para Wallace Santos, que no arremesso do peso conseguiu 12m63 na classe F55 (atletas com sequelas de poliomielite, lesões medulares ou amputações, que competem em cadeira de rodas), à frente do búlgaro Ruzdhi Ruzdhi, com 12m23, que tinha o recorde mundial com 12m47.

João Victor Teixeira ficou com o bronze da modalidade na classe F37 (andantes com paralisia cerebral), com 14m45, atrás do russo Albert Khinchagov, com 15m78, e do tunisiano Ahmed Ben Moslah, com 14m50.

Belarmino: do ouro mundial ao paralímpico

Também na velocidade, mas da natação, Wendell Belarmino foi ouro dos 50m livre da classe S11 (para cegos), com 26s03, vindo do título mundial de 2019. Nessa prova, o chinês ficou atrás: Dongdong Hua fez 26s18, com terceiro lugar para o lituano Edgaras Matakas, com 26s38.

Depois do primeiro ouro brasileiro em Tóquio-2020, nos 100m borboleta da classe S14 (atletas com deficiência intelectual), o nadador Gabriel Bandeira foi prata nos volta à piscina para a disputa dos 200m livre da S14. Fechou 1min52s74, atrás do britânico Reence Dunn, que bateu o recorde mundial com 1min52s40. Esta é apenas a segunda participação internacional de Gabriel em competições paraolímpicas.

Carol Santiago foi bronze nos 100m costas da classe S12 (atletas com baixa visão), com 1min09s18, atrás da campeã britânica Hannah Russel, com 1min08s44, e da russa Daria Pikalova, com 1min08s76.

Fases de classificação

No tênis de mesa, em que não há disputa de bronze duas brasileiras já garantiram medalhas com vitórias que valeram passagem às semifinais: Cátia Oliveira, da classe 1-2 simples (cadeirantes) e Bruna Alexandre, da classe 10 simples (andantes).

No goalball a seleção brasileira feminina empatou com o Japão por 4 a 4 e a masculina ganhou de virada da Argélia, por 10 a 4. No vôlei sentado, a seleção brasileira feminina também garantiu vitória por virada sobre o Canadá, por 3 a 2, com 21/25, 2624, 25/20, 29/27 e 17/15.

Romáro e Leomon, da seleção brasileira de goalball - Lintao Zhang/Getty Images - Lintao Zhang/Getty Images
Romário e Leomon, da seleção brasileira de goalball: virada sobre Argélia
Imagem: Lintao Zhang/Getty Images