Os Jogos Paralímpicos de Tóquio tiveram a cerimônia de abertura realizada hoje (24) e um dos principais nomes da delegação brasileira presente no evento é o do nadador Daniel Dias, que soma 24 medalhas paralímpicas na carreira, sendo 14 de ouro, sete de prata e três de bronze, mas está em sua última edição do evento na carreira.
Em sua participação no UOL News Esporte, o jornalista Demétrio Vecchioli fala sobre o fim da carreira de Daniel Dias justamente nas Paralimpíadas do Japão e em como o brasileiro pretende encerrar sua trajetória em alto nível.
"É a última competição da carreira dele, ele já avisou antes que vai parar e ele sabe que ele para como o maior de todos, como o maior nadador da história do esporte paralímpico, como maior atleta brasileiro de Jogos Paralímpicos, maior paratleta brasileiro e ele sabe disso, então ele está fazendo uma despedida em grande estilo, está fazendo uma despedida daquelas que a gente sabe, é a última vez que a gente está vendo esse cara competir", afirma Demétrio.
O jornalista afirma que a reclassificação no movimento paralímpico acabou dificultando a disputa de Daniel pelas medalhas de ouro, já que nadadores que eram vencedores em outra classe foram rebaixados e hoje competem com o brasileiro, inclusive tendo quebrado recordes que ele detinha.
"Ele sofreu com o processo de reclassificação que houve no movimento paralímpico, que os atletas são divididos em classes e ele continua na classe S5 da natação, só que outros atletas, principalmente italianos, que eram de classes para atletas com maior capacidade de locomoção, esses atletas foram rebaixados para a classe dele, eram caras que já eram melhores contra atletas melhores e passaram a competir contra ele, então os recordes da categoria dele, que eram todos dele, foram todos superados por esses italianos e ucranianos também", afirma Demétrio.
"Muito provavelmente a gente não vai ver ele campeão paralímpico, a gente deve ver ele medalhista paralímpico nesses jogos, o que é triste, porque é um processo que sempre existiu uma polêmica nos Jogos Paralímpicos sobre classificação, o que é justo e o que não é, e aí a gente parece que a história é um pouco apagada por colocar alguém que antes estava competindo muito bem, já ganhava contra atletas com maior locomoção, que agora passam a competir contra ele e que acabam reduzindo o nível dele sem reduzir, ele continua sendo um cara rapidíssimo nadando, mas foram colocadas pessoas na classe dele que o superam", completa.
Com o Brasil sendo uma potência paralímpica, o jornalista afirma que é de se esperar um grande número de medalhas conquistadas em Tóquio tanto nas piscinas quanto nas pistas.
"A gente deve ver uma chuva de medalhas do Brasil principalmente na natação e no atletismo, que são os dois maiores esportes paralímpicos e também os dois maiores esportes do paradesporto brasileiro", conclui.
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