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França segura a reação russa e leva a medalha de ouro no vôlei em Tóquio

O francês Earvin Ngapeth ataca bola contra o bloqueio russo na final do vôlei - Chris Graythen/Getty Images
O francês Earvin Ngapeth ataca bola contra o bloqueio russo na final do vôlei Imagem: Chris Graythen/Getty Images

Colaboração para o UOL

07/08/2021 11h44

A primeira medalha do vôlei masculino francês foi em Jogos Olímpicos foi extremamente suada, mas é logo uma de ouro.

Depois de avançar para o mata-mata com apenas duas vitórias, a França levou a melhor sobre o Comitê Olímpico Russo na final deste sábado. O jogo foi de tirar o fôlego e a vitória francesa veio apenas no tie-break, fechando com 3 sets a 2 a, com parciais de 25/23, 25/17, 21/25, 21/25 e 15 a 12.

A primeira experiência em decisão olímpica dos franceses quase se tornou um enorme pesadelo, quando os russos reagiram após perderem os dois primeiros sets e levarem a decisão para o tie-break.

O nome do time francês foi o do ponteiro Earvin N'Gapeth, que terminou o jogo com 26 pontos de ataque e ainda uma enorme quantidade de grandes jogadas decisivas para a vitória dos franceses.

Anfitriões das próximas Olimpíadas, os franceses vão ter mudança no comando técnico, com a chegada de Bernardinho para substituir Laurent Tillie e tentar o bicampeonato olímpico em 2024.

O Jogo

Se o Brasil ainda lamenta o "apagão" do terceiro set, os russos ganharam uma versão um pouco menor desse pesadelo.

No primeiro set, os algozes do Brasil chegaram a ter uma vantagem de 22 a 18, mas aí surgiu a figura do levantador francês Brizard, que conseguiu desestabilizar a recepção dos adversários e abriu caminho para a vitória francesa no primeiro set por 25 a 23.

Ngapeth, maior pontuador do primeiro set, seguiu brilhando no segundo set. Se o bloqueio russo subia na sua frente, ele sabia encarar com inteligência, explorando o paredão adversário.

A França foi tranquila e colocou 19 a 12 no placar, mas talvez abrir vantagem não tenha sido a grande estratégia nessa reta final do vôlei masculino.

Os russos reagiram, mas os franceses não bobearam por muito tempo e fizeram 25 a 17 para abrir 2 sets a 0.

Sabendo que a situação era de vida ou morte, os russos acordaram no terceiro set. Atrás no marcador por boa parte da parcial, eles conseguiram a virada nos 16 a 15 e então lideravam na troca de pontos.

Dona do melhor saque ao longo da competição, a seleção russa passou as duas primeiras parciais sem pontuar com o fundamento - contra cinco pontos dessa forma dos franceses - e ainda entregando muitos pontos diretamente para os rivais. Mas isso mudou.

Os russos então resolveram entrar no jogo. Com um saque melhor (conseguindo até um ace) e monstrando que, antes tarde do que nunca, aprenderam como encarar Ngapeth, conseguiram fechar o terceiro set em 25 a 21.

No quarto set era possível sentir a tensão dos dois lados. A França começou abrindo um pouco de vantagem, mas os russos responderam logo em seguida. Nos 15 a 14 a vantagem passou a ser russa.

Com 21 a 18, a equipe russa flertou com uma repetição da primeira parcial, mas o que aconteceu foi uma repetição do terceiro set, empatando o jogo com 25 a 21.

No tie-break os russos começaram com tudo e marcaram os três primeiros pontos. Visivelmente mais cansados e abatidos, os franceses pareciam presas fáceis para os russos, muito mais animados e ligados no jogo.

Nenhum time se entregava e a França conseguiu ficar na frente pela primeira vez no tie-break no 7 a 6. E depois de abrir três pontos, viu tudo ficar igual de novo.

Mas a cota de milagres russos estava esgotada e o dia era mesmo de festa francesa. Um desafio no último ponto deixou a sensação de que nada estava ganho mesmo após a última bola bater no chão, mas o ouro vai para Paris antes dos Jogos de 2024.