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Técnica que descobriu Rebeca elogia carisma: "Sempre teve essa alegria"

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/08/2021 12h28

Na manhã de hoje, Rebeca foi eternizada na história brasileira como a única atleta a ganhar duas medalhas na mesma edição. Rebeca faturou o ouro no salto, e já tinha uma medalha de prata no individual geral. Em entrevista a CNN, sua primeira técnica, Mônica Barroso dos Anjos, elogiou a ginasta e falou sobre uma de suas grandes qualidades: o carisma.

"Essa alegria dela tem desde criança, desde pequena sorridente, brincalhona. Eu acompanho ela todos esses anos em competições porque também sou árbitra, sempre teve esse sorriso, e claro, teve trabalho por trás, psicóloga, amadureceu muito, família dela deu muito apoio quando ela se mudou e foi morar sozinha aos 10 anos de idade em Curitiba, e o momento que se lesionou. O atleta fica em dúvida se continua ou para, a Rosa (mãe) deu todo apoio, e toda equipe que trabalha no COB e está com ela nesse momento".

Foi Mônica que aprovou o primeiro teste de Rebeca ao encontrar um grande potencial, e viu em ação o fruto de toda representatividade gerada por Daiane dos Santos:

"Em 2005, eu tava no ginásio e dava treino para a equipe principal na parte da tarde e em uma escolinha de manhã. A tia da Rebeca trabalhava no ginásio, um dia a Cida trouxe a Rebeca para conhecer, brincar e pediu pra eu dar olhada na Rebeca. Quando bati os olhos, fiquei feliz, corpo de atleta, fiz alguns testes, ela era forte e potente. Pedi para saltar no tablado e veio a imagem da Daiane, eu no ginásio e uma imagem da futura Daiane dos Santos".

"Ela passou no teste, colocou de manhã, mas ela estudava de manha. Para não perder, ela ficou com a Rebeca a tarde, depois trocou horário na escola e ela veio treinar de manha comigo, treinou 2005 e até 2006. Quando Chico e a Kelly vieram trabalhar em Guarulhos, passei para Kelly e ficaram trabalhando com ela até 2009. Em 2010, Rebeca se mudou para Curitiba com a Kelly e com o Chico, em 2011 foram para o Flamengo e até hoje o Chico que acompanha ela, desde pequena aqui em Guarulhos e até hoje", disse.

Além de ter muita qualidade, a atleta se superou para retomar o nível após inúmeras lesões: "Naquele momento ela chegou e a gente vi que tinha muita capacidade, qualidade física e ela tava sonhando, olhava para as meninas de outra categoria fazendo serie de solo e ficava imitando as meninas. Desde o começo teve salto e solo forte. A paralela quando teve lesão trabalhou muito para evoluir e conseguir os quatro aparelhos no mesmo nível para conseguir individual geral".

Apesar da enorme conquista, a ginasta não conseguiu isso sozinha. Mônica reconheceu o grande apoio que a mãe e a família tem nesse difícil feito: "Se não fosse o apoio da mãe ela teria parado antes. Antes de mudar para Curitiba ela já ficava morando durante semana na casa da professora Ana, pra facilitar o treinamento, pra não cansar tanto, ficava mais perto do ginásio. Ela estudava aqui, treinava aqui e ficava na Ana. No final de semana ia para casa, não é toda família que entende isso, que apoia, que deixa ficar longe, essa medalha totalmente apoio da dona Rosa".

"Estou muito emocionada porque ela fez história, saiu daqui do projeto social de Guarulhos bem pequena, a emoção é muito grande, primeira brasileira a conquistar duas medalhas em uma edição, não da para explicar o tamanho da emoção", finalizou celebrando a conquista.