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Após lesão, Flávia Saraiva fica em 7º na prova da trave da ginástica

Flávia Saraiva na final da trave das Olimpíadas de Tóquio: ficou na sétima colocação - Ricardo Bufolin/CBG
Flávia Saraiva na final da trave das Olimpíadas de Tóquio: ficou na sétima colocação Imagem: Ricardo Bufolin/CBG

Demétrio Vecchioli

Do UOL, em Tóquio

03/08/2021 06h43

Uma guerreira. Desta forma pode ser chamada a brasileira Flávia Saraiva. Após sofrer uma entorse no tornozelo direito na semana passada que a tirou da disputa do individual geral na ginástica artística, a jovem de 21 anos se recuperou a tempo e, mesmo não estando com 100% de suas condições, ficou no 7º lugar — com uma nota de 13,133 — na prova da trave da ginástica artística nas Olimpíadas de Tóquio.

Guan Chenchen, da China, conquistou a medalha de ouro obtendo 14,633. Sua compatriota Tang Xijing ficou com a prata (14,233) e a estrela norte-americana Simone Biles, que havia se afastado da disputa para cuidar de sua saúde mental, retornou à competição para levar o bronze, com 14,000.

Flavia Saraiva acabou sofrendo um desequilíbrio grande logo após suas primeiras acrobacias, que fez com que ela tivesse que se apoiar com as mãos na trave para que não caísse, infração que tirou muitos pontos de sua apresentação.

Apesar da falha, a ginasta brasileira ficou satisfeita com seu desempenho em Tóquio diante de tantas adversidades que encontrou pelo caminho.

"Eu não sei explicar, sei que estou com sentimento de muita felicidade. Sei o quanto foi difícil para eu chegar nas Olimpíadas, não foi só a entorse, outras coisas aconteceram, então já me sinto uma vitoriosa. Estou muito feliz pelos resultados que a Rebeca alcançou e que serão muito importantes para a ginástica brasileira. É uma felicidade para mim estar em uma segunda final olímpica em um ano tão conturbado", declarou Flavinha à TV Globo.

Elsabeth Black, do Canadá, foi a quarta colocada com 13,866, mesma pontuação da norte-americana Sunisa Lee, que ficou em quinto pelos critérios de desempate. Urara Ashikawa, do Japão, foi a sexta com 13,733, e a russa Vladislava Urazova foi a oitava com 12,733.

Estrela brasileira das Olimpíadas de Tóquio com um ouro e uma prata, Rebeca Andrade marcou presença na arquibancada da Arena Ariake para apoiar a amiga Flávia. A todo o momento ela se mostrou muito vibrante, aplaudindo e incentivando a companheira.

Tornozelo já vinha incomodando

O tornozelo direito já vinha incomodando Flávia Saraiva desde antes de sua chegada em Tóquio e foi se deteriorando ao longo da classificatória. A lesão ocorreu especificamente durante a apresentação no solo, após a última acrobacia, quando, segundo a própria, sentiu o tornozelo "mole". Ela já havia se contundido no mesmo local há cerca de dois meses.

No calendário da ginástica, Flavia Saraiva terá pela frente agora o Mundial da modalidade, novamente no Japão, em outubro, mas a brasileira foca primeiro em sua recuperação plena.

"A ginástica vai vir com muito mais reconhecimento (para o Mundial), pois agora temos duas medalhas no feminino e quatro no masculino. Mas agora não estou pensando muito no Mundial, estou pensando em me recuperar, cuidar do meu pé. O principal é me cuidar mesmo", destacou.